Capítulo 48

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  - O que foi, amor?- Breno acordou assustado e viu a namorada sentada na cama ofegante.

  - Eu...- ela não terminou a frase.

  - Teve um pesadelo?- o loiro se sentou ao seu lado e abraçou seu ombro fazendo carinho no local.

  - Não, eu... eu não sei- ela seguia respirando com dificuldade.

  - Olha pra mim- ele virou o rosto dela para si e viu os olhos castanhos assustados- Calma, mor- puxou a namorada em sua direção e a abraçou- Inspira pelo nariz e solta pela boca- ele orientou se afastando dela.

Paula fez o que o namorado pediu e, em pouco tempo, sua respiração se normalizou.

- Quer ir ao banheiro lavar o rosto?- ele passou a mão por sua nuca sentindo o suor acumulado- Você tá suando, mor- disse preocupado.

A morena não conseguia dizer uma só palavra. Breno se levantou da cama e pegou a mão da namorada a auxiliando para que ela se levantasse também. Eles foram até o banheiro e o loiro parou em frente à outra.

- Meu amor, você quer tomar um banho? Seu corpo todo tá suando- ele passou a mão pelo peito dela ao ver a umidade.

Ela olhou nos olhos dele por apenas um segundo e logo concordou com a cabeça. O loiro estava muito preocupado com o estado que a namorada estava, não conseguia imaginar o que de tão ruim ela havia sonhado para que estivesse daquela maneira.

Breno segurou a barra da blusa de pijama dela e puxou para cima, logo desceu o short a deixando nua. Ele fez ela se apoiar na pia e se abaixou tirando as meias coloridas de seus pés.

- Espera aí que eu vou ligar o chuveiro- mesmo dormindo vários dias no apartamento da morena, o loiro ainda tinha dificuldade em lidar com aquele chuveiro.

Ele girou um lado e saiu a água super fria, logo girou o outro e parecia estar pegando fogo. O homem, depois de um pouco de luta, conseguiu deixar em uma temperatura boa para que a namorada se refrescasse, mas não congelasse.

- Vem, meu amor- ele olhou para aquele corpo encolhido e trêmulo e sentiu seu coração se apertar. Queria muito ajudar a morena, mas não sabia como.

Ele foi para trás dela e segurou seus cabelos o prendendo em um coque, estava pessimamente feito, mas era o suficiente para não molhar durante o banho. Pegou a mão da namorada e a levou até o chuveiro molhando seu corpo.

- Tá boa a água?- o loiro a auxiliava.

Ela apenas concordou com a cabeça e fechou os olhos logo em seguida sentindo a água bater em suas costas. Breno terminou de auxiliar a morena no banho e então a ajudou a se secar e logo vestir um pijama limpo que ele pegou em sua gaveta.

- Vamos deitar.

Eles foram para a cama novamente e o homem deitou de barriga para cima, puxando a namorada para o seu peito.

- Você tá melhor?- disse após um bom tempo de silêncio.

- Sim, obrigada- foi a primeira frase coerente que conseguiu formar desde que acordara.

- Quer me contar o que aconteceu?- ele acariciava os fios castanhos.

Paula havia sonhado com o dia em que engravidou de Jade. O dia que era uma incógnita para ela já que se esquecera completamente o que aconteceu. Ela apenas soube identificar por causa dos ocorridos antes do álcool atingir seu corpo.

Ela havia visto no sonho o rosto do homem com quem transara, o rosto do possível pai de Jade. Ela havia visto o rosto de Breno e, por mais que quisesse muito contar para o loiro, tinha medo que fosse apenas um sonho sem sentido e que acabasse criando falsas expectativas no loiro.

- Eu to cansada- ela resolveu desconversar.

- Mas você tá bem? Não quer ir ao médico- perguntou preocupado.

- Não, amor, eu to bem- agora ela já estava mais calma.

Já faziam quatro meses que Paula se mudara para aquele apartamento e, sempre que dormia sozinha, tinha prévias do sonho que tivera essa noite, porém nunca conseguia realmente enxergar o rosto do parceiro.

- Me promete que, se acontecer de novo e eu não acordar, você me chama?- ele apertou seus braços em torno dela.

- Eu prometo, mas não se preocupe que não vai acontecer novamente- ela garantiu.

- Tá, então dorme que amanhã a gente vai levar a nossa filha no médico pra ver essas febres doidas que ela tá tendo.

Nos últimos dias, Jade começou a ter uma febre sem explicação alguma. Ela não tinha nenhum sintoma de doença, apenas sua temperatura subia causando preocupação tanto em Paula quanto em Breno.

- Será que é alguma coisa grave? Não deveríamos ter levado ela antes?

- Não, mor, não deve ser nada, na verdade. E a gente tá levando no momento certo, não se preocupe- deu um beijo longo na testa dela.

- Acho que eu vou ir lá checar ela, amor- Paula informou e foi se levantar, mas foi segurada pelo namorado.

- Não, deita aí e dorme porque você tá cansada, eu vou ir lá ver nossa filhinha e, qualquer coisa, eu te acordo, tá bom?

- Tá.

Breno segurou o rosto de Paula e deu vários selinhos seguidos em sua boca.

- Dorme.

Ele se levantou da cama e foi até o quarto de Jade. A porta estava aberta e ele logo pode ter a visão de sua filha encolhida na cama e agarrada a uma pelúcia da Fera de 'a bela e a fera' que Sérgio a havia presenteado.

Breno se aproximou da cama e encostou a boca da testa da pequena para ver sua temperatura. Como viu que estava normal, ele apenas deu um beijinho na testa dela e seguiu observando o sono tranquilo da filha. Após um tempo, ele foi novamente para o quarto e encontrou a namorada adormecida.

O homem se aproximou da cama e deitou ao lado da mulher observando seu rosto sereno. Ele nunca havia visto a amada no estado em que estava anteriormente e aquilo o deixou extremamente preocupado, mas ver aquela expressão tranquila que ela tinha enquanto dormia fez seu coração se acalmar e se convencer de que talvez o melhor seria não relembrar a namorada do episódio, já que tinha em mente perguntar sobre o ocorrido no dia seguinte. Ele encaixou seu corpo ao dela a abraçando e então pegou no sono juntamente com sua amada.

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