Capítulo 23

695 62 18
                                    

  - O que? Não! Ela não faria isso- Breno se afastou da morena.

  - Do que vocês tão falando?- Maria Olívia perguntou curiosa.

  - A Paula tá insinuando que pode ter sido a Letícia, mas ela não seria capaz. Eu namorei ela por muitos anos!- o loiro franziu as sobrancelhas.

  - Mas por que ela faria isso?- Bruna questionou.

- Ela nunca foi muito com a cara da Paulinha e ontem eu terminei nosso relacionamento, então...

- E esse término tem algo a ver com você?- a mulher mais velha olhou para Paula.

- Não, Maria Olívia- ela olhou no olho da mulher por alguns segundo e logo voltou a focar na pulseira- Eu não quero ficar aqui parada esperando a minha filha aparecer do nada.

- Mas é preciso você ficar aqui quietinha pra polícia poder fazer o trabalho dela, Paulinha- Breno voltou a se sentar ao lado da morena.

- Mas é horrível ficar aqui sentada. Sabe-se lá o que tão fazendo com a minha bebê- Paula pôs as mãos no rosto e derramou mais algumas lágrimas.

- Calma, querida- Maria Olívia abraçou a morena- Eu entendo a sua dor, mas você precisa manter a calma nesse momento.

Breno ficou olhando para a mulher naquele estado e pensando se realmente sua ex-namorada não seria capaz de uma coisa dessas. Ele pegou seu celular para mandar uma mensagem para a mulher e estranhou ter uma mensagem apagada dele para ela na noite anterior, sendo que ele sequer havia falado com a mesma por WhatsApp.

- Merda- ele sussurrou e se levantou indo para a cozinha- Atende de uma vez- ele falou para si mesmo enquanto andava de um lado para o outro com o celular na mão.

- Alô?- a voz de Letícia foi ouvida do outro lado.

- Você... Onde você tá?- ele perguntou.

- Eu to em casa- deu para ouvir no fundo a voz fina de uma criança falando com a mulher.

Breno desligou o celular imediatamente e foi até a sala.

- Acho que a Letícia tá com a Jade.

- Como é?- Paula se levantou e o olhou irritada.

- Eu achei que ela não fosse capaz, mas... vamos logo!

Ele pegou as chaves do carro e então os cinco foram para a casa de Letícia com Breno no comando da direção.

- Filho, dirige mais devagar- Maria Olívia pediu.

- Eu quero ver a Jade logo- ele falou não se importando com sinaleiras vermelhar ou placas de sinalização.

Ele estacionou o carro e então todos desceram rapidamente. Breno já chegou abrindo a porta da casa e encontrando a pequena e a mulher sentadas na mesa de jantar.

- Olha quem apareceu- Letícia olhou para a porta.

- Filha!- Paula entrou correndo e pegou a pequena da cadeira se afastando de Letícia- Oh, meu amorzinho!

- Oi, mamãe!- Jade abraçou o pescoço da mãe.

- Por que você fez isso?- Breno perguntou olhando bravo para a mulher.

- Eu só queria que ela conhecesse a minha casa e duvido que a sua namoradinha ia deixar- Letícia se levantou lentamente.

- Você tá bem, meu amor?- Paula passou a mão pelo rosto da filha.

- Sim, a tia Let tava me mostrando a casa dela.

- Você tem noção do que fez, Letícia?- Maria Olívia perguntou séria.

- Gente, não foi grande coisa- nesse momento Paula tirou a atenção da filha e focou na mulher.

- Não foi grande coisa?- a expressão do seu rosto estava irada de uma forma que Breno nunca vira- Você sequestrou a minha filha, sua doente!

- Pergunta pra Jade se foi contra a vontade dela.

- Ela tem cinco anos!- a morena exclamou- Você não tinha o direito de pegar ela da escola sem falar nada pra ninguém.

- Mas peguei- falou como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- Como você fez isso?- Breno perguntou e logo foi até Paula acariciando o cabelo de Jade.

- Eu peguei um áudio do seu celular onde ela pedia pra você buscar a menina, mandei pra mim e mostrei pra monitora como se fosse ela que tivesse mandado.

- Você é totalmente doente- a morena estava indignada com a frieza da mulher naquele momento.

- Pelo menos eu não sou uma destruidora de namoros. Eu não consigo nem imaginar as coisas que você deve ter feito pra seduzir o Breno dessa forma e fazer ele terminar comigo.

- Eu não fiz nada- Paula segurava Jade forte em seus braços sabendo que a menina estava assustada com o que acontecia.

- Você não merece esse anjo que tem como filha. Ela merecia uma mãe muito melhor do que essa vagabunda que você é- as palavras da mulher foram como a gota d'água para Paula.

- Breno, segura a Jade por favor- ela se virou de frente para o loiro e ele pegou a pequena a apertando com todo amor nos braços.

- O que você vai fazer?

Paula tirou o óculos de grau, dando para o homem e foi até Letícia a puxando pelo cabelo e a jogando contra a parede, imobilizando a mulher logo em seguida.

- A minha vontade é quebrar a sua cara e arrancar cada fio loiro dessa sua cabeça oca, mas eu vou pensar na visão da minha filha. Ela não merece presenciar uma cena dessas- ela sussurrou no ouvido da mulher- Liguem para a polícia e digam que já achamos o sequestrador.

- Polícia? Acho que não é necessário- Letícia disse assustada com o rosto contra a parede.

Breno ligou para os policiais e avisou.

- Você pode largar ela. Ela não seria capaz de fugir- ele falou para a morena.

- A última vez que você achou alguma coisa estava errado- Paula olhou para Breno com olhos ferozes.

Depois de um tempinho a polícia chegou.

- Vamos precisar que todos vão para a delegacia dar seu depoimento.

Eles levaram Letícia e então Paula se aproximou de Breno pegando a filha novamente.

- Desculpa por essa cena, meu amor- ela beijou o cabelo de Jade enquanto a abraçava.

- A gente promete que nunca mais vai acontecer- Breno falou abraçando as duas e encostando a cabeça na de Paula.

Maria Olívia e Sérgio trocaram olhares cúmplices. Para eles aquela cena estava parecendo de uma família. Eles repararam a conexão que Breno tinha com a pequena, mas não pensavam que a sintonia com Paula também fosse tão linda dessa forma.

- É impressão minha ou aquilo parece uma família?- Bruna sussurrou para os pais enquanto observava o loiro beijando a cabeça de Jade e logo a da morena.

- Não é impressão!

Take Me HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora