Capitulo 38

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Fernanda

Eu olhava pra cara dele com ódio, mas era algo tão grande mas tão grande que se eu tivesse um a arma, era pow e tchau.

— Desce lá Dedé, vou conversar com ele.

Virei olhando pra cara do Vitor que me olhou assustado por eu esta chorando, Dedé saiu ligeiro e ficou ali apenas nos dois.

Sai em direção do banheiro pra jogar uma água no rosto e me acalmar.

— Por que segurança tava dentro da nossa casa te agarrando? – ele estava puto, mas não mais do que eu.

— Por que a Larissa estava sentada no teu colo ontem? Porque você estava olhando pros peito dela?

Agora eu podia vê a cara dele de surpresa e assustado, então aquilo era mais que real, aconteceu.

— Eu vou embora Vitor, cansei dessa vida. Faço de tudo por você, todos os esforços, eu estou grávida, mas não burra! Você fez o que fez porque quis, mas nesse exato momento eu te digo, faça o que quiser porque você não tem mais mulher.

Ele me olhava incrédulo, e aquilo me deixava mais puta ainda, ele não tinha reposta nem atitude, significava que o que eu pensava estava certo: ELE ME TRAIU!

— Tu não tá doida de ir embora com uma cria minha na barriga, senta aí que vamos conversar! Para com essa merda de infantilidade.

— Infantilidade? Eu sou corna e além de tudo infantil? Seja menos amore! Eu sou tudo menos infantil ok? Entenda uma única coisa na sua vida, eu fui mulher de ficar em casa, sair contigo, fechar contigo, pra qualquer bagulho, a primeira oportunidade que tem tu foge e volta com tua ex, pra mim ok, mas era só questão de respeito chegasse e avisasse, não me fizesse de otaria.

— Quem te contou essa fita?

— Eu vi!

— Como tu viu se a casa é cercada de segurança e todo passo que tu da eu to ligado?

— Fotos tá legal? Me mandaram fotos!

— Deixa eu vê essa porra!

— Tu não tava lá? Então viu ao vivo, agora quero que tu saia da minha frente e vá pra puta que pariu que eu to sem paciência.

Eu sai irritada de perto dele e fui pegar minhas coisas, eu realmente precisava ir embora, não aguentava mais olhar pra cara dele... a Fernanda no primeiro vacilo tu vai embora? Sim, eu vou! Não nasci pra ser corna, nem trouxa, já fui demais.

— Eu não te trai, ela chegou lá, eu tava fumando junto com o Adriel, quando ele foi embora ela tava no mirante do nada, se jogou pra cima e eu mandei ela embora.

— Vi bem como tu mando ela embora, com os olhos dentro do peito dela.

Ele tirou o boné da cabeça, mexeu nos cabelo e enterrou novamente o boné.

— Na moral? Tu tá de caô pro meu lado, mas essa escola de malandro que tu foi, eu já sou formada.

— Caralho Fernanda, tu não confia em mim não? – meti um sorriso irônico na cara e ignorei ele, voltando a pegar as coisas no guarda roupa.

— Adivinha?

— Tu tá metendo o louco num bagulho simples, se tu quiser coloco ela aqui cara a cara porra, mando os moleque da contenção falar como ela saiu de lá.

— Arregaçada? Fodida? Ah, normalmente as mulheres saem assim de lá né.

— Tu tá tirando com minha cara já tio, eu não preciso ficar dando porra de explicação nenhuma não, quer acredita? Acredita se não quiser, rala. Na moral mesmo, tu só não sai do meu morro, porque com um pivete meu na tua barriga tu não vaza daqui não, só se for morta.

Eu me assustei com o jeito que ele tinha se transformado, ele estava errado e ainda queria jogar a culpa pra cima de mim.

— Sai Vitor, então some da nossa casa, eu fico aqui e tu vaza nessa porra!

Ele assentiu com a cabeça e foi saindo fora... eu estava arrasada, destruída, meus sentimentos não tinham ido embora com ele, mas uma coisa tinha ido, minha alegria...

— INFERNO! – chutei a mala que estava no chão com ódio, eu não acredito que isso tava acontecendo.

Chutei mais uma vez e agora o barulho tinha sido grande, o filho da puta ainda tava aqui.

— Tu tá maluca vagabunda? – ele encostou perto de mim.

— Cai fora porra. Já mandei tu rala! – eu disse sem me importar com as lágrimas que já se faziam presente.

— Não esquece que meu filho tá na tua barriga desgraçada, se eu te pego surtando, tu vai vê.

— SOME! – eu gritava com ódio, eu estava tão nervosa que minha cabeça latejava.

— Caralho, se acalma porra, tá toda nervosinho, não quis acreditar o problema é eu morou? Eu mandei o papo reto e certo pra tu, não abraçou porque não quis.

— Ok! – meu nervosismo era tanto que mal conseguia pensar em uma resposta pra ele.

— Vai tomar teu banho que eu vou arrumar os bagulho aqui.

Ele tirava os vidros do vaso que tinha quebrado quando eu bati a mala numa mesinha que tinha no nosso quarto, que não seria mais nosso.

Sai pra tomar banho, não queria ficar ali olhando pra cara dele, chorei, chorei tanto que meu nariz escorria e eu fungava, eu me perguntava porque isso estava acontecendo comigo, qual razão.

Coloquei a mão na minha barriga e ali foi transmitido uma paz única, ali estava o amor da minha vida, a pessoa que eu poderia confiar, amar, respeitar, amamentar, meu filho ou minha filha, ali jamais existiria traição.

— Tá viva aí? – ele não tinha ido embora ainda.

Desliguei o chuveiro e sai do banho, não queria olhar pra ele e demonstrar tudo que eu estava sentindo, eu queria ficar bem.

— Vamos conversar com calma, tu tava toda nervosa, vamo resolver essa parada.

Ele acariciou meu rosto, então eu pude sentir um toque dele, era doce e calma, aquele cara ali foi o cara que me apaixonei, que eu disse eu te amo depois de tempos.

— Eu não quero Vitor, eu só quero que você vá embora, eu estou decepcionada com você.

— Eu não te trai, porra! Eu jamais faria essa fita contigo.

— porque tu tava olhando pros peito dela?

Diante do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora