Capítulo 04

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Acordei moída, meu corpo reclamou pedindo por um descanso maior, porém Clarinha já estava acordada e começava a me dar tapas pelo rosto enquanto resmungava.
Com cuidado a puxei para meu colo, a dor do lado direito das minhas costelas ainda está me incomodando bastante. A troquei, e coloquei um conjunto de moletom bem quentinho.

A cozinha estava vazia, olhei o relógio e marcava 6:30hs por isto estou com tanto sono, está muito cedo. Preparei a mamadeira com um leite encorpado com maisena, além de banana amassada, e sim ela tomou toda mamadeira e depois comeu a banana. Realmente estava com fome, a deixei no chão da sala enquanto preparava o que tinha na cozinha para o café da manhã.
Lucinha e JP acordaram logo em seguida, depois de se higienizarem tomaram café.
Logo a cada ficou barulhenta, uma correria de mulheres para lá e para cá, se vestindo, outras maquiagem, Jully estava com o cabelo cheio de Bob's e com um shortinho curto, batia na porta do segundo banheiro enquanto esbravejava com Yasmin para sair logo de lá.
Lucinha e JP começaram a gargalhar achando graça dos cabelos com Bob's o que fez Jully correr atrás deles fingindo estar zangado.
Socorro foi a última a acordar, estava exausta dava para perceber, percebi que não estava difícil apenas para mim, ela também se preocupava, ela também se sente responsável e de certa forma é parte também da família.

- Amiga tenho que te dar um conselho.. Mayara começa a falar, ficamos em silêncio para dar atenção.. Eu tenho uma irmã que trabalha no Conselho Tutelar, ontem liguei para ela e conversei sobre vocês, sabe seu pai pode dar queixa de sequestro, e por mais que eu adorei vocês aqui, infelizmente este não é um bom ambiente para crianças, vizinhos ficam e podem fazer denúncias também. O que pode prejudicar vocês, até mesmo mandarem as crianças para um abrigo.

Eu estava paralisada em choque com o que ouvia, não pensei em nada disto, se meu pai fosse a polícia?

- Então ela disse que vai resolver seu caso, mas você y de formalizar uma denuncia sobre tudo que acontece aonde você morava, e também precisa fazer os documentos das crianças, só certidão de nascimento aqui não adianta, depois vamos na LUZ no Poupatempo assim faz o RG e CPF de cada um deles.
Não precisa ficar apavorada, se algo aparecer com seu nome eles já estarão cientes, porém hoje de tarde ela e o Supervisor virão aqui conversar com vocês.

Apenas assenti e voltei a me preocupar, se meu pai já vendeu Lucinha ele pode realmente estar atrás dela.

- Fique calma Duda, dará tudo certo. Agora vá se arrumar, vou te levar no médico que te falei. Cheila diz me empurrando para o quarto.

- E as crianças? Pergunto parando no corredor.

- Eu acho que nunca passaram em um bom médico, hoje é véspera de natal a Santa casa de São Paulo deve estar quase sem pacientes na pediatria, vamos levar todos assim você vê o porque a bebê pisa torto hum?

- É pode ser, já que é de graça tenho de aproveitar... CRIANÇAS VENHAM SE ARRUMAR..  dou um quase grito enquanto volto a caminhar para o quarto.

Socorro passa por mim correndo, fazendo cavalinho com JP enquanto Lucinha entra logo atrás com Clarinha. Dei risada da alegria de Socorro, que ao saber nosso destino resolveu acompanhar para dar apoio moral para as crianças.

Fomos até o hospital de metrô, era muito confuso no começo, primeiro estávamos na estação da LUZ, em cima é a linha de trem e em baixo o metrô, e as cores das linhas variam, cada cor é uma rota diferente. A Luz é linha azul então de lá mudamos na Sé para linha vermelha, e então descemos na Estação Santa Cecília.
Mas foi rápido, muito rápido em 30 minutos chegamos em nosso destino, depois de passar pela lateral de uma Igreja Católica linda e fazer uma anotação mental de que depois tenho de voltar lá, entramos em uma rua estreita, logo viramos a direita e já podia ver o hospital e NOSSA é enorme, é como um condomínio de pequenos e grandes prédios, Cheila explicava que geralmente cada prédio é uma especialidade.

Mudando O Destino. CONCLUÍDA. SEM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora