– Eu já estou indo! – Selena gritou mais uma vez para Bethany que a esperava no portão de casa.
O dia da viagem para a conferência, enfim, havia chegado. A Sra. Laura há dias já se achava desfrutando do seu lar depois de semanas no hospital. A sua recuperação estava a cada dia melhor e deu grande incentivo para que sua filha aproveitasse aqueles momentos com outras irmãs em Cristo. Selena se despediu dos familiares com abraços e beijos, pedindo para que se algo acontecesse entrassem em contanto com ela imediatamente.
– Cuide dessas meninas, Danilo! – O Sr. Renato declarou do portão para o motorista das duas amigas.
– Eu irei, senhor! – respondeu o jovem e tomou sua posição no assento atrás do volante.
– Danilo, você não precisava se dispor a dirigir tanto só para nos levar – Bethany falou. – Eu creio que você teria algo mais importante para fazer, não é mesmo?
Ele riu com a preocupação da mocinha.
– Meus serviços estão atualizados, agradeço pela preocupação. E não é trabalhoso levá-las, além dos mais é útil ir à Campinas, é uma oportunidade de visitar meus pais e irmãos, que não fazem ideia desta minha visita repentina.
– Seus pais moram lá? – Selena perguntou do banco do carona.
– Oh, sim! E me cobram uma visita desde quando cheguei da Espanha. Dizem que sou um filho desnaturado por ainda não tê-los vistos.
– Parece minha avó. – Bethany jogou o corpo no encosto do banco de trás. – Sra. Gracinda é uma figura em seus dramas.
– Oh, se é! Ela é a melhor vizinha que eu já tive – Danilo proferiu, enquanto fazia o retorno numa das avenidas.
– E você para ela. – Selena olhou para trás ao atentar-se no tom de voz que Bethany usava. – Você acredita que a vovó prepara pães de mel para ele todos os finais de semana? Além de algumas tortas de frutas. Nem pra mim que sou neta de sangue, ela faz. – A jovem cruzou os braços no peito e fez bico.
– Danilo, o roubador de avós – Selena proclamou um novo adjetivo para as "qualidades' do amigo e o rapaz no pôde deixar de gargalhar. – E o que eu faço com você, hein? Já te falei sobre esse seu vício por doces. – A menina cruzou os braços e semicerrou o olhar para o motorista que possuía um sorrisinho no canto dos lábios.
– É mais forte do que eu. Mas ano que vem vou procurar me conter mais.
– Ano que vem nada! Você precisa se esforçar este ano mesmo – a amiga disse em tom ameaçador. – Daqui a pouco estará sofrendo com uma diabetes.
– Meu Deus! Quanto drama, Selena! – Danilo a olhou de escanteio. – Você sabia que minha mãe sempre prepara rabanadas só pra mim quando eu a visito? Não posso fazer essa desfeita.
– Mas olha, o menino mimado da mamãe! – Selena o provocou com um sorrisinho malicioso nos lábios.
Bethany no banco de trás do carro ao contemplar a discussão dos dois, virou o rosto para a paisagem urbana que passava por eles pela janela e dizia dentro de si: "Não vou shippar!" "Não vou shippar!" "Jesus, cadê meus cactos?" Naquela altura eles já tinham voado pela janela.
***
O estacionamento do pequeno Sítio em que as meninas ficariam estava lotado. Danilo as ajudou com as bagagens até o salão do culto, que era o lugar reservado, naquele momento para as bagagens, até que as confirmações de inscrições fossem feitas. Algumas moças ficariam nos dormitórios do próprio local e as demais se hospedariam nas pousadas próximas ao evento. Selena acompanhou Danilo até o carro, enquanto Bethany começava a auxiliar algumas irmãs.
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FIEL
SpiritualSelena Cadori, após anos de estudos, consegue seu primeiro emprego. Ela recebe um aviso solene de como se portar naquele local, mas as lutas em seu coração logo começam: Incredulidade; Paixão e Dilemas. Sentimentos que outrora lhe eram desconhecido...