42° Capítulo - Explicações

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Despertei aquela manhã devido uma pequena fresta de luz que entrava pela cortina entreaberta. Tirei do rosto os cabelos que caiam desalinhados, com um cansaço gostoso, consequência das poucas horas que dormimos, talvez duas ou três. Alfonso estava deitado de bruços, o rosto afundado no travesseiro, exausto e eu bem sabia porque, sorri sozinha daquilo. Deslizei a ponta dos dedos o acariciando nas costas, atenta a cada detalhe daquela pele, me acomodei próximo a ele, envolvendo meu braço em sua cintura. Fechei os olhos, captando apenas o som de sua respiração, quase inaudível.

Tentei não me mover, eu só queria prologar aquele momento só nosso. Mas ele despertou, coçando os olhos, entre bocejos denunciando o sono intenso ainda presente.

Alfonso – Sunshine... ainda é cedo. – Disse erguendo a cabeça e olhando o relógio em cima do criado mudo. – Vem, vamos dormir só mais um pouquinho. – Falava com a voz rouca quase como um sussurro.

Anahí – Não dá, minha barriga não deixa. – Respondi em meio sorriso, levando o polegar até seus lábios, os contornando.

Alfonso – Você está sentindo dor? – Alarmou. - Eu sabia que não devíamos ter feito isso, mas você vem com esse jogo de pernas e me hipnotiza, bruxa. – Condenou erguendo o corpo e tirando os lençóis sobre o meu, para ver o estrago feito.

Anahí – Hey – Protestei. – Não sinto dor, sinto fome.

Alfonso – Oh, - Respirou aliviado. – Sendo assim, acho que não tenho nada pronto, mas nós podemos sair pra comer. Isso se eu conseguir sair dessa cama. – Ironizou fazendo um caminho até mim e repousando o corpo sobre o meu.

Anahí – Depois eu que sou a bruxa. – O estapeei no ombro com um riso contido e ele ergueu meus braços, para entrelaçar nossas mãos.

Alfonso – Eu te amo. – Sussurrou próximo aos meus lábios, me fitando com tamanha intensidade, que era capaz de viajar naquela imensidão cor de oliva.

Anahí – Você o que? – Perguntei confusa, enquanto ele roçava a nariz primeiro na minha bochecha, depois sobre o meu. Percorrendo o mesmo caminho com os lábios.

Alfonso – Eu amo você. – Reafirmou. – E isso não é algo que você precise lidar agora, é apenas uma necessidade de dizer o que o meu coração grita toda vez que eu te vejo.

Anahí – Eu... Eu – Ofeguei procurando conter a emoção, aquelas três palavras me acertaram como uma flecha, eu que nunca acreditei em sentimentalismo barato, que pensava não existir algo tão genuíno que fosse capaz de transpassar barreiras imagináveis e inimagináveis. Despida de toda e qualquer máscara, somente com ele e para ele. 

Emudeci diante de um turbilhão de sentimentos que choqueavam meu corpo, fazendo um esforço sobre-humano para não me desmanchar em lágrimas, porque sim ele me amava, e eu estava disposta a compartilhar do mesmo.

Alfonso – Shiu...- Sussurrou pressionando meus lábios com o polegar. – Não diga nada, só me beije, juro que por enquanto é suficiente. – Disse e eu assenti, antes de receber os lábios dele sobre os meus.

Entrelaçamos nossos corpos outra vez, o toque da pele, o sabor dos lábios e a união dos corpos, nos tomava em um desejo insaciável. Depois de cairmos na cama mais uma vez, suados e entre ofegos, decidimos que precisávamos nos alimentar e levantar dali antes que nos consumíssemos a exaustão.

Tomei um banho demorado, a água morna caindo, enquanto eu deslizava o sabonete sobre meu corpo, totalmente marcado diante de toda a entrega. Inalei aquele aroma do sabonete dele, e adorei a ideia do cheiro dele agora estar impregnado em meu corpo. Alfonso fora até a cozinha, para preparar algo, já que sair daquele apartamento não estava em nossos planos. Assim que terminei o banho, fui até o espelho e fiquei alguns segundos me observando, um sorriso contido nos lábios, a quanto tempo eu não ficara tão feliz assim?

All Of MeOnde histórias criam vida. Descubra agora