Borboletas no estômago? Frio na barriga? Ódio? Repulsa? Não. Naquele instante eu não conseguia distinguir o misto de sensações que percorriam a minha mente e o meu corpo. Eu o desprezava na mesma proporção do desejo que senti quando nos beijamos. Era uma mistura de excitação e loucura. A partir daquele momento eu sabia que ia ser praticamente impossível mantermos a convivência, que já era um tanto difícil. Eu não conseguia assimilar as razões por aquilo ter acontecido, nós dois nos detestávamos e eu não sei quando esse sentimento abriu uma lacuna para aquele beijo. Enquanto nós dois nos recuperávamos daquilo, eu tentei captar algum menor sinal de arrependimento dele, mas ele não demonstrou nenhum tipo de remorso, o verde oliva me encarava e eu só conseguia desviar o olhar, ficamos em silêncio enquanto nos afastávamos, não havia nada a ser dito.
Passado isso, eu tomei a chave das mãos dele e voltei a caminhar em direção ao carro. Levei pouco mais de 5 minutos, quando entrei e olhei pelo retrovisor pude notar que ele não havia me acompanhado. Melhor! Dei partida e dirigi para o caminho de casa. Eu sei, deixei ele sozinho, era madrugada e um tanto perigoso. Mas eu não conseguia se quer olhar para ele, estava confusa, ainda magoada com a briga que tivemos, e com uma vontade ainda maior de ficar sozinha. Quando cheguei em meu apartamento, Joseph estava circulando no corredor à minha espera.
Joseph – Boa noite senhorita, ou digo bom dia? – Me cumprimentou cordialmente. – O senhor Herrera me bipou, disse que teve um imprevisto e pediu que eu lhe esperasse aqui. – Sorriu.
Anahí – Boa noite Joe, eu estou bem, só preciso de uma ducha e dormir dois dias. – Forcei um sorriso. - Você pode ir descansar, não vou mais a lugar nenhum. – Disse enquanto abria a porta.
Joseph – Como preferir. – Assentiu.
Larguei a chave e os sapatos no canto da porta e fui em direção ao banheiro, no caminho passei em frente a um espelho, avistei meus lábios ainda inchados em um tom de vermelho vivo, os toquei e estavam ainda sensíveis. Enquanto me olhava no espelho, a imagem do furor de Herrera ao meu tomar em seus braços veio em minha mente, ele me beijou como se dependesse daquilo para viver, com tamanha necessidade que eu nunca havia provado. Balancei a cabeça para afastar aqueles pensamentos, ele só poderia estar louco.
No dia seguinte acordei com Jensen abrindo as cortinas. A fresta de luz veio direto ao meu rosto.
Jensen – Acorda bela adormecida, já são quase três da tarde. Não sei como consegue dormir tanto. – Disse enquanto puxava o edredom.
Anahí – Ah não, para Jensen – Respondi manhosa, eu dormiria mais uma semana se possível.
Jensen – Vem, você precisa se arrumar...Herrera já está te aguardando, esqueceu da sessão de fotos? – Sentou ao meu lado na cama.
Herrera me aguardando. Aquilo só poderia ser um castigo, eu só queria acordar e descobrir que eu nunca vi aquele homem na vida. Que tudo não havia passado de um pesadelo, daqueles bem sexta-feira 13.
Anahí – Só pode ser brincadeira. – Sussurrei enquanto me desvencilhava dos lençóis.
Levei cerca de 40 minutos para ficar pronta. Peguei meu celular e os fones de ouvido, a tarde ia ser longa. Quando sai do meu quarto lá estava ele, mais impassível que nunca. Não o cumprimentei, caminhei porta a fora e fiquei aguardando o elevador. Jensen não estranhou a minha falta de educação, já estava acostumado com meu mau humor ao ser acordada. Entramos os três, enquanto eu passeava na minha lista do spotiffy, eles conversavam sobre o resultado do último jogo dos Jets, homens! Bufei. Chegamos ao saguão do edifício, o carro já estava estacionado a nossa espera.
VOCÊ ESTÁ LENDO
All Of Me
FanfictionEu espero que você aproveite os raios solares que adentram sua janela entre as cortinas. Aproveite para me agradecer, eu lhe dei mais um dia para se arrepender. Eu espero que você aproveite o som da sua voz enquanto canta para seus milhares de fãs...