Capítulo 50

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Paula sentiu seu corpo se arrepiar da cabeça aos pés. Ela segurou o braço do namorado e tirou delicadamente de cima de si, logo fazendo o mesmo com a perna e então se levantou da cama.

- Por que chegou tão rápido?- ela falou baixinho saindo do quarto e indo para a sala.

  Ela estava muito ansiosa para saber o resultado, mas ao mesmo tempo o medo de sua expectativa ir pelos ares mostrando um resultado negativo no teste a deixava em pânico. A morena se sentou no sofá e desbloqueou o celular abrindo o e-mail. Ela encarou o arquivo por alguns segundos pensando se abria ou não.

  Era muito estranho tudo aquilo. O seu coração dizia que sim, seu sonho estava correto e Breno era o pai biológico de Jade, mas sua mente achava impossível que um sonho pudesse trazer uma revelação de tamanha importância nesse momento de sua vida em que ela já não se preocupava mais por quem era o pai de sua menina.

  - Coragem, Paula, você já é uma mulher adulta- ela sussurrou se encorajando.

  Estava morrendo de medo e podia sentir o seu coração acelerado. O dedo trêmulo foi em direção ao celular e abriu o arquivo. Paula olhou para o celular, mas seu olho não conseguia focar em nada.

  - Vai- ela fechou os olhos com força e logo abriu olhando para o teste.

  Ela demorou lendo os dados para então desviar os olhos até o resultado. Seu coração acelerou mais ainda com o que lera. Sentiu seus olhos se encherem de lágrimas e um sorriso surgir em seu rosto.

  POSITIVO, era isso que o teste revelava sobre a paternidade de Breno. O seu namorado era o pai biológico de sua filha e ela sentiu uma onda de felicidade tomar conta de seu corpo.

  Paula não conseguiu mais se segurar, ela começou a chorar e rir ao mesmo tempo. Não sabia se ficava emocionada ou se festejava. O misto de sentimentos causou a elevação de sua voz e fez com que seu namorado acordasse no quarto e fosse para a sala.

- Amor, o que foi?- Breno perguntou assustado ao ver o rosto da namorada banhado em lágrimas.

  Ela o encarou sorrindo e pulou no seu colo.

  - Eu te amo muito- foi o único que ela conseguiu falar enquanto o homem a segurava.

  - Paulinha, me explica o que tá acontecendo por favor- ele percebeu que era algo bom, mas ainda estava confuso.

  Ela desceu do colo dele e pegou seu celular o mostrando. Breno ficou confuso ao ler o que estava escrito.

  - O que isso quer dizer?

  - Quer dizer que você é pai de sangue da nossa filhinha, Breno- suas bochechas doíam de tanto que ela sorria, mas não tinha como mudar a expressão por tamanha felicidade.

  - O que? Mas como?

  - Eu sonhei com a noite que eu engravidei da Jade e era você, amor! Você foi o cara que eu transei bêbada no banheiro da balada- ela mordeu o lábio inferior anda sorrindo e esperou a reação dele.

  Breno não estava entendo muito bem, mas se o teste comprovava que Jade era sua filha, isso significava que era verdade. Ele fechou os olhos com força e se deixou levar pelas lágrimas. Paula se aproximou do namorado e o abraçou apertado.

  Eles ficaram um tempo assim até que ambos se acalmaram.

  - Eu to muito feliz, não me entenda mal- ele separou o abraço- Mas eu quero saber o que aconteceu, que dia foi, eu to perdido!

  - Senta aqui, amor- ela pegou a mão de Breno e os dois se sentaram no sofá- Foi no início de junho, dia dois, pra ser mais precisa, eu fui pra balada irritada por causa dos problemas em casa e enchi a cara. Era open bar...

  - Por ser o aniversário do Júlio- Breno completou assustado com tamanha coincidência.

  - Você conhece?

  - É meu primo, eu fui na balada nesse dia pra comemorar o aniversário dele e a última coisa que lembro de fazer foi dar ideia numa mulher na pista, só que não lembro nem o rosto.

  - Provavelmente era eu. Você foi me paquerar na pista, mas eu fui beber. Aí a gente bebeu mais do que deveria e você chegou em mim no bar. Eu te provoquei, você me beijou e a gente foi transar no banheiro- ela explicou.

  - Eu to em choque- ele tinha os olhos levemente arregalados- A gente... eu... você...

  - Sim, amor, a Jade é fruto de uma loucura nossa- ela sorriu e sentiu a veia de seus pescoço saltada de tanta intensidade de sentimentos- Ela é nossa filhinha.

  Breno voltou a chorar e a abraçar a namorada.

  - Eu to muito feliz- ele soluçava- Nunca imaginei isso.

  - Nem eu, amor. Sonhei com isso ontem e resolvi fazer o teste- ela separou e olhou em seus olhos- Eu só não te contei pra não criar uma ilusão. Se desse negativo eu nunca me perdoaria de te iludir.

  - Eu já disse que eu te amo?- os olhos verdes estavam mais claros que o normal.

  - Eu te amo muito!- ela segurou o rosto dele e deu vários beijinhos.

  - Por que essa felicidade toda?- Jade chegou na sala coçando os olhinhos.

  Breno se levantou do sofá e pegou a filha no colo a abraçando forte.

  - Te amo, minha filha!

  - Também te amo, papai- ela o apertou- O que houve?

  - A gente tem uma coisa pra te contar, filha, só que não vai poder ser tão detalhado porque você não tem idade pra entender isso ainda, tá bom?- Paula se aproximou e acariciou as costas de Jade.

  - Tá bom- ela falou um pouco desconfiada.

  - Senta com ela no sofá, amor- Paula disse para o namorado e ele o fez ainda segurando a filha com amor- Filha, você lembra que por muitos anos você não teve papai porque a mamãe não lembrava quem tinha posto a sementinha na barriga?- Paula se ajoelhou em frente à ela é perguntou da maneira mais delicada que conseguiu.

  - Lembro sim- Jade tinha as sobrancelhas franzidas devido à confusão.

  - Então, meu amor... O seu papai sempre foi o Breno!

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