Fernanda
— Foi bagulho de impulso morou? Não te trai maluco!
— Então tu agora é filhote emocionado? – debochei da cara dele.
— Tá tirando o respeito do malandro tio? Tu tá metendo o doido mermo, quer acreditar? Acredita se não é só meter o pé.
Eu poderia até querer Vitor, eu podia muito bem perdoa-lá e realmente estava disposta a isso, mas caralho tu tá no erro e quer dá um de certo, comigo não tem vez, mandou rala já desci no buraco.
Subi e fui catando minhas roupas e colocando na mala, doía pra caralho.
— Na moral, deixa que eu saio, tenho outros barraco aqui no morro... tu fica aí sussa, porque daqui sem meu filho tu não sai.
Apenas assenti, sabia que se eu olhasse ou fizesse qualquer coisa eu acabaria chorando, e eu não queria isso, principalmente na frente dele.
— Tá tudo suave? – a não to vendo isso não.
— Rala Vitor, pega suas tralha e rala, mete o pé, desce o esquadrão, só some da minha frente filho do capeta! – gritei irritada e minha garganta apertou meu estômago doeu e eu corri pro banheiro vomitando de novo.
— Tu não tá bem, vamo colar ali no postinho.
Eu realmente não estava bem, a comida não parava dentro de mim, nem a água, acho que o choro entalado que tava fazendo isso comigo.
— Quero não, só quero que tu siga sua vida e suma!
— Vai tirando sua vagabunda, bora colar logo lá nessa porra.
Vitor saiu me arrastando, eu estava apenas com um top e uma saia que eu usava pra ir pra academia, ele nem deve que tinha se tocado, porque o bagulho era pequenino, mas quando saímos pra rua e os meninos tudo olhou e abaixou a cabeça com rapidez ele se tocou.
— Vai trocar essa porra, vai! – falou irritado.
— Se toca meu filho, tenho nada contigo não! Outra, se tu tava olhando pra outra porque não podem olhar pra mim? – eu dei risada e vi ele bufar de ódio.
Vitor num impulso rápido pegou nos meu cabelo com tudo e puxou pra trás me segurando.
— Tu tá achando que a fita vai ser assim é? Tu é minha nessa porra! Chegar em casa te fodo todinha aí você segura a emoção.
Eu não sabia como reagir, fiquei excitada pra caralho, hormônios! Eu não estava perdoando ele, mas um socadão violento não tem nada né.
Montei na garupa dele e ele desceu o morrão parando no postinho da entrada, quando cheguei, já veio geral encima de mim, to ligada que é porque sou mulher do chefe, se não tu fica com o cu chega seco de tanto que espera na cadeira.
— O que você está sentindo? – a médica perguntou.
— Nada para no meu estômago, não sei se é por conta da gravidez ou sei lá, estresse. – meti logo a verdade, a médica me olhava surpresa.
— Você tá grávida? – apenas assenti e estranhei a atitude dela. – a Larissa disse que estava grávida dele também, eu fiquei até feliz porque achava que ele estava sem ninguém é antigamente se gostavam tanto.
Sabe quando a dor vem? Eu senti, Vitor olhou pra minha cara e eu apenas deixei as lágrimas rolar.
— Ela não ta grávida não doutora, to metendo o serinho já com a Larissa, vou pipocar ela todinha. Minha dona aqui tá grávida, agora aquela lá tá não, faz os procede na minha mina aí fazendo o favor.
Eu o olhava sem reação, não sabia se acreditava na palavra dele ou na de todos, em fotos, tudo... era tão difícil pra mim, porque as coisas não podem ser simples e fáceis?
— Vamos precisar fazer uma ultrassom só pra vê se está tudo bem com o bebê.
Eu assenti, não tinha muito o que falar.
— Prontos para ouvir o coração?
Ali eu explodi ali mesmo, minhas lágrimas rolavam, meu bebezinho estava ali, super agitado e era meu amor todinho, eu tinha o mundo inteiro ali... eu olhei pra Vitor que tinha um sorriso enorme, ele estava assim, feliz, feliz pelo nosso filho, o sorriso dele era de gratidão, isso me deixou tão emotiva.
— Fernanda, está tudo certo com seu bebê, o seu problema foi estresse, você precisa controlar mais os seus hormônios, eu notei o quão emotiva você está, então por favor tome cuidado. Parabéns aos papais, vocês vão ser muito felizes.
Eu dei um sorriso tímido pra ela e fui saindo da sala.
— Tu ouviu meu amor? - Vitor chegou em abraçando, meu corpo ficou todo molinho, já vi que estou total entregue. – fica sussa, já já eu tiro a Larissa do morro, tu tá ligada que tem pessoas que eu considero pra porra, a dona Maria que fez o bolo pra tu, é mãe dela, ela é muito gente boa, por isso não fiz bagulho nenhum ainda, mas fica sussa! Fica comigo que nois dois junto é melhor que separado.
Não respondi nada, apenas correspondi o abraço dele e sorri de canto, eu estava tão feliz que ninguém nem imaginava.
— Eai? Tá tudo suave? – Dedé perguntou batendo na minha mão, e acenando com a cabeça pro Vitor.
— O coração dele ou dela é tão lindo Dedé, eu estou emocionada até agora! – comecei a sorrir.
— Valeu aí Dedé, por ter ajudado ela, desculpa te metido o louco.
Dedé assentiu e entrou no meio de nós dois.
— Agora papo dez, vamo agilizar uma festinha pra deixar o bebê numa boa, precisamos comemorar caralho.
Não aguento esse pretinho não minha gente.

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Diante do morro
FanfictionEla curte baile, tem um sorriso leve, gosta de se envolver, mas não senta pra traficante. Ele é envolvido, tem tudo no poder, controle de tudo e de todos, menos o controle dela.