Capítulo 10

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  Paula chegou do trabalho às 7:30 da manhã, mais tarde do que estava acostumada já que estava tendo uma festa particular na balada. Ela entrou na casa fazendo o mínimo de barulho possível, mas caminhando rápido já que sua filha se atrasaria se demorasse mais alguns minutos.

  - Bom dia, mamãe!- ela foi surpreendida pela voz de Jade vinda da cozinha.

  A morena olhou para o lugar e viu Breno e a filha sentados já tomando café da manhã.

  - Já tá acordada?- ela se aproximou da filha e beijou sua cabeça.

  - Sim, o Breno me acordou e eu mesma escolhi e vesti minha roupa- disse orgulhosa.

  - Que bom, filha- ela sorriu.

  - Você tá um lixo- foi a primeira coisa que Breno disse.

  - Sério?- disse irônica- Como você é cavalheiro!

Breno riu e se levantou servindo café em uma xícara para Paula.

- Depois daqui pode ir descansar que eu levo a Jade pra escola.

- O que? Não precisa, Breno!- ela rebateu.

- Precisa sim! Você tá claramente exausta.

- Eu agradeço, mas eu realmente gosto de levar minha filha- ela tentou ser o mais delicada possível.

- Então eu levo vocês!

- Mas você não tem que trabalhar?

- Mamãe, aceita logo!- Jade se meteu na conversa fazendo Paula a encarar com os olhos semicerrados.

- É complô por acaso?

- Sim! E de tarde vamos pegar a Laila no veterinário ainda!- Breno exclamou.

- Nunca vai adiantar eu dizer que não precisa, né?- ela o olhou por cima dos óculos de grau.

- Não- ele negou com a cabeça.

- Sabe o que é, Breno? A mamãe é muito independente, então ela acha estranho um homem carregar ela de um lado para o outro- Jade explicou atraindo a atenção do homem.

- O que?- Paula olhou para a filha.

- Se isso te incomoda...

- Não é isso, eu só acho que você deve ter mais o que fazer da sua vida- ela explicou.

- Não tenho- ele rebateu sorrindo e seguiu tomando seu café.

Eles terminaram de comer e foram para o carro.

- As mães da escola devem achar que eu enlouqueci- Paula comentou rindo.

- Por quê?

- Antes eu ia toda social levar minha filha e nunca me atrasava, agora só chego correndo e com umas roupas toda largada.

Breno riu da observação da morena.

- Eu acho que essas roupas combinam com você- ele olhou rapidamente para a calça de moletom e a camiseta que a morena vestia- Antes eu achava que não, mas agora acostumei a te ver assim.

- Antes que você pergunte eu vou te responder: não, eu não trabalho com essa roupa. Eu troco lá- o loiro riu ao escutar a frase da morena pois realmente havia pensado sobre isso.

Ele estacionou o carro em frente à escola e então entraram.

- Eu vou ir lá falar com a minha mãe.

Breno foi até a sala da diretora.

- Bom dia!- ele beijou o rosto da mulher.

- Bom dia, meu amor- ela retribuiu o beijo- Como foram as coisas ontem?

- Ótimas! Ainda tá cedo pra falar, mas acho que vamos nos entender bem lá em casa.

- E a Jade? É esse anjo em casa também?

- Essa menina é maravilhosa! Sério, quando eu tiver uma filha quero que seja igual à ela- ele falou sorrindo- Mãe, a menina é muito inteligente. Ontem eu fiquei com ela pra Paula ir trabalhar e ela me contou cada história que eu morri rindo.

- Ela parece ser um amor mesmo.

  Eles conversaram por um tempinho e logo Breno voltou para onde Paula estava.

  - Ela já entrou?- perguntou ao ver que as crianças entravam nas salas.

  - Recém entrou- Paula explicou.

  - Vem, vou te levar pra casa- a morena já havia decidido que não diria mais as palavras "não precisa", para o loiro.

  Eles foram para o carro e partiram para a casa.

  - Alô?- Paula falou atendendo o celular- Mudança de rota- falou ao desligar o mesmo- Me ligaram que a Laila já tá pronta pra ir pra casa.

  - Então vamos conhecer a raposinha!

  Paula deu o endereço e então foram para o lugar. A morena fez todos os procedimentos e então pegou a cadelinha que estava dentro de sua caixinha rosa.

  - Ela é pretinha? Que fofa- Breno olhava para a cadelinha pelas grades da caixa.

  Eles foram para a casa e lá tiraram Laila da caixa. Diferente do que era acostumada, a cadelinha não saiu correndo animada, apenas saiu cheirando a casa.

  - Parece um panda e uma raposa- Breno riu observando a cadela.

  - É uma criança com cara de raposa e cor de panda- ela olhou para o homem e eles riram juntos.

  - Ela não parece esse terror todo que você disse- eles ainda observavam o pequeno ser andando pela casa.

  - A veterinária falou que ela ia desacelerar um pouco nos primeiros dias, mas que depois voltaria a ser o terror de sempre.

  - Ela não tem ração?- Breno questionou.

  - Sim, tá lá no meu quarto.

  - Por que não põe na sala? Assim ela tem mais liberdade pra andar pela casa e comer a hora que quiser.

  - Ela vai sujar sua casa toda.

  - A gente pode forrar a área lá de trás com aqueles tapetes e ensinar ela a fazer as necessidades lá- ele sugeriu.

  - Pode ser- Paula pôs uma mecha de seu cabelo para trás da orelha- Não tem que ir trabalhar?

  - Sim- ele deu uma risadinha- Sua companhia tava tão boa que eu até me esqueci- a morena segurou o sorriso ao ouvir a frase- Descansa bem e fica a vontade pra mexer em qualquer coisa. Mi casa, su casa!

  Ele deu uma apertadinha no ombro dela e se dirigiu até a porta.

  - Ah, esqueci de falar- ele virou de frente para ela- Adorei essa meia de ovo frito- deu um sorriso e saiu pela porta.

  Paula encarou a meia que tinha nos pés e não conseguiu conter o sorriso dessa vez.

  - Que homem!- exclamou e balançou a cabeça para afastar os pensamentos que teve com ele- Acho que to precisando de uma chamada de emergência!

  A morena se sentou no chão e Laila foi até ela.

  - Gostou da nova casa, filha?- ela deu um beijo na cabeça da cadelinha- O Breno é um cara legal, né?

  Era recém o segundo dia que estava hospedada na casa de homem, mas já estava praticamente se sentindo em casa.

Take Me HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora