Capítulo 6

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Paula ficou encarando Breno por alguns segundos e logo pegou o copo de água que estava em frente ao loiro e levou até o nariz.

- O que você tá fazendo?- perguntou estranhado.

- Tem álcool aqui? Você tá bêbado?- por mais que houvesse o tom de brincadeira, Paula realmente considerou a questão.

- Não, eu to falando sério.

- Breno, o que tem a ver eu morar na sua casa?- ela empurrou o óculos de grau com o dedo indicador.

- Deixa eu expor meu raciocínio, aí você vai entender- ele limpou a garganta- Se você morar comigo, não vai precisar gastar com aluguel e nem com comida, então vai conseguir pagar a escola pra Jade e procurar um emprego sem tanta pressa.

- Olha, eu agradeço muito a sua preocupação, mas eu não posso aceitar isso- ela olhou dentro dos olhos do homem por alguns segundo- Eu já tenho duas alternativas pra conseguir me manter só com esse trabalho por enquanto.

- E quais são elas?

- Ou eu boto a Jade em uma escola pública e foco em pagar o aluguel...

- Péssima ideia- ele interrompeu fazendo a morena o fuzilar com os olhos- Qual a outra?

- Ou eu volto pra BH, pra casa dos meus pais, e busco outro emprego por lá, o que vai ser mais fácil já que eu conheço bastante gente.

- Não!- Breno exclamou a assustando- Vocês não podem ir embora. E como fica sua faculdade?

- Eu já tranquei ela por um ano inteiro, não vejo problema em trancar por mais um tempo.

- Paula, você não pode ficar trancando a faculdade ou não vai se formar nunca- ele rebateu.

- Eu vou me formar sim, mas eu preciso pensar na minha filha antes de qualquer coisa.

- Então, pensa no bem dela. Imagina como não vai ser triste ter que abandonar os amigos da escola pra ir pra uma cidade diferente.

- Tem coisas que são necessárias pro nosso crescimento- ela seguia argumentando.

- Paula, se você ficar lá em casa comigo, você vai poder seguir estudando, sua filha vai continuar tendo uma educação de qualidade e você vai ter muito mais tranquilidade pra achar outro emprego.

A morena ficou alguns segundos em silêncio olhando para o copo que estava em sua frente e Breno passou a analisar a mulher em sua frente. Ele nunca realmente havia prestado atenção na morena e só agora pôde ver tamanha beleza dela. Sua sobrancelha era perfeitamente desenhada e o conjunto 'boca, nariz e olhos' parecia que haviam sido esculpidas por um escultor inspirado.

- Eu posso pensar?- Paula quebrou o silêncio fazendo o loiro tirar os olhos de seu rosto.

Breno sorriu pois aquilo significava que a morena estava, pelo menos, cogitando a ideia.

- Vamos fazer nossos pedidos- ele deu um cardápio para ela.

Eles escolheram o que queriam e pediram para o garçom.

- Quer tomar uma cerveja comigo?- ele perguntou- Ou um vinho?

- Você tá dirigindo, esqueceu?

- Eu não fico bêbado com cerveja.

- Mas não há um ser humano que aguente o vinho- ela brincou.

- Você tem razão.

Ele chamou o garçom novamente e pediu uma garrafa de cerveja.

Take Me HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora