Sete dias.
Sete malditos dias sem qualquer rastro dela, esperando esquecer deste perigoso e infeliz desejo por minha ex-aluna de literatura.
Eu deveria saber que depois dos meses que convivi com a pequena e insurgente senhorita Hayes, eu não seria capaz de ignorar o que surgiu entre nós dois tão facilmente.
Realmente, a culpa é minha. Ela é só uma menina. Uma vítima. Sou o adulto, àquele que deveria ser responsável, impor limites e impedir um drama tão abominável assim. Como posso ainda ser este homem tão cruel?
Caminho por meu tão silencioso apartamento com um copo de água na mão e a merda dos meus pensamentos naquela maldita menina.
Eu lembro que ela foi embora sem olhar para trás, deixando tudo muito claro para mim. Esqueça-me, professor Raymond. — dizia o seu adeus tão sensato e frio quando saiu definitivamente da Empire.
Mas esquecer é algo que pode nunca acontecer. Sempre haverá um fiapo de esperança que ficará lá, quieto, guardado no canto mais escuro e distante da memória, apenas aguardando ser novamente emendado ao proibido tecido do qual pertence.
Convidei a exageradamente afetada da senhorita Griffin para um jantar caseiro, ainda tentando e lutando comigo mesmo e contra todas as possibilidades para tentar me livrar do que venho sentindo por minha ex-aluna.
Estou cortando alguns pimentões na ultramoderna cozinha do meu apartamento quando o interfone é acionado. Atendo, permitindo a subida da entusiasmada Lana Griffin, enquanto volto aos preparativos do nosso delicioso jantar.
Em pouco tempo, deparo-me com uma focada, bela e ruborizada mulher em um fatal vestido vermelho que sacode uma garrafa de vinho com um olhar explicitamente malicioso para mim.
Vejamos o que a senhorita Griffin pretende fazer está noite.
— A noite pede por um brinde especial, não é mesmo? — Ela sorri.
— Muito bem pensado, Lana. Fique à vontade. Acho melhor colocar na adega, não? — Aponto para a garrafa com o queixo e Lana logo a leva para o local adequado, voltando para perto de mim, os olhos ansiosos.
— Isso está com um cheiro ótimo. O que preparou para nós?
— Eu sou um amante da culinária italiana, sabe?
Nós dois começamos a sorrir.
— Oh, então teremos uma pizza, Enzo? Soa tão caseiro. Adoro, a propósito.
— Podemos pedir uma pizza mais tarde, se assim o desejar. Mas, estou seguro de que você vai se apaixonar tanto pelo risoto de filé Mignon e Shitake que preparei que não vai querer saber de pizza nenhuma.
— Você sabe que agora fiquei muito tentada?
— Confia em mim. Você vai aderir à culinária italiana depois desta noite.
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Amores Proibidos - Vol. 1
RomanceA tempestade costuma castigar a cidade de Dreamland e não é uma novidade a nenhum de seus habitantes. Mas, atrasada para a aula de literatura do senhor Raymond - a brilhante, encantadora e jovem Anna Hayes não esperava contar que justamente naquele...