39° Capítulo - Mal-entendido

1.3K 102 67
                                    


Quando cheguei no apartamento e vi tudo o que haviam preparado, meu coração se aqueceu, uma saudade daquele lar que tanto me passava segurança e conforto. Abracei Jensen por longos minutos, o qual não conseguiu conter as lágrimas ao me ver entrando pela porta, eu sabia o quanto ele era emotivo, mas naquele momento me entreguei a toda aquela emoção e me permiti marejar os olhos naquele abraço aconchegante de quem volta de uma longa viagem. Aquele era o meu melhor amigo, e era maravilhoso tê-lo de volta.

Mas, deslocada, era exatamente dessa forma que me sentia diante daquelas pessoas, que anteriormente eu adoraria jogar conversa fora e dividir boas rodadas de tequila. Claro, se não fosse o meu fígado pela metade, e aquela presença inusitada que Alfonso ousou trazer a minha casa. Porque sim, eu o havia convidado, mas apenas ele, e não uma possível amiga muito da sua sorridente, que não deixava de tocá-lo para chamar sua atenção.

Fui até a cozinha beber água, o único liquido que poderia ingerir nos próximos meses, e quanto retorno vejo Alfonso com sorriso de orelha a orelha, com a mão recostada naquela morena que eu bem sabia não conhecer. E posso afirmar, que agora não fazia a mínima questão. Travei os punhos contrariada e fui o mais depressa que consegui até meu quarto, batendo a porta com toda força que consegui. Quem ele pensava que era para vir acompanhado a minha festa? É muita audácia. E toda aquela história que eu era o mais importante não passava de balela, fiz as contas mentalmente, já não nos víamos a mais ou menos dois meses, mais dois de coma, quatro meses que ele poderia tranquilamente conhecer outra pessoa, mais levá-la até ali foi o auge da afronta.

Minha vontade era de voltar àquela sala e tascar o maior beijo de cinema em Jensen, mas meu juízo recém adquirido não permitiu, eu não deveria usá-lo daquela forma. Joguei um travesseiro irritada, que por pouco não acertou em Alfonso que acabava de entrar em meu quarto, com uma expressão confusa, e no mínimo surpreso com meu ataque de fúria.

Alfonso – Hey, qual o problema? Você está bem?

Anahí – O problema é que quero ficar sozinha, você não perdeu essa mania de invadir minha privacidade? – Respondi ríspida.

Alfonso – Só quis me certificar que estava bem. – Respondeu na defensiva.

Anahí – Poderia estar melhor, a festa perdeu a graça.

Alfonso – Porque eu cheguei? Se quiser posso ir embora, e você pode voltar a aproveitar sua festa. – Disse em um tom magoado, me encarando sério.

Anahí – NÃO. – Disse em um tom mais alto que o esperado. – Eu só queria não me sentir tão perdida entre todo mundo, parece que parei no tempo, não estou na mesma conexão. – Reformulei, se ele fosse embora significaria que teria mais tempo para ficar com ela, e aquilo eu não permitiria.

Alfonso – Sei que paciência não é seu forte, mas precisa fazer um esforço... tenta relaxar e não pensar nisso. – Disse girando meu corpo, me posicionando de costas para ele, onde começou a massagear meus ombros, com o toque firme, porém cuidadoso.

Anahí – Assim é mais fácil. – Sorri fechando os olhos, enquanto ele deslizava uma mão até minha nuca, se demorando ali ao aproximar o rosto para cheirar meus cabelos.

Alfonso – Cheirosa. – Disse entre um sussurro próximo ao meu ouvido, o que me causou arrepios. Vacilei o corpo para trás e ele me apoiou pela cintura. – Está bom assim? Hum? – Perguntou roçando os lábios em meu pescoço, depois que afastou meus cabelos, sem parar de massagear meu ombro com a mão livre.

Assenti com a cabeça, imersa nas sensações que o hálito quente dele contra a minha pele proporcionava. Meu corpo reagiu aquele toque, e eu não queria parar ali. Esqueci-me até da tal morena na minha sala, na minha festa, e com os meus amigos, e principalmente com o meu guarda-costas.

All Of MeOnde histórias criam vida. Descubra agora