Capítulo 13

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- Posso te fazer uma pergunta?- Breno perguntou enquanto ele e Paula andavam pelo shopping.

O loiro aproveitou que a morena tinha o dia livre, já que iniciaria o estágio na outra semana e não tinha aula, e resolveu tirar o dia para ir comprar coisas para decorar o quarto de Jade.

A morena havia insistido que não precisava, mas o loiro fez questão de sempre rebater qualquer desculpa que ela arranjava, a fazendo desistir de lutar.

- Claro- ela respondeu curiosa com o que viria.

- No dia que fomos te pegar na faculdade, eu vi você beijando um homem. É seu namorado?- Paula ficou alguns segundos em silêncio- Eu... foi muito intrometida a pergunta, né? Mil desculpas!

- Não, tá tudo bem- ela falou sorrindo para o tranquilizar- Eu demorei a responder porque a nossa relação é meio estranha.

- Como assim?

- A gente não namora e nem tem nenhum tipo de compromisso, mas sempre que estamos... você sabe, precisando de- ela limpou a garganta desconfortável- sexo, a gente faz a chamada de emergência.

Breno achou engraçada a vergonha dela por falar sobre o assunto.

- O que seria isso?

- A chama de emergência?- ele assentiu com a cabeça- A gente simplesmente manda um 'SOS' pro outro e então nos encontramos no banheiro da universidade- ela fechou os olhos com força- Isso soa tão errado.

- Talvez um pouco- Breno riu- Mas eu entendo, você não deve ter muito tempo pra... isso.

- Definitivamente não! Eu dei sorte ainda de ter conseguido flertar com o Caio.

- Ninguém te paquerava onde você trabalhava?- questionou.

- Demais! Até mesmo mulheres. Cada drink era uma cantada diferente.

Eles entraram em uma loja para escolher o papel de parede.

- O que acha desse?- Breno apontou para o papel de parede que era branco, todo detalhado em dourado e com algumas rosas como enfeite.

- Vai combinar com o edredom- ela analisou o objeto- Mas deve ter mais barato- se assustou com o preço.

- Nada disso! Nós vamos levar tudo que tem de melhor e mais bonito. Quem vai pagar vai ser eu, então a senhorita não ouse querer controlar valor- ele semicerrou os olhos a olhando.

Paula levantou as mãos como se estivesse se rendendo e então eles fizeram o pedido no caixa, e logo já estavam nos corredores do shopping novamente.

- Quando eles vão ir lá pôr? Eu não tava prestando atenção- a morena perguntou.

- Só semana que vem- ele falou- Então a gente pode comprar as coisas, mas deixar pra arrumar mesmo só quando o papel de parede já estiver no lugar.

- E tudo vai ficar aonde?

- No meu escritório. Tem bastante espaço lá, vai dar certinho.

Eles seguiram andando e comprando algumas coisas para a decoração do quarto. Breno não queria poupar nada, queria tudo do melhor para Jade.

- Pra pequena tá tudo aqui, agora vamos procurar pra senhorita.

- Breno, eu aceito tudo que você faz pela minha filha e agradeço muito, mas o quarto que eu estou tá realmente bom, não precisa de nada- ela sabia que se falasse apenas 'não é necessário', o loiro retrucaria.

- Mas e sou arquiteto, não aguento ver as coisas mal decoradas- ele tentou argumentar.

- Mas eu não sou- deu um sorrisinho- Vamos?

O loiro bufou e então eles foram para o carro e guardaram tudo.

- Vamos lá almoçar agora- ele fechou o carro.

- Por que não almoçamos em casa?

- Não quero te dar trabalho na sua folga, vamos comer aqui- a morena revirou os olhos e Breno a puxou pelo braço.

Eles foram até a praça de alimentação e escolheram um restaurante que Paula indicara.

- Meu chefe vivia pedindo pra eu comprar comida daqui e essa miséria é boa mesmo- ela falou fazendo Breno rir.

- Você comia com ele?

- Não!- exclamou- Quanto mais distante eu ficava dele, melhor.

- Esse é seu chefe de onde?

- Da última empresa que eu trabalhei como secretária.

- Você nunca me contou o motivo da demissão- disse curioso.

- Ah, aquele velho nojento ficava dando encima de mim- ela revelou surpreendendo Breno- E eu não podia fazer nada ou ele me demitia.

- Mas ele chegou a tocar em você?

- Se tivesse se atrevido eu quebrava a mão dele- Paula disse- E a minha demissão aconteceu porque aquela trouxa da esposa dele achou que eu tava tentando seduzi-lo, então fez ele me demitir e me difamar pra todas as outras empresas.

- Por que você seduziria ele?

- É o que eu to tentando entender até hoje, meu bem- Paula falou dando uma risadinha- Se ela soubesse o nojo que eu sempre tive dele não teria feito aquele showzinho.

- Deve ser ruim isso, né? Eu não tenho secretária, mas o meu sócio tem e eu já ouvi várias pessoas falando que eles têm algo.

- E é verdade?

- Não! Ambos são excelentes profissionais e é isso que eu não entendo. Acham que só porque a mulher tá trabalhando pro homem há algo a mais- disse indignado.

- Infelizmente é verdade- ela suspirou- Vamos comer?

Eles fizeram seus pedidos e logo já estavam comendo.

- Aquele seu ex-chefe tem bom gosto, viu? Oh comidinha boa- Breno falou após dar uma garfada na comida.

- É bom demais mesmo. Queria saber cozinhar assim.

- Tá brincando, né? A sua comida é maravilhosa, você cozinha até melhor que isso- ele apontou para o prato.

- Vou fingir que acredito.

- Eu to falando seríssimo. Você tem mãos de fada pra cozinha, acho até que se você por água a ferver ela vai sair gostosa.

- Vai a merda!- ela falou e eles riram.

Paula e Breno estavam desenvolvendo uma relação bastante saudável. Era uma cumplicidade que nenhum dos dois jamais tivera com outra pessoa.

Por mais que a morena ainda se sentisse fortemente atraída pelo homem, ela conseguia deixar isso de lado e apreciar a companhia dele como se fosse um amigo de anos e aquilo era novo já que ela nunca misturava a amizade com algo a mais.

O fator que a fez não investir em Breno foi a sua namorada, porque se o homem fosse completamente solteiro, ela tinha plena e absoluta convicção de que, uma hora dessas, ela não estaria na mesa com ele, mas sim na cama.

Take Me HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora