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Depois da escola bíblica dominical, todos voltaram para a fazenda. Selena estava maravilhada com a exposição do pastor acerca de Hebreus 4 sobre o descanso do Senhor para os seus filhos, desejando assim que a promessa logo se cumprisse. No entanto, enquanto não acontecia, ela desfrutava daquele dia que parecia ainda mais iluminado, querendo usufruir o máximo possível da sensação de serenidade. Ao descer do carro, sentiu o ar mais leve e a brisa que balançava seus cabelos lhe trazia sensações gostosas de verdadeira alegria.

– Já contei sobre os dotes culinários de Danilo, Selena? – Melinda a despertou com sua alta declaração, enquanto tirava os filhos do carro.

– Não. – Selena franziu o cenho e mirou o rapaz que apenas deu de ombros. – Mas é cheio de novidades este menino!

Ele apenas esboçou um sorriso charmoso em sua direção.

– Danilo, hoje a janta vou deixar por sua conta – Melinda informou. – Antes que parta quero apreciar sua comida.

– Será um prazer, Sra. Menezes! – O jovem assegurou e virou-se em direção a Selena. – Vamos primeiro ao super mercado. Selena, você me acompanha? – ele perguntou.

Ela ao contemplar aqueles olhos azuis tão gentis sobre si, sinceramente não tinha como negar aquele pedido cortês.

– Vou sim! – Selena garantiu com um largo sorriso, deixando seu parceiro de viagem satisfeito com a resposta positiva.

– Então, vocês preparam o almoço, e nós faremos as compras – disse Danilo, já tirando a chave do carro do bolso.

– Boa sorte, Selena! – desejou Melinda com um sorriso de escanteio acompanhado de uma piscadela. 

– Por quê? – Selena franziu a testa, deixando as linhas de expressão em evidência, demostrando com clareza sua curiosidade sobre a fala da mulher.

– Lá você irá saber!

Selena fitou Danilo com os olhos semicerrados, ele apenas quicou os ombros e comprimiu os lábios em um sorriso contido.

– Eu posso ir junto? – Débora, filha de Melinda, perguntou com pulinhos de empolgação, interrompendo a conversa dos três.

– Ah, mas é claro! – Danilo a segurou no colo e beijou suas bochechas rosadas, levando a garotinha dar altas risadas. – Se você não se convidasse, eu mesmo a chamaria.

– Uhuuu! – A garotinha jogou as mãos para cima em alegria. – Eu vou comer doce!

– Vai nada! – a voz de João ressoou por trás da caminhonete, cortando o barato da filha. – Só vai comer doce depois do almoço. – Firmou o olhar para a menininha de cabelos castanho-claros.

– Mas, mamãe... – Os olhinhos suplicantes e as mãos entrelaçadas se direcionaram a mãe, clamando por uma intervenção dela.

– Posso fazer nada, meu bem. Não posso tirar a autoridade do seu pai. – Melinda depositou um beijinho no seu rosto para consolá-la. – Mas aguente firme até depois do almoço e terá seus doces.

Débora olhou para todos e ninguém pôde fazer nada a seu favor. Ela fechou olhos e fez um bico, mas assentiu em obediência a ordem do pai.

Selena colocou a garotinha na cadeirinha do banco de trás e depois se sentou ao lado do motorista, que já estava em seu posto.  Danilo averiguou tudo em seu devido lugar e, enfim, deu a saída com o carro rumo à pequena cidade ao lado leste da fazenda. Selena observou a menininha brincando com uma bonequinha de pano, mostrando não se lembrar de sua tristeza minutos atrás. Analisou aquele momento e pronunciou:

FIELOnde histórias criam vida. Descubra agora