Selena andava em direção sua residência com a cabeça inquieta por conta da conversa com Bethany. Aquelas indagações e perguntas rodavam em sua mente e agitavam seu coração a fazendo meditar sobre todas as suas ações até aquele momento.
Ao chegar à porta de casa, ouviu a gritaria:
– Então ele está me traindo, só pode! – a voz de Juliana era arrastada por conta do choro.
– Eu não estou! – O marido tentava se defender.
– Explica o que aconteceu com esse dinheiro, vamos? – indagou a irmã de Selena novamente.
– Eu...E...Eu... – ele gaguejava.
Tessa ao lado da tia disse: – Mamãe e papai ainda estão brigando. – Selena olhou para a sobrinha com compaixão e assentiu.
Ela e as duas meninas entraram em casa e viram toda aquela cena de batalha do cunhado e a irmã.
– Seu horrível! Como você pode fazer isso comigo? – Juliana avançou com raiva para cima do marido, batendo no peito dele.
– Parem com isso JÁ! – a voz do Sr. Cadori ressoou por trás de Selena. Ele e a esposa haviam, enfim, chegado.
O casal parou sua briga no mesmo instante e Juliana em meio às lágrimas apenas se afastou do esposo e desabou no sofá com a cabeça entre as mãos.
– Juliana decida o que quer, eu conversei milhares de vezes com você sobre o Fábio – o pai começou o sermão –, mas sempre retornou para ele. Então decida sua vida, pois não vou ficar aguentando essas brigas intermináveis!
O silêncio pairou sobre a casa. Todos se olhavam entre si e o sentimento de derrota era visível em Fábio e Juliana. Há anos aquele casamento só trazia lutas e mais fadiga. Os vícios do marido lavavam todo o dinheiro e a esposa era tão insensata que não conseguia resolver suas dificuldades se não fosse pela base do grito. A irmã mais velha de Selena se sentia no fundo do poço. Ela começava a reconhecer que suas escolhas e desobediência só tinham sugado todas as suas forças e agora não sabia como sair daquele buraco profundo em que se encontrava. A jovem pegou as filhas e foi para seu quarto atrás da casa e Fábio foi ao seu encalço.
Selena ao ver a desilusão na vida da irmã se apiedou. Era triste ver como Juliana tinha a si mesmo destruído com suas péssimas escolhas, a começar pelo marido, e ela a vendo naquela situação percebeu como a consequência do pecado sempre chega e aquilo que no início parecia ser mel no fim se amargou.
– Eu não sei mais o que faço com essa menina, porém não posso expulsá-los. Ela é minha filha – pronunciou a Sra. Cadori, sentando no sofá desolada por conta daquela discussão.
– Se ela não mudar pode ter certeza que eu mesmo a colocarei daqui pra fora – declarou Renato, totalmente, estressado.
– Você não teria essa coragem! – protestou a Laura com os olhos vermelhos em direção ao marido.
– Paga pra ver! – respondeu ele, rispidamente.
– E as suas netas? – indagou a mãe de Selena.
– Eu vou ao juizado e recorro à guarda para nós e assim ela vive essa vida infeliz que quer – respondeu ele friamente e deixou a esposa com a filha na sala indo para o quarto.
A Sra. Cadori arfou no sofá e chorou copiosamente, colocando a mão no peito sentindo uma grande dor. Sabia que o marido era tolerante, mas a paciência dele estava, de fato, acabando e provavelmente faria o que dissera. Há anos orava para que a situação da filha mudasse, contudo as coisas só pareciam piorar.
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FIEL
SpiritualSelena Cadori, após anos de estudos, consegue seu primeiro emprego. Ela recebe um aviso solene de como se portar naquele local, mas as lutas em seu coração logo começam: Incredulidade; Paixão e Dilemas. Sentimentos que outrora lhe eram desconhecido...