Há três dias a família Cadori sentia grande empolgação com as notícias sobre a situação da Sra. Laura, pois, enfim, havia acordado de seu coma e estava estável, se mostrando apta para a cirurgia marcada para o dia posterior. Todos os parentes próximos haviam se prontificado para a doação de 10 bolsas de sangue para a operação da troca de válvulas.
O marido e as duas filhas estavam sentados nos bancos da sala de espera, esperando o momento de poder fazer uma visita à matriarca. Selena foi a última. Ela sentia tanta alegria e profundas emoções que não conseguia disfarçar seu rosto vermelho. Juliana chegou por trás e a tocou no ombro, indicando com a cabeça que podia ir até o quarto. A jovem assentiu e caminhou para o encontro de sua mãe. A cada passo pelos corredores brancos, esfregava uma mão na outra e engolia em seco querendo driblar as emoções que a enchiam. Abriu a porta aos poucos e pôs a cabeça para dentro a fim de ir se situando com o ambiente, ela avistou aqueles olhos castanhos em sua direção e não pôde deixar de derramar algumas as lágrimas.
– Mamãe! – exclamou e correu em direção de sua genitora, abraçando a senhora com extenuantes afetos.
– Minha pequena! – a mãe retribuiu o abraço com as poucas forças que possuía em seus músculos.
Selena por 5 minutos apenas chorou nos braços de sua mamãe. A senhora não compreendia lágrimas tão copiosas de sua filha. Era bem certo que seria por causa de sua condição, mas compreendia que podia ter algo além sendo exposto ali.
– Você está bem, filha? – perguntou Laura, tirando os fios molhados do rosto da moça.
– Eu estou sim – Selena respondeu com um sorriso e acariciando as mãos magras de sua mãe. – Minhas lágrimas são de alegria por saber que em breve a senhora sairá daqui. Nossa! Deus realmente faz milagre nos últimos minutos da prorrogação.
Laura soltou uma risada pela alegoria usada pela jovem.
– A gente é acostumada com esses milagres – declarou a mulher, que já aparentava melhoras em sua fisionomia.
– É sim! Mas – Selena baixou a cabeça e umedeceu os lábios –, eu cheguei a duvidar.
A Sra. Laura ergueu as mãos e acariciou a cabeça da filha mais nova. Aquela sua bebezinha que a cada dia via crescer e se tornar uma jovem forte, apesar de deslizar algumas vezes em sua trajetória de vida.
– Todos nós temos tendência a duvidar. Ainda bem que Deus age independente de nós. – A mulher apertou os lábios e respirou fundo, descansando o corpo em sua maca. – E por isso, podemos repousar na sua soberania que rege todas as coisas, segundo seu querer eterno. – Ela fechou os olhos e suspirou, mostrando como as visitações já tinha lhe cansado.
– Amém! – Selena beijou as mãos de sua genitora e se despediu, saindo de mansinho do quarto.
A jovem do lado de fora soltou um resfolgo profundo. Sabia, no íntimo de seu ser, que tudo ficaria bem.
***
Aquela manhã nasceu com o sol radiante entrando pelas frestas das janelas, com efeito Selena despertou com muita disposição, pois era o dia da cirurgia. A jovem se arrumou e seguiu para a cozinha a fim de preparar um chá para si, mas ao entrar no ambiente vira que seu pai achava-se presente. O coração da menina se apertou porque ainda não tinha tido coragem para dizer nada sobre sua demissão. Havia dado a desculpa da doença da mãe para sua ausência no emprego, mas não queria enganá-lo, porém o receio da reação de seu pai lhe perturbava a mente. Será que seu ele a acusaria de ser egoísta? Ou mesmo de fraca e covarde? Todas essas indagações sobre os possíveis agir dele lhe agoniavam.
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FIEL
SpiritualSelena Cadori, após anos de estudos, consegue seu primeiro emprego. Ela recebe um aviso solene de como se portar naquele local, mas as lutas em seu coração logo começam: Incredulidade; Paixão e Dilemas. Sentimentos que outrora lhe eram desconhecido...