21° Capítulo - Negação

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Foi então que eu comecei a viver todas as fases de uma rejeição. E a primeira delas, a negação.

Emma – Como assim ele se demitiu? Foi embora assim do nada? Ele tem consciência da multa contratual? – Questionou exasperada, enquanto andava de um lado para o outro com a mão sobre a testa.

Anahí – Isso mesmo que você ouviu, ele pediu pra sair. E quer saber? Foi a melhor decisão que poderia ter tomado. – Respondi desinteressada, enrolando um cacho entre os dedos, enquanto Joseph me observava com o cenho franzido.

Emma – Anahí Giovanna, não testa a minha paciência, o que foi que você fez?

Anahí – Ah.... Agora a culpa é minha? Eu não fiz nada. – Respondi ultrajada, recebendo um olhar reprovador de Joseph.

Emma – Como se eu não te conhecesse, você deve ter aprontado alguma, e feio. – Pontuou.

Anahí – Eu não fiz nada, e quer saber, vou ficar bem melhor com o Joe. – Apontei em sua direção.

Emma – Com certeza, porque ele faz tudo que você quer.

Joseph – Epa, epa, assim você me ofende, eu sou muito profissional.

Emma – É sim, profissional em acobertar as falcatruas dessa irresponsável. – Alisou as têmporas, respondendo ríspida, deixando o coitado do Joseph no mínimo ultrajado.

Anahí – Ei, pra que tudo isso? É um julgamento ou que? ELE pediu pra sair, eu não mandei. Você é minha amiga ou dele?

Emma – Sou sua amiga, por isso te conheço o suficiente para saber que a culpada tem nome e sobrenome, e está aqui na minha frente fingindo que está tudo bem, enquanto deve estar se mordendo por dentro. - . Debochou cruzando os braços.

Anahí – Faz-me rir. Quer saber, ele foi tarde. – Disse antes de ir para o meu quarto, muito, mas muito contrariada.

Herrera me deixou, mas ficou a advogada. Eu deveria mesmo merecer aquilo. Não queria achar culpados, nem desculpas, só desejava colocar na minha cabeça que aquela tinha sido uma decisão acertada, ele com raiva não viria atrás de mim, e assim eu não precisaria mais me preocupar com o turbilhão de sentimentos que corriam em minhas veias toda vez que eu o via.

Seria fácil se eu não desejasse fitar aqueles olhos, nem que fosse uma última vez, para descarregar toda a raiva que sentia, ele havia quebrado uma promessa, e aquilo estava entalado em minha garganta. Mais fácil ainda se eu não estivesse experimentado o sabor daqueles lábios e do seu corpo, naquele instante eu me arrependi amargamente de ter caído em tentação, uma vez que eu não o teria mais. Mas era como enganar a mim mesma, porque aquela fora a melhor escolha que havia feito na vida.

E eu tive que amargar esse sabor, por um bom tempo. Um, dois, três dias...duas semanas, e nada. Ele não havia voltado atrás. Os tramites sobre o contrato foram resolvidos como todas as coisas que se referiam ao meu caso, alheio a mim. Ouvi por alto Emma discutindo com Jensen sobre a cláusula da multa, certamente decidiram por não cobrar, ele tinha uma boa advogada a seu favor.

Nesse período eu tentava mentalizar tudo que pudesse dispersar os meus sentidos, eu negaria tudo aquilo, negaria que estava sentindo falta das nossas conversas, das nossas discussões, dos abraços, beijos e todas as loucuras que nossos corpos faziam quando se uniam. Já estava mais uma vez perdida em meus pensamentos, quando Joseph bateu na porta e entrou logo em seguida.

Joseph – Oi. – Disse em meio sorriso.

Anahí – Oi Joe, algum problema? – Perguntei enquanto mexia no celular, sem erguer o rosto.

All Of MeOnde histórias criam vida. Descubra agora