Capítulo 16

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  Paula estava com o corpo atirado no sofá e os braços cobrindo seu rosto quando Breno entrou pela porta de casa.

  - Cansada?- sua voz assustou a morena, que tirou os braços rapidamente do rosto.

  - Que susto, Breno- ela pôs a mão no peito e ele riu.

  - Saí mais cedo lá da empresa- ele se sentou e gemeu baixinho quando suas costas fizeram contato com o sofá macio- Você tá bem?

  - Sim, é só os trabalhos da faculdade que já tão quase fritando o meu cérebro- ela suspirou- E você? Tá bem?

  - Eu dei um mau jeito nas costas quando tava arrumando uns documentos na minha sala lá na empresa- ele falou e levou a mão até o local.

  - Quer uma massagem?- ela perguntou pegando seu óculos de grau que estava ao seu lado e pondo em seu rosto.

  - Você sabe fazer?- Paula assentiu com a cabeça- E acha que vai dar bom?

  - Como assim?- ela riu.

  - Quais as chances de você me agarrar durante a massagem?- o tom de brincadeira continha um fundo de verdade.

  - Aí você só vai saber se experimentar.

  Breno estava começando a conhecer um lado sedutor de Paula. Antes ele tinha um visão "inocente" dela, mas com o passar dos dias essa ideia foi evaporando de sua cabeça. Aqueles olhos brilhantes e encantadores agora haviam se tornado quase que fatais para Breno. Os lábios cheios que davam sorrisos meigos e gratos, agora haviam se tornado como um imã para os olhos do homem e os sorrisos esboçados já não eram mais tão inocentes. As mãos, que antes apenas tocavam no ombro do loiro, agora ousavam explorar outras partes quando havia uma conversa rolando. E assim Paula foi revelando, aos poucos, o interesse pelo homem.

- Vamos lá no meu quarto? Acho que não vai ser confortável fazer a massagem aqui- ela disse e se levantou.

- Por que não no meu?- ele questionou também levantando.

- Para de questionar- a morena o olhou com as sobrancelhas franzidas e foi em direção a escada.

Ela abriu a porta do quarto e ambos entraram.

- Você realmente não é nada organizada, né?- Breno riu ao ver algumas roupas encima da poltrona preta que Paula comprara para o seu quarto.

- Eu avisei antes de vir- ela riu- Tira a camisa e deita.

O loiro a encarou por alguns segundos antes de fazer o que ela mandara. Ele tirou a camisa social, os sapatos e se deitou de barriga para baixo na cama.

- Você tem um corpo bem legal- ela pegou um creme em seu armário e se ajoelhou na cama deixando o homem entre as suas pernas.

- Achou?

- Sim- a morena despejou um pouco do creme o fazendo se arrepiar pelo gelado em sua pele- Que costas enormes, hein?- ela começou a espalhar com as mãos.

- Faça bom proveito!

Depois de espalhar o creme, Paula começou a massagear as costas do homem. Ela começou os encima, passando os dedos pelo pescoço e ombros do homem sentindo toda a tensão presente ali.

- Por que tão tenso?- questionou apertando os nós.

- Ah, é difícil tem uma empresa, cada dia é uma reocupação diferente. Aí tem empresa, escola, casa, você...- a última palavra saiu mais baixa.

- O que tem eu?- ela inclinou o tronco para a frente falando próxima ao seu ouvido.

- Eu não sei o que tá acontecendo comigo- ele suspirou- Você se tornou uma tentação pra mim.

- E isso claramente é um problema!- ela suspirou e voltou a ficar como antes- Você lembra que namora, né?

- Sim, é tudo que eu mais tento lembrar quando você aparece com essa cara de atrevida- ele mordeu o lábio inferior- Pode se sentar aí se quiser.

Paula tentou usar o bom senso e não ter um contato maior com o corpo dele, mas sua vontade era maior, então ela se sentou nas coxas do homem.

- O que acha que a gente pode fazer pra resolver isso?- a morena seguia com a massagem relaxante.

- Por enquanto eu to de boa- Breno não sabia o porquê de estar se abrindo dessa forma para a morena- E você?

- Sempre que eu tenho aula eu faço a chamada de emergência pro Caio se não eu morro de tanta tensão- ela explicou com um tom de voz baixo e a voz rouca.

- Você pensa muito em mim?- o loiro não lembrava quando foi que Paula havia se tornado tão próxima a ele dessa maneira.

- Todas as noites- ela sussurrou com os olhos fechados e apertando um ponto específico de suas costas enquanto movimentava seu quadril sutilmente sob a coxa do homem.

- Você tá apaixonada por mim?- ele abriu os olhos surpreso.

- O que?- a morena se assustou com a pergunta e parou o que fazia- Breno, a gente tá morando na mesma casa há quatro meses e sequer temos algum relacionamento. Eu não me apaixono fácil assim- ela deu um risadinha e saiu de cima dele- Massagem finalizada, espero ter ajudado.

- Desculpa- ele se levantou- É que você disse que pensava em mim todas as noites, então...

- Eu penso em você na minha cama- ela olhou penetrantemente nos olhos dele- Eu penso em você encima de mim. Eu penso em você nu. Eu penso nas suas mãos enormes conhecendo meu corpo. É nisso que eu penso- ela terminou a fala e desviou o olhar se virando para guardar o creme.

Breno estava estático. Não esperava que a morena revelasse todos aqueles pensamentos. Ele já imaginava que ela os tivesse, pois ele tinha de vez em quando também, mas ouvir aquilo era como se o trouxesse para a realidade.

- E não se preocupe que eu não vou fazer nada sobre- ela foi até a porta do quarto e se virou para ele- Eu sei que você namora e respeito muito isso, tanto que tentei lutar contra essa atração. Ninguém manda na minha mente nem nas minhas fantasias, então eu vou continuar pensando muito em você, mas não fica pilhado com isso não porque eu não quero te fazer perder a sua namorada- Paula piscou para Breno e saiu do quarto.

- Paula- ele acordou do transe e desceu as escadas atrás dela- Desculpa pela minha reação, mas ouvir isso da sua boca torna tudo mais real.

- Tudo o que?

- Eu também me sinto fortemente atraído por você, e é estranho porque eu geralmente nem reparei mais nas mulheres depois que comecei a namorar.

- Mas a gente mora na mesma casa, Breno, não tem como não reparar. Eu tomo banho perto do seu quarto, troco de roupa atrás da porta da frente, e eu entendo muito bem a psicologia masculina.

- É, você tem razão- ele mordeu o lábio inferior nervoso- Eu sei que a gente vai dar um jeito de superar isso sem fazer nenhuma merda.

- É o que é mais quero nesse momento, Breno!

Take Me HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora