Capítulo 11

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  O celular de Breno tocou e ele olhou o identificador que brilhava com o nome de Paula.

  - Alô?- ele atendeu.

  - Oi- ela falou baixinho- Posso te pedir um favor?

  - Por que tá sussurrando?- perguntou estranhado.

  - É que eu to na aula. Você pode ir buscar a Jade pra mim? Eu ia sair mais cedo da aula, mas o conteúdo é importante- ela pediu.

  Já fazia duas semanas que Paula e Jade estavam hospedadas na casa de Breno, então a morena já havia perdido um pouco do bloqueio com ele.

  - Claro, busco sim.

  - Eu já avisei a sua mãe. Muito obrigada- dito isso ela desligou o celular.

  Breno terminou tudo o que tinha que fazer e arrumou sua sala, saindo da empresa e indo para a escola.

  - Cadê a mamãe?- Jade perguntou quando o loiro a informou que ele quem a levaria para a casa.

  - A sua mamãe tá na aula e não pôde vir- ele explicou- O que acha de buscarmos ela na universidade?

  A menina o olhou animada e assentiu com a cabeça.

  O homem pegou a mochila de pequena e sua mão e então foram para o carro. Alguns minutos depois ele estacionou na universidade.

  - Breno, eu to com sono- Jade reclamou coçando os olhos com as mãos.

  - Vem aqui, pequena- ele pegou a menina no colo e ela deitou a cabeça em seu ombro acariciando suas costas, coisa que fazia com Paula quando ambas dormiam juntas.

  Breno trancou o carro e entrou no lugar segurando a menina da forma mais protetora que conseguia. Ele não sabia se a morena sairia agora, mas esperaria para levá-la para a casa.

  O homem se sentou em um banco que encontrou e ajeitou a menina em seus braços para que ficasse mais confortável. Breno olhou para o rosto adormecido de Jade e sorriu. Aquela proximidade toda com uma criança era nova e fez seu desejo de ser pai aumentar ainda mais. Ele levou uma mão até o cabelo da pequena e ficou acariciando até que, depois de um tempinho, várias pessoas começaram a sair de dentro do prédio.

  Ele se levantou e ficou com o olhar atento procurando Paula até que a achou. A morena saiu do lugar enquanto conversava com algumas pessoas e logo se despediram seguindo seus caminhos. Quando ela iria começar a ir em direção a saída do lugar, um homem a pegou pela mão e puxou, fazendo seu corpo ir de encontro ao dele. Breno se preparou para ir até lá, mas parou ao ver que ela sorriu e deu um pequeno selinho no homem.

  O loiro passou a observar a cena com atenção. Os dois trocaram algumas palavras e logo o homem prendeu os cabelos castanhos nos dedos e puxou a boca da morena em direção a sua, iniciando um beijo que fez Breno desviar o olhar. Ele esperou um tempinho e voltou seu olhar para o local, onde Paula dava alguns selinhos no homem, mas logo saia andando e rindo.

  - Ei!- Breno falou levantando a mão e chamando a atenção da mulher.

  Ela o olhou com as sobrancelhas franzidas, demonstrando surpresa e confusão, e com um sorriso no rosto.

  - Não sabia que viria- ela parou em frente à ele e olhou para a filha.

  - Surpresa- ele sorriu.

  - Dormiu?- perguntou acariciando o cabelo da filha.

  - Sim. Eu imaginei que ela estaria com sono já que ontem ela demorou bastante a pegar no sono.

  - Tadinha, não tá sendo nada bom pra ela ficar longe de mim assim- a morena lamentou com uma expressão que partiu o coração de Breno- Mas eu tenho uma boa notícia.

  Ela puxou o braço de Breno e eles foram em direção ao carro.

  - Qual a notícia?- perguntou se sentando no banco do motorista após deixar Jade no banco de trás com a morena.

  - Já to quase conseguindo outro emprego!- falou animada- Sabe aquelas pessoas que ficam digitando tudo que é dito em uma audiência?- Breno concordou com a cabeça- Uma colega minha me indicou pra vaga e eu vou fazer a entrevista amanhã.

  - Isso é ótimo, Paula!- ele sorriu e a olhou pelo espelho retrovisor- Agora não vai mais precisar trabalhar de madrugada.

  - Ainda to pensando sobre isso. Se eu continuar com os dois eu vou poder alugar outro apartamento pra mim e pra Jade.

  - Paula, se você trabalhar nos dois lugares, você não vai ter tempo pra ir a faculdade e muito menos pra estudar. E o pior de tudo é que sua filha mal vai ver você.

  A morena mordeu o lábio inferior ao perceber que o que o loiro falara era uma realidade.

  - Se você conseguir esse, deixa o da madrugada. Vai ser o melhor pra vocês duas.

  - O salário é menor, já que é estágio- ela revelou.

  - Dá pra pagar a mensalidade da sua filha na escola?- ela assentiu com a cabeça- Então pronto! É o emprego perfeito.

  Paula apenas sorriu e não falou mais nada.





  - Amor, a mamãe já tá indo. Se comporta!- ela se abaixou ao lado da filha e deu vários beijos seguidos em seu rosto- Te amo!

  - Eu também te amo!- a pequena deu um beijo na testa da mãe que logo saiu pela porta- Quando que ela vai voltar a me pôr pra dormir?

  - Logo, pequena!- Breno acariciou os cabelos da menina que tinha a cabeça apoiada em seu abdômen enquanto assistiam televisão- Você sente falta dela a noite?

  - Sim- ela aconchegou seu corpo mais ao dele- Ela sempre ficava deitada comigo até eu pegar no sono. Eu gosto de sentir o cheirinho dela- Breno sorriu com a revelação.

  - Ela cheira bem, né?- ele decidiu descontrair um pouco.

  - Ela diz que gosta do cheiro da pele das pessoas, mas se enche de perfume e cremes- a fala de Jade fez o loiro rir alto.

  - Eu não posso julgá-la porque eu também não sobrevivo sem perfume!

  Passou-se um tempinho e então a campainha da casa de Breno foi tocada.

  - Eu já volto- ele se levantou e foi até a porta- Letícia?

Take Me HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora