3° Capítulo - Detalhes

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Eu tenho duas considerações plausíveis para garantir as minhas suspeitas sobre a primeira impressão que tive com aquele homem sentado à minha frente, vulgo minha nova sombra. Primeiro, ao observá-lo levantar, todo seguro de si, com aquela voz rouca autoritária, eu soube de cara que teria um longo desafio a enfrentar, nada que eu não gostasse, sabe? Eu sou Anahí, ninguém me desafia do jeito que ele fez, e eu garanto: eu não iria ser fácil. Segundo, eu não poderia negar que ele era... Hm, interessante? Sim, talvez. Eu seria injusta se dissesse que apesar de rude, ele era um cara horrendo, sem nenhum atrativo, e estaria sendo estúpida se não admitisse que ao menos, leia bem, ao menos naquilo ele não era de todo um mal. 

Herrera era um homem... Diferente? 

Pelo amor de Deus, olhem só pra mim! Estou sentada no meio da minha sala, avaliando o tal guarda-costas, muito distante do que Jensen dizia, e chegando a conclusão de que estava instigada não só pela forma firme na qual ele havia se dirigido, como também pela dureza transpassada através daquele verde oliva de seus olhos? Poderia até ser cômico se não fosse trágico.

Eu continuei no meu quadrado, quieta, apenas escutando, ou melhor, tentando escutar Jensen resolvendo a minha vida com o outro mais sério à sua frente. Acho que fiquei um pouco perdida em meus próprios pensamentos quando escutei a voz de Jensen um pouco distante, pouco antes de sentir sua mão sacolejando os meus ombros. 

Ok, aquela altura eu já estava caindo de sono e ainda um pouco revoltada pelo ocorrido. 

Jensen – Estamos entendidos, Anahí? – questionou, os olhos estreitados repousados em mim. 

Anahí – Sim senhor – ironizei, com um vinco na testa, definitivamente desconfortável.

É claro que eu iria sempre demonstrar meu desconforto. E, é óbvio que eu não iria abrir mão daquilo que eu disse anteriormente. O tal guarda-costas teria que me aguentar. 

Jensen – Ótimo, assim estamos de acordo. – ergueu-se, para apertar a mão do outro – Foi um prazer, Herrera. 

Alfonso – Eu quem agradeço a confiança. – respondeu, neutro.

E naquela hora eu não pude conter a minha risada. Eu juro que até tentei. Mas eu era um misto de incredulidade e frustração. Pra eles era tudo muito normal, mas pra mim, NÃO! 

Anahí – Ok, a partir de hoje eu sou escoltada vinte e quatro horas por dia, e tenho que estar de acordo? – cruzei os braços, encarando os dois à minha frente. O que observado de longe poderia parecer até uma cena cômica, da minha silhueta pequena no meio daqueles dois homens, que agora, me encaravam de comum acordo.

Eu conhecia Jensen e sabia que aquele olhar era de reprovação. Mas o olhar do outro, do tal Herrera, eu não sabia bem distinguir. Garanto que não era o melhor dos olhares, e foi ai que eu o encarei de volta.

Alfonso – Algum problema? Qual parte a senhorita não entendeu? Podemos repetir se assim preferir – ironizou, as nuances da face sérias e impassíveis.

Anahí – Uma dúvida bem pequena – comecei, ficando de costas para Jensen e de frente pra ele, ainda de braços cruzados, ainda com o olhar encarando o dele sem nenhum temor – Você também quer ouvir os meus gemidos na escuta? Porque acredite, eu sou escandalosa. Bem escandalosa, eu diria.

E nesse momento eu senti que estávamos devidamente apresentados, que comecem os jogos!

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Quero agradecer imensamente que está acompanhando a história, cada comentário é uma explosão de felicidade, e também nos ajuda muito para saber se estão gostando ou não.

Apartir de agora a história vai engrenar, muitas emoções estão previstas!! Contamos com a companhia de vocês!!!

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