Capítulo 32

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YANNA


Incrível o que estar apaixonada por dois homens maravilhosos pode fazer com a vida de uma pessoa. No caso, com a minha vida. Além de descobrir uma nova forma de se relacionar que até então parecia-me distante, estou tendo ideias para dar e vender. Transbordando!

Tanto que há dias em que eu praticamente não durmo por que estou ocupada demais digitando incansavelmente. Fazia muito tempo desde que a minha criatividade aflorava desse jeito. Ao menos, sem que eu precisasse me sujeitar a ser outra pessoa.

Agora eu sou apenas a Yanna e nunca me senti tão feliz. Depois de anos presa em meus próprios medos, de me entregar e me apaixonar, não pensei que seria capaz de estar aberta ao que Christopher e Elliot querem oferecer e o fazem desde que engatamos essa relação. Quiçá de permitir que esses dois homens chegassem e dominassem o meu coração.

Mas assim aconteceu e, bem, apesar de todos os receios que insistem em incomodar de vez em quando, posso dizer que estou curtindo e muito isso. Mais do que sequer poderia imaginar.

Finalmente, estou me libertando.

Cantarolando uma música qualquer do Blur, cruzo os braços e encosto na cadeira para reler o que escrevi. Foram mais de quinze páginas e eu ainda tenho a impressão de que falta alguma coisa.

Como sempre.

De tão empolgada e compenetrada, tomo um pequeno susto ao sentir um beijo estalado na minha bochecha. Abaixo os fones instantaneamente e solto uma risadinha.

- O que está fazendo, baby? - ouço Elliot perguntar e então sinto seus braços ao redor dos meus ombros. Suspiro contente com o beijo que dá em meus cabelos - Escrevendo?

- Sim. Desculpe ter deixado você sozinho, mas é que as ideias fluíram e...

- Não se preocupe. Eu entendo perfeitamente. - aperta a ponta do meu nariz - Quem sou eu para impedir que faça o que mais gosta na vida, huh?

- Não fique com ciúmes, ok? Pois a segunda coisa que eu mais gosto de fazer é estar agarrada em vocês dois. Na verdade, posso considerar quase um empate.

Elliot ri com o meu comentário e eu não poderia ficar mais feliz em escutar o som  de sua risada. Mesmo estando de costas, sei que seus olhos se fecharam em dois lindos risquinhos; ponho as mãos em seus antebraços, fazendo um carinho sutil, e me aconchego do jeito que posso, já que minha cadeira está atrapalhando.

Como no final de semana passado eu fiquei no apartamento deles, concordamos de que esse ficaríamos no meu. Ainda estamos acertando esses pequenos detalhes, mas nada que seja problemático.

Christopher foi para uma sessão de fotos pela manhã e Elliot está de folga. Ou seja, eu o tenho todo para mim. Deveria ter aproveitado mais o tempo em que estávamos na cama? Claro que sim. Porém, como eu disse à ele, as ideias fluíram e não consegui impedir. Nunca consigo. É mais forte do que eu.

- Gostaria que eu fizesse um pouco de café? - ele pergunta - Sua caneca está vazia e, bem, como uma boa escritora você precisa do seu combustível.

Dou risada. Tem como eu não derreter com tanta afetuosidade da parte dele?

- Isso seria muito gentil. - ergo a cabeça para olhá-lo - Mas antes eu quero que faça outra coisa. Pode ser?
- E o que seria?

- Eu quero um beijo bem aqui. - toco meus lábios com a ponta do dedo - Esse é o meu verdadeiro combustível.

As bochechas dele ficam momentaneamente coradas e, sim, é a cena mais adorável do mundo ver um homem como ele envergonhado.

À TrêsOnde histórias criam vida. Descubra agora