Fernanda
Parece que o mundo virou de cabeça pra baixo, e eu prontinho, foi ali que apagou tudo.
— Acorda porra! – Vitor colocava álcool no meu nariz.
— Carinhoso igual um jegue. – não estávamos na nossa casa, ainda estávamos na padaria do seu Zé.
— Tu tá maluca, toda hora desmaia, que bom que a médica já deixou tudo preparado, eu sou um paizão fala tu.
— Cala a boca JV, a mina tá no chão, passando mal e tu não esquece teu ego? – eu já disse que amo a Lais? Lindíssima.
— Vai tomar no cu.
— Eu quero um suco de laranja. – me levantei sentando na mesa de novo, cara não sei se é psicológico mas minha fome só aumenta.
— Tu tá com fome ainda minha filha? Você comeu tanto. – seu Zé perguntou me olhando preocupado, nessa hora a padaria já estava cheia e parece que tudo que eu fazia todo mundo olhava.
— To sim, eu quero suco de laranja e por favor um pão de queijo bem quente e trás um maionese seu Zé.
— Você tá podre desgraçada.
Eu revirei os olhos e pude vê duas senhoras fofocando sobre nós: "nossa olha como ele trata ela" "o futuro dessa menina foi todo embora", parei de prestar atenção quando a comida chegou, mas não posso falar que eu fiquei pensando naquilo, será que era diferente o jeito que Vitor me tratava? Será que estávamos vivendo uma mentira e queríamos nos enganar? Aí que loucura essa vida.
— Você tá comendo demais amiga, tem que vê isso com a médica, porque pode ser desejo ou pode ser exagero, a médica tem que regular sua alimentação.
— Eu vou ir marca o pré natal, então vou conferir tudo certinho. Ou, cadê a mina?
— Meteu o pé, o JV ficou doidão falando que ia matar ela se acontecesse algo com você ou com o filhote de cruz credo.
— Olha aqui seu imundo, você fala direito do meu filho, pau no cu! – eu já disse que odeio todos os amigos do meu namorido? Adriel é uma bosta.
— Vai tomar no cu.
— Se controla Mona, já ficou toda emocionada.
— Só não te meto o rodão porque meu afilhado, zica da quebrada tá no seu bucho cheio de bosta.
Vitor começou a rir igual um condenado, chamando ainda mais atenção.
— Para de show que você não é xuxu fofinho, se controla.
— Fernanda, não sei onde tu arruma essas merda, mas me racho. – Lais estava quase se engasgando com a água que ela tava tomando.
— Tu tá dando apoio pra essa porra Lais?
— Oxi, nem me meti.
Eles dois saíram discutindo, eu fiquei esperando Vitor pagar as coisas pro seu Zé encostada na porta.
— Vamo aí, que eu tenho que trabalhar ainda loirinha.
— Isso aí que você faz não é trabalho não viu?
— Cala a boca, teu pai é envolvido no mesmo bagulho.
— E quem disse que ele trabalha?
— Não trabalha não?
— Já viu vagabundo trabalhar? Vocês dois!
Vitor revirou os olhos e começou a querer me dá cascudo na cabeça.
— Vem que te meto o chute no saco. – fiquei do outro lado da rua enquanto ele vinha na minha direção.
— Mete mandada, vou te meter o mutirão no dendê.
Um senhor que passava olhava assustado.
— Menino JV, não pode bater em mulher não, cria modos na sua cara. – ele falou se metendo e segurando Vitor pelo braço...
Eu estava tentando entender porque quase ninguém o chamava de Vitor, então me toquei, quase ninguém deveria saber o nome dele, apenas os conhecidos.
— O Cícero, essa cavala me tira do sério, vou meter umas bicuda nela. – falou abraçando o senhor e dando risada.
— Menino, tu nem brinca com essas coisas, quase te criei, se te pego batendo em mulher tu apanha.
Eu olhava de canto e sorria, Cícero parecia um senhor carismático.
— Quem é a moça?
— Minha mulher, mãe do meu pivete.
Ele me analisou agora de uma forma mais delicada vamos se dizer, acho que eles estava tentando vê se eu era boa o suficiente para Vitor.
— Prazer, Fernanda.
Estendi a mão pro mesmo que pegou e dei um sorriso.
— Qualquer coisa que ele fizer pra você minha filha, me fala que eu meto o sinto nele. Não é porque tá velho que não pode apanhar não.
— Realmente seu Cícero, tem que educar!
Ele deu risada, e se despediu alegando que iria no bar do Jozão, fala sério, já conheço tudo aqui e o povo nem me conhece.
— Nem acredito que ele gostou de você, ele nunca gosta de minguem. – me deu um selinho.
— Eu sou eu né? Se toca!
— Folgada pra caralho. – jogou a mão por cima do meu ombro formando um abraço.
— Eu te amo sua égua. – iniciei um beijinho calmo com ele, logo senti alguém trombar na gente, olhei pra vê quem era e já me irritei.
— Eu também te amo, minha leoa. – Vitor falou fazendo graça.
Meus amigos voltei!!!
Vou tentar postar todos os dias, nem que seja um único capítulo, mas vou postar!!!!
Gente, eu fiquei tão feliz com os 15 comentários no outro capítulo, muito obrigada, isso me motivou....
Quem será que trombou neles?

VOCÊ ESTÁ LENDO
Diante do morro
FanfictionEla curte baile, tem um sorriso leve, gosta de se envolver, mas não senta pra traficante. Ele é envolvido, tem tudo no poder, controle de tudo e de todos, menos o controle dela.