Já fazia algum tempo em que eu estava literalmente apagada, as forças se esvaiam sobre meus poros e eu não conseguia movimentar um músculo se quer. A única coisa que eu conseguia sentir era dor, a minha pele empalidecida, ganhou um tom de roxo próximo aos meus pulsos, e eu via minhas veias com facilidade. A confusão era tanta que perdi totalmente a noção das horas, dos dias e das noites, eu não diferenciava mais, o chão úmido machucava tanto meu corpo, tamanha a sensibilidade que me encontrava. E eu só pedia que aquilo acabasse logo.
Abri os meus olhos com dificuldade, e para minha surpresa eu não estava naquele lugar. Era uma sala imensa, decorada com móveis em tons de bege em contraste com as paredes escuras, olhei minhas mãos e elas estavam livres, tateei meus pulsos e não senti dor, me permitir sorrir, então aquilo fora só um pesadelo. Então ouvi a melodia de uma voz tão conhecida por mim, levantei de onde estava e comecei a procurá-lo, meu coração palpitava de ansiedade. Até que enfim eu o encontrei, Alfonso estava sorrindo em minha direção, a expressão tranquila de quem acabara de acordar, avancei em cima dele e o abracei com todas as forças que consegui reunir, aliviada.
Alfonso – Isso tudo é saudade? – Perguntou sussurrando entre meus cabelos.
Anahí – Eu não quero ficar nenhum único dia longe de você. – Respondi agoniada enquanto enlaçava meus braços ainda mais forte em seu pescoço.
Alfonso – Eu vou estar sempre com você, esqueceu? – Ponderou distribuindo beijos em minha testa. – Agora vem aqui, quero te mostrar uma coisa. – Disse girando meu corpo e fechando meus olhos com as mãos. – Tenho uma surpresa.
Anahí – O que? – Perguntei confusa, enquanto era guiada por ele.
Alfonso – Calma, porque está tão agitada assim? – Perguntou próximo ao meu ouvido.
Anahí – Nada, eu só estou com medo. Promete que não vai deixar que nada me aconteça. – Implorei.
Alfonso – Você tem minha palavra. – Disse depositando um beijo no lóbulo da minha orelha. – Agora pode abrir os olhos. – Incentivou tirando as mãos.
Anahí – O que? – Perguntei aturdida quando o lugar escureceu subitamente. – Alfonso, cadê você? Eu não vejo nada.
Alfonso – Segue minha voz, Sunshine. – Disse com a voz aveludada.
Anahí – Eu não estou gostando disso, aparece logo de uma vez. – Bradei nervosa, caminhando a passos lentos avistando uma fresta de luz um tanto distante.
Tateei as paredes para não topar, maldizendo Alfonso pela brincadeira. Eu não estava no clima daquilo, o medo, a ansiedade e o pavor, ainda me acompanhavam de tal forma que sentia meu corpo inteiro tremular. Quanto mais me aproximava da luz, mais sentia meu corpo pesar, sem sustento algum, como se eu não fosse capaz de suportar meu próprio peso, a angustia começou a tomar conta de mim, e minha garganta travou, sem um resquício de saliva, meus lábios arderam devido a rachaduras, e toquei-os com a ponta dos dedos sem entender o motivo daquilo.
A luz piscou mais forte entre meus olhos, o suficiente para que eu me desequilibrasse e caísse sobre uma poça de água, suja e fétida. Tentei me levantar o mais rápido possível, mas algo me impedia, uma força contrária, comecei a gritar em desespero, eu não queria ficar ali naquele lugar, parei de ouvir a voz de Alfonso e passei a ouvir outra, terrivelmente conhecida, Jared.
Anahí – NÃAAAAAAAO. – Gritei o mais alto que pude, despertando da pior forma possível, com Jared me encarando, focando uma lanterna em minha direção.
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All Of Me
FanfictionEu espero que você aproveite os raios solares que adentram sua janela entre as cortinas. Aproveite para me agradecer, eu lhe dei mais um dia para se arrepender. Eu espero que você aproveite o som da sua voz enquanto canta para seus milhares de fãs...