Capítulo 5

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  Paula segurou o riso ao ver Breno entrar pelo portão da escola. Passou-se alguns dias desde a conversa no carro e o loiro fazia de tudo para não cruzar com a morena.

  - Eu não mordo, Breno- ela falou baixinho quando ele foi passar pela mesma fingindo que não a viu.

  -Ah, oi- ele parou bruscamente- Não tinha te visto.

  - Você não serve pra ator- Paula deu uma risadinha.

  - Eu... você tá muito melhor hoje, o que houve?- ele reparou que a morena não estava mais com aquelas olheiras.

  - Dia de folga ontem- ela explicou ainda com uma expressão divertida.

  - Para de rir- ele franziu as sobrancelhas.

  - Eu não to fazendo nada- a morena mordeu o lábio para não deixar o riso escapar.

  - Eu to com vergonha ainda- aquela frase foi o estopim para ela.

  - Você é ridículo!- ela começou a rir alto atraindo a atenção das outras pessoas presentes.

  - Cadê a sua filha?- ele mudou o assunto.

  - Tá brincando com as outras crianças- a morena apontou para onde a filha estava.

  - Posso te fazer um convite?

  - Hoje a noite eu trabalho então não tenho horário vago pra você.

  - Você nunca vai esquecer isso?- ele perguntou constrangido enquanto ela sorria com a língua nos dentes.

  - Deixa de ser bobo. Pode falar.

  - Quer jantar comigo?- o convite do loiro fez a morena arquear as sobrancelhas.

  - Por quê?

  - Eu quero me desculpar pelas insinuações.

  - Você já se desculpou e eu acho que já deixei bem claro que isso não me ofendeu- ela olhou rapidamente dentro dos olhos verdes.

  Por mais que Paula tivesse se soltado um pouco mais com Breno, ela ainda não conseguia se manter olhando no olho dele por muito tempo.

  - Eu preciso disso ou vou me culpar o resto da vida.

  - Eu aceito- ela imediatamente pensou em como poderia se divertir depois- Mas e a minha filha?

  - Pode trazer ela junto- ele propôs sorrindo fazendo os planos da morena serem destruídos.

  - Eu... tá bom- deu um sorriso fraco.

  - Me passa seu endereço? Eu pego vocês duas lá na sua casa e a gente sai.

  - Ok.

  Ela pegou um papel e uma caneta e escreveu o endereço para o loiro.

  - Que horas você vai trabalhar?

  - Geralmente saio às 23:45 de casa- ela informou.

  - 20:00 eu passo pra pegar vocês.

  - Tá.

  Breno foi para a sua empresa e de lá resolveu ligar para a sua namorada.

  - Oi, amor- ela atendeu imediatamente.

  - E aí? Como tá tudo aí?

  - Tudo bem. Precisa de algo?

  - Hoje a noite eu vou sair, tá bom?

  - Com quem?- Letícia questionou.

  - Com a Jade e com a mãe dela.

  - Breno, por que você não convida essa mulher pra morar com você?- a mulher gostava de zoar o namorado sobre o assunto pois sabia que ele não se interessava por outra mulher que não fosse ela.

  - Eu não tinha pensado nisso- o tom sério fez a mulher de assustar.

  - O que? Você realmente tá pensando nisso?

  - Seria uma ótima solução. Se ela morasse aqui na minha casa com a Jade, a pequena ia poder seguir estudando lá na escola.

  - Por que você não dá uma bolsa pra ela estudar lá?

  - Não é fácil assim, tem todo um processo que não valeria a pena.

  - Breno, você nem conhece essas pessoas e quer pôr ela dentro da sua casa?- ela elevou o tom de voz.

  - Letícia, eu quero ajudá-las. Elas não têm família aqui e tão totalmente sozinhas. Eu sinto como se fosse minha responsabilidade.

  - Você tá se ouvindo? O que você tem a ver com elas?

  - Eu quero o melhor pro futuro da Jade e sinto que o  único jeito de isso acontecer é as acolhendo aqui na minha casa.

  - Breno, eu não to de acordo com isso.

  - Eu sou muito apaixonado por você. Você sabe disso. Só que eu não posso deixar você escolher o que eu faço com a minha casa.

  - Eu só não entendo, Breno- ela suspirou.

  - Vai ficar tudo bem, eu prometo.

  - Faz o que você quiser- dito isso ela desligou o celular.

Breno passou o dia inteiro pensando sobre o assunto. Sabia que talvez fosse um pouco estranho para Paula se ele fizesse o convite, mas seria a melhor solução para que Jade seguisse estudando em uma boa escola e para que a morena tivesse um pouco mais de tranquilidade para achar um emprego fixo.

  Quando acabou o seu horário de serviço, Breno voltou para a casa, tomou um banho, comeu algo e ficou na sala por um tempo e logo foi se arrumar para pegar Paula na casa dela.

  - Pontual- ela sorriu ao entrar no banco do carona após ajeitar Jade no banco de trás.

  - Sempre!- ele sorriu e deu partida no carro.

  - Como foi a aula hoje, pequena?- ele perguntou olhando para Jade pelo retrovisor.

- Legal, a prof tava nos ensinando a escrever nosso nome, mas eu já sei porque a mamãe me ensinou.

- Você é muito inteligente- Breno sorriu.

- Eu me esforço- ela deu de ombros fazendo os dois adultos rirem.

Chegaram até o restaurante e logo foram até uma mesa.

- Tem uma área kids aqui, mamãe!- Jade falou animada olhando para o local.

- Eu escolhi especialmente pra você- Breno piscou para a menina.

- Posso ir?- ela olhou para Paula com expectativa.

- É seguro?- a morena perguntou para o loiro.

- Sim.

- Vai, filha, na hora de comer a gente te chama.

A menina saiu correndo até o local.

- Agora vai tirar o peso da consciência?- ela perguntou para o homem após beber um gole da água que tinha servida na taça.

- Espero que sim- ele suspirou- Mas eu só vou conseguir ficar cem por cento tranquilo se você aceitar a proposta que eu vou te fazer agora.

- O que seria?- ela o olhou com curiosidade ajeitando os óculos de grau no rosto.

- Bem- ele limpou a garganta e se remexeu na cadeira- Pode soar um pouco estranho e eu tenho consciência de que talvez você ache um pouco sem noção, mas eu acho que é a solução perfeita pra...

- Fala logo, Breno!- ela riu o interrompendo.

- O que acha de você e a Jade irem morar na minha casa?

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