Capítulo 44

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  - Como vocês estão?- Caio perguntou olhando a expressão cansada da morena.

  - Oi?- ela desviou a atenção no notebook onde digitava e olhou para ele.

  - Você e o Breno, como tá o relacionamento?- ele ficou de frente para ela ainda sentado no sofá da casa da mulher.

  Paula havia convidado Caio para irem fazer o trabalho em sua casa, assim ela poderia ficar com a filha já que, pela sexta vez em dez dias, Breno resolveu sair com seus colegas da empresa após o expediente.

- Tá normal, por quê?- ela desviou o olhar.

- Tá nítido na sua expressão que há algo errado- ele cruzou as pernas encima do sofá para olhar a mulher.

- Na verdade nem eu sei- ela tirou o óculos e coçou os olhos com a mão- O Breno começou a sair com colegas depois do trabalho- a morena virou o olhar para o amigo- Não me entenda mal, eu acho ótimo ele ter amizades e tal, só que o único tempo que a gente tem pra ficar junto é a noite e finalzinho da tarde e agora ele chega bêbado e vai dormir.

- Então a questão é que vocês não tão transando?- ele arqueou a sobrancelha.

- Não, não é só sexo, a gente quase não tá tendo momentos juntos. Eu sei que pode parecer bobeira por ser tão pouco tempo, mas a gente ficava muito junto- explicou.

- Acha que essa mudança repentina dele pode ter a ver com nós dois?- Caio mordendo lábio inferior.

- Sinceramente? Eu acredito que sim- ela suspirou- Acho que ele tá saindo pra... sei lá- deitou a cabeça no encosto do sofá.

- Você acha que ele pode tá te traindo?

- Não!- ela levantou a cabeça novamente- Eu confio demais no Breno, tá doido? O único problema é essa falta de ficar junto com ele.

- E a Jade? O que tá achando disso?- o homem tirou o tênis para não sujar o sofá e botou os pés para cima segurando as pernas com os braços.

- Ela não fala nada sobre, mas fica nítido que ela tá sentindo falta dele- a morena retirou o casaco ficando apenas de regata- Quer dizer, ele nunca faltou com o papel de pai, mesmo chegando tarde ou bêbado ele vai até o quarto dela dar um beijo de boa noite e continua muito carinhoso com ela.

- Você já conversou com ele sobre como tá se sentindo?

- Não dá. As vezes que ele não sai com os amigos ele vai pra casa da mãe dele- ela suspirou- Eu chego em casa e ele e a Jade não estão.

- Quando você volta da minha casa?- ela assentiu com a cabeça- Você quer que eu converse com ele? Isso tá me cheirando a ciúmes.

- Isso só ia piorar tudo- a morena respirou fundo- Algum dia desses eu vou vir pra casa mais cedo ou ir na empresa dele pra nós conversamos e esclarecer tudo o que tá acontecendo.

- Faz isso, vai ser bom pra vocês dois- Caio sorriu e passou a mão pelos cabelos castanhos da mulher- Vamos continuar o trabalho?

Eles pegaram o notebook novamente e seguiram pesquisando e montando o trabalho para a faculdade.

- O que acha de um vinhozinho? Nossos neurônios já tão fritando- Paula sugeriu.

- Eu acho ótimo!- o homem suspirou- Esse trabalho é pesado demais.

- Tá parecendo até um pré TCC- Paula riu- Pega lá na cozinha enquanto eu continuo aqui, por favor!

Ela falou onde estava tudo e o homem se levantou indo até a cozinha e pegando o vinho e duas taças. Ele voltou para a sala e serviu.

- Delícia!- a morena exclamou sentindo o gosto do vinho.

- Bom esse vinho, você que escolheu?- Caio perguntou dando outro gole.

- Não, o Breno tem um ótimo gosto pra vinho, conhece direitinho- ela explicou.

Eles seguiram estudando e tomando algumas raças de vinho.

- E a Jade? Vai dormir até quando?- o homem perguntou.

- Ela não tá dormindo não, moço! Ela só tá brincando, o silêncio todo é porque eu disse que a gente tava estudando.

Foi ouvido os barulhos de chave e logo a porta se abriu revelando Breno.

- Olha!- o loiro, claramente alterado, falou olhando os dois ali no sofá e as taças de vinho- Tá bom esse trabalho?

- Oi, amor- a morena resolveu agir normalmente- Chegou cedo hoje- ela sorriu.

- Eu tava com saudade!- uma característica de Breno bêbado era a alteração de humor- Vem aqui me dar um beijinho, mor- ele fez um bico.

Paula deu o notebook para Caio e se levantou indo até o namorado e dando um selinho nele.

- E aí, cunhado?- ele sorriu para Caio.

- Oi- o homem estava um pouco constrangido com a situação.

- Amor, não quer ir tomar um banho?- ela passou a mão pelo peito dele.

- Por quê?- a olhou sério- Quer se livrar de mim?

- Não- ela forçou uma risadinha- Só pra você relaxar.

- Eu só vou relaxar se você for comigo!- ele segurou o rosto dela com as duas mãos.

- É... Paulinha- Caio se levantou do sofá- Acho que já tá bom por hoje, outro dia a gente continua.

- Tá bom, Caio, até amanhã- ela se desvencilhou dos braços do namorado e levou o colega até a porta- Desculpa por isso.

- Imagina, não é sua culpa- ele olhou para dentro de casa e, vendo que Breno não olhava, ele deu um beijo na testa dela- Qualquer coisa me liga.

Ela voltou para perto do namorado.

- Breno, vamos lá para o quarto que eu vou te dar um banho- ela segurou o braço dele.

- Não, banho não!- ele resmungou.

- Não teima!

Ela o pegou pelo braço e o levou até o quarto com muito dificuldade já que o homem estava cambaleando por conta do alto nível de álcool.

Paula abriu a camisa dele e a tirou, logo fazendo o mesmo com a calça, sapato e meias. Ela o empurrou até o chuveiro e abriu o mesmo no gelado.

- Paula!- ele gritou sentindo a água gelada- Que isso?

- Isso é pra você ficar melhor.

A morena se sentia triste com o que estava vendo. Era o dia que Breno havia voltado pior, nem em pé conseguia parar direito.

- Eu quero sair.

- Se você parar de teimar vai acabar mais rápido- ela disse paciente e ensaboando o corpo dele.

Ela terminou de dar banho no namorado e pôs uma cueca nele o levando para a cama. O cheiro de álcool já havia saído, mas ele seguia alterado.

- Dorme- ela falou ao sentir o namorado puxar o seu braço.

- Eu quero você- ele sussurrou segurando a cintura dela e beijando sua barriga.

- Breno!- ela o repreendeu- Deita e dorme! Amanhã a gente conversa.

- Fica aqui comigo?- ele pediu a olhando.

- Fico.

Ele se ajeitou abraçando sua cintura e Paula ficou acariciando seus fios loiros até que o homem finalmente pegou no sono. Ela ficou observando aquele ser que ela tanto amava e sentiu uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto.

Take Me HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora