8° Capítulo - Retorno

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Mannathan, 16 de outubro – 15:25

Um, dois, três, quatro dias...Duas semanas, e nada. N A D A. O guarda-costas havia desaparecido do mapa, e eu estava no mínimo curiosa para saber o motivo daquilo. Será que tinha abandonado o caso e não fui avisada. Não que me interessasse a companhia dele, mas eu merecia uma explicação. Claro que eu não poderia questionar Emma ou Jensen, eles iriam ver coisa onde não tem.

Estava sentada escovando os cabelos quando Emma entrou em meu quarto.

Emma – Bom dia coração. – Estalou um beijo em minha testa.

Anahí – Bom dia flower, tem boas notícias? Eu não aguento mais ficar trancada nesse apartamento. – Choraminguei.

Emma – Depende, você quer notícias do caso ou do Herrera? – Sorriu entre os dentes.

Anahí – Por qual motivo eu iria querer saber dele? – Ergui a sobrancelha, eu sabia onde ela queria chegar.

Emma – Não sei, depois que voltamos de Madrid achei você meio...meio diferente. Aconteceu alguma coisa que não estou sabendo?

Anahí – Sim, claro...estou feliz por não ter mais um poste me seguindo, os outros são bem mais amigáveis. Você não sabe como é bom dormir sozinha, sem alguém me vigiando. Emma, ele invadia minha privacidade, além de idiota, era grosso, parecia se divertir com os meus ataques...diferente de Joseph por exemplo, ele só entra no meu apartamento se eu chamar.

Emma – Tem certeza? – Indagou, aqueles olhos estavam tentando captar a minha alma, que doida!

Anahí – Absoluta. – Encerrei o assunto.

Alfonso – Não é bonito da sua parte falar mal de uma pessoa pelas costas. – Falou com a voz carregada.

Emma e eu nos assustamos, ele estava ouvindo a nossa conversa, imbecil. Ergui o rosto e lá estava ele, escorado no parapeito da porta, as mãos dentro dos bolsos da calça, o cabelo estava penteado de um jeito diferente do habitual, a barba também um pouco maior e menos alinhada. E o pior, um sorriso prepotente nos lábios. Parecia se divertir com a nossa conversa, quem ele pensava que era afinal? Para sumir e aparecer assim, como se nada tivesse acontecido.

Anahí – Não é bonito da sua parte escutar conversa alheia. Sinceramente eu não sei porque me surpreendo. Sai do meu quarto, eu tenho Joseph agora, não preciso de você. – Eu estava terrivelmente irritada, não sabia exatamente pelo que. Ver ele me deu um certo alívio, afinal ele não havia abandonado o meu caso, mas ao mesmo tempo aquela prepotência me arranhava os nervos.

Alfonso – Você definitivamente não é nada cortês. Pensei que seria bem recepcionado. – Disse aos risos.

Ele estava rindo, estava rindo de mim. O que eu fiz para merecer isso?! Ele me tirava do eixo. Mas eu não deixaria ele se aproximar novamente, não quando eu já estava acostumada com sua ausência, e muito menos deixaria ele me irritar. Levantei de onde estava e caminhei em sua direção.

Anahí – Saí agora, ou eu vou gritar tanto que os seus tímpanos vão explodir. – Disse com a voz mais grossa que consegui.

Foi quando notei ele parar de me encarar, e começar a passear os olhos pelo meu corpo, como que em adoração, ele se quer disfarçou. Nesse instante eu me lembrei, estava vestida apenas com uma lingerie branca, eu costumava ficar daquela forma, gostava de me sentir à vontade quando estava em casa. As minhas bochechas avermelharam, droga, o que era aquilo?

Anahí – Pra quem disse que não tinha interesse em me ver nua, você parece estar gostando do que vê. – Cruzei os braços enquanto mordia o lábio inferior.

Emma – Ele te viu nua? – Perguntou espantada.

Alfonso – Não, e nem quero. Ela que parece o tempo todo querer se mostrar, se acha que vai me seduzir nem perca seu tempo, você não faz meu tipo. – Cuspiu com desdém.

Emma olhou pra mim, eu olhei pra ela. Eu estava ultrajada ao limite.

Anahí – Olha aqui, se você pensa que tem o direito de desaparecer e voltar assim, do nada, e ainda me insultar, você está muito enganado.

Alfonso – Ah então você está arredia assim porque estava sentindo minha falta? Confesso que estou surpreso. – Cruzou os braços.

Emma olhava pra mim e pra ele, como se estudasse a situação. Droga, ela tinha que defender.

Anahí – Desculpe? Acho que não ouvi direito, eu sentindo falta de você?

Alfonso – É o que parece, não acha Emma? – Piscou como se fossem cumplices, o que era aquilo?

Emma – Eu acho que vocês estão agindo como duas crianças, e eu não tenho um pingo de instinto materno. Herrera é melhor você sair, e você Anahí, se vestir. – Disse jogando uma toalha em mim. – Acabou a brincadeira.

Ah..., mas aquilo não ia ficar assim. Não mesmo. Fingi de conformada na frente de Emma para não levantar suspeitas, eu não queria que ela percebesse o quando aquela criatura irritante me atingia, eu não daria o braço a torcer.

All Of MeOnde histórias criam vida. Descubra agora