All Of Me

9° Capítulo - Êxtase

Justamente naquele dia eu planejara sair, iria conhecer uma boate nova, recém-inaugurada. Logo anoiteceu e eu já tinha esgotado todas as histórias mirabolantes para conseguir escapar do Herrera. Com Joseph era mais fácil, nós até dividíamos uma garrafa de tequila, que os outros não saibam, ele dizia, era a única condição estabelecida. Foi então que tive uma luz!

Anahí - Herrera...- Chamei ao caminhar até a sala.

Alfonso - Diga. - Ele estava deitado no sofá, a cabeça imersa nas almofadas. Parecia exausto.

Anahí - Eu estou com uma enxaqueca terrível, você poderia ir na farmácia comprar um remédio? Não tenho nada aqui... - Encostei próximo ao sofá.

Alfonso - Porque você não liga pedindo? - Disse ríspido.

Anahí - Porque demoraria demais, eu não estou mais aguentando. - Repousei as mãos na cabeça. - Por favor...- Ele me olhou por alguns minutos, como se quisesse farejar algum sinal de mentira.

Alfonso - Tudo bem, eu vou. - Levantou do sofá e recolheu as chaves. - Acredito que levo uns 10 minutos, enquanto isso você deveria se deitar. - Me encarou. - Qualquer coisa, a escuta. - Saiu logo depois e bateu a porta.

10 minutos seria suficiente. Tirei o roupão que usava, por baixo estava com um vestido preto colado ao corpo, as mangas eram de renda, possuía um decote generoso nas costas, soltei o cabelo e peguei minha bolsa de maquiagem, faria no carro, catei meus louboutins, a chave do carro, um cartão de crédito e meu celular, era suficiente, ah um detalhe, eu iria sem brincos.
Entrei no elevador, estava tão tensa enquanto passava os andares, me senti uma adolescente fugindo dos pais, ri sozinha daquilo. Cheguei ao subsolo onde funcionava a garagem, avistei minha Land Rover, céus, fazia séculos que eu não dirigia, não quis perder tempo e bipei a trava de alarme, liguei o carro e saí cantando pneu, ele já deveria estar voltando.

Eu precisava daquela sensação de liberdade, ansiava por adrenalina, liguei o som do carro e fui acompanhada de Shawn Mendes, cantarolei suas músicas e tentei fazer uma maquiagem descente toda vez que parava no semáforo, passei um batom vermelho sangue, carreguei no preto para destacar meus olhos, finalizei com um iluminador, eu diria que estava no mínimo provocante.

Quando cheguei na boate vi que estava lotada, entreguei meu carro ao manobrista, ajustei meu vestido nas coxas e entrei, como era conhecida já fui direcionada a um camarote com entrada restrita. Hoje eu iria de Mojito, bebi uma, duas doses, não era tão forte quanto a Tequila, mas igualmente deliciosa.
Me envolvi no ritmo da música que estava tocando, remexia os quadris e me permiti fechar os olhos no refrão, me sentia livre depois de semanas.

Jared - Olha quem eu encontro aqui, que coincidência maravilhosa. - Repousou uma mão em meu ombro.

Anahí - Jared, Deus quanto tempo, eu pensei que você tivesse esquecido dos amigos. - Sorri, estava realmente contente, nem lembrava a última vez que o tinha visto.

Jared - Não, jamais, mas você sabe...São muitas responsabilidades, não somos mais dois adolescentes. - Sorriu entre um gole de whisky. - Mas estou surpreso em ver você aqui sozinha, ouvi o Jensen falar algo sobre ameaças e seguranças, é verdade? - Indagou.

Anahí - Você conhece seu irmão, sempre foi exagerado. Ele colocou um batalhão atrás de mim, são tão eficientes que olhe onde estou. - Gargalhei. - Mas não vamos falar sobre isso, vem...- o puxei pela mão. - Vamos dançar.

Puxei Jared para pista de dança, ele estava visualmente mais maduro. A barba feita, o cabelo estava curto, e vestia calça jeans escura com uma blusa de botões cinza. Ele me rodopiou algumas vezes, estávamos nos divertindo muito, por uns instantes lembrei de quando íamos a festas escondidos, Jensen, Jared e eu. Sorri ao lembrar do primeiro porre, três adolescentes derrubando uma garrafa de vodka, me recordo até de uma cena específica, eu vomitando enquanto Jared segurava meus cabelos. Foram bons tempos. Era bom revê-lo.