Capítulo 48

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Oi pessoal, tudo bem? :)

Só passei aqui para mais uma vez agradecer o apoio de vocês e também os incríveis comentários que recebo. De verdade, sou muito grata! Estamos crescendo bastante e fico muito feliz que estejam gostando da história <3


ELLIOT


Como se já não bastasse o fato de eu estar com o tornozelo imobilizado e de molho em casa pelos próximos seis meses, as coisas entre Christopher e eu vão de mal a pior desde que tivemos aquela discussão no hospital, quando contei a ele e Yanna toda a verdade envolvendo Emma e também o meu emprego.

Nós não estamos nos falando, à não ser o essencial. E, apesar de ele não me destratar e ajudar com o que preciso, é nítido que o clima entre nós está longe de ser dos melhores – muito, muito longe.

Eu sei que Christopher tem todo o direito de estar magoado comigo. Afinal, se não fosse pela minha covardia, nada disso teria acontecido. Eu fui um completo idiota e tenho total consciência sobre tal. Mas, infelizmente, não é como se eu pudesse voltar no tempo para consertar o que fiz.

Se eu pudesse, já teria feito.

Quanto a Yanna, admito que ainda estou surpreso de que não tenha virado as costas para mim (ou usado o mesmo tratamento indiferente). Nesses últimos dias, me apressei em esclarecer porque agi como agi. Conversamos bastante. Contei sobre a antiga companhia na qual trabalhei. Mesmo dizendo que ficou um pouco magoada, ela também disse entender os meus motivos. Fiquei realmente aliviado e feliz, e lhe pedi perdão incontáveis vezes – embora saiba que nunca será o bastante.

Com Christopher, como eu disse, a situação é outra. Tentei falar com ele, mas não houve brecha. Então dei espaço. Sei que não estou em posição de pedir muito, só queria que entendesse o meu lado ou ao menos tentasse. Não foi fácil guardar esse segredo por tanto tempo, menos ainda dizer para os outros que ele era apenas um amigo, sendo que na verdade ele é o homem que eu amo e uma parte enorme da minha vida, assim como Yanna.

Os dois são importantes para mim. São as razões dos meus sorrisos, minhas lágrimas, meus suspiros. De tudo! Já não consigo imaginar o que eu seria sem qualquer um deles. Porque, assim como Chris disse uma vez, ultrapassamos barreiras demais para que eu possa contar e não há planos em que ambos não estejam incluídos.

Ainda que eu seja indiscutivelmente tolo, amo-os demais.

Três dias atrás, peguei as muletas no consultório médico depois da avaliação dos pontos, que tirarei em breve. De começo, fiquei relutante e o peso da realidade caiu sobre os meus ombros ao entender que, pelos próximos meses, é assim que irei me locomover e que dançar está fora de cogitação. Imediatamente, meu humor piorou.

Eu não quis aceitar, apesar de saber que é a única maneira de eu conseguir permanecer de pé e sair da cama ou do sofá (onde, diga-se de passagem, fiquei plantado até não aguentar mais). Foi com muito custo que Yanna me convenceu a leva-las para casa sob o olhar atento de Christopher e, pacientemente desde então, vem ensinando como devo usar. Tenho pegado o jeito aos poucos, porém, reconheço que andar com elas embaixo dos meus braços não é a coisa mais confortável do mundo.

Ao menos, sou capaz de ir ao banheiro sem precisar de amparo e faço mais do que ir do quarto para a sala carregado e mofar no sofá o dia inteiro.

Vince veio fazer uma visita e não ficou nem um pouco surpreso quando disse que a responsável pelo meu "acidente" foi Emma. Comentou que ela, como eu suspeitava, contou para todos sobre a minha sexualidade. Melhor colocando, espalhou rumores entre os outros bailarinos e que era questão de tempo até que o assunto chegasse aos superiores. Por isso, me aconselhou a conversar com nosso diretor o mais rápido possível, porque ele não iria gostar de descobrir por fofocas, sendo que eu poderia muito bem ser franco desde o início.

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