13° Capítulo - Erupção

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Mais um show. New Jersey era meu destino daquela vez. Uma madrugada inteira repassando o som, após um voo cansativo, e algumas horas durante o dia para dormir um pouco serviu apenas para deixar-me ainda mais elétrica e ansiosa para estar em cima daquele palco. Quase uma semana depois daquela noite onde eu pude conhecer um outro lado de Herrera, e eu podia dizer que as coisas entre nós dois, caminhavam, digamos que bem. Sem discussões ou troca de farpas, acho que o de sempre sem as brigas, é claro.

Durante esse tempo Emma insistiu em perguntar o motivo da bandeira branca, ela como observadora nata, logo percebeu o clima ameno que pairava entre Herrera e eu. Não me sentia confortável e nem no direito de partilhar com ela o que ele me contara. Era algo íntimo e que trazia muito sofrimento, eu entendia, aquilo ficaria entre nós. Todas as noites eu fazia uma suplica para que Natalie encontrasse Tia Ângela no outro plano, ela saberia como cativá-la, consolá-la, poderia até abraçá-la como fazia comigo. Não a conheci, mas pela tristeza dele pude imaginar a quão maravilhosa era Natalie. E eu torcia para que ele conseguisse virar a página, assim como eu.

E a minha vida... continua a mesma, a agenda de shows está lotada, toda semana um país diferente, mesmo que eu adore a música, preciso confessar que estou ficando um tanto exausta dessa rotina. Sem falar na ansiedade, eu não consigo controlar os nervos, parece que todo show é o primeiro, isso afeta meu sono, minha alimentação, em dias como o de hoje eu não consigo comer quase nada, fico literalmente pilhada.

Antes da apresentação, para tentar controlar a agonia, decidi preparar um banho bem relaxante com sais de banho aromatizados, eu poderia morar ali. A água morna relaxou meus músculos, fiz um coque frouxo e encostei a cabeça na lateral, logo em seguida fechei os olhos, todo mundo merecia um momento como aquele. Já havia perdido a noção de quanto tempo estava ali, fazia um vai e vem na espuma quando ouvi um pigarro.

Alfonso - Você vai se atrasar... – Disse, com o corpo encostado na lateral na porta e as mãos nos bolsos.

Anahí – E você não deveria entrar no quarto de uma dama sem avisar. – Abri os olhos e o fitei. – Principalmente quando ela está assim, nua. – Ironizei.

Alfonso – Eu bati na porta, várias vezes por sinal. – Ergueu as mãos para se defender, com um sorriso escapando dos lábios.

Anahí – Quanto tempo está aqui? – Perguntei enquanto erguia o corpo, coberta apenas por um amontoado de espuma.

Alfonso – Cinco ou dez minutos, talvez quinze. – Deu de ombros.

Anahí – E você precisou de todo esse tempo para perceber que eu posso me atrasar? – Ergui a sobrancelha.

Alfonso – Eu esperei você sentir o meu perfume, ou a minha presença, fiquei até decepcionado. – Ironizou.

Anahí – Oh eu sinto muito, mas convenhamos que com essa distância é um pouco difícil.

Alfonso – E o que você sugere? – Perguntou instigado.

Anahí – Que você chegue mais perto, eu não mordo...só se você pedir. – Pisquei.

Eu estava terrivelmente tentada com aquela ocasião. Nua na banheira, coberta de espuma, com as narinas invadidas por aromatizantes, e Herrera me olhando com a expressão mais sem vergonha que já havia notado. Naquele instante eu havia esquecido a rejeição e as brigas, eu só experimentava a sensação de ser desejada por ele. Mordi o lábio inferior e o vi caminhando em passos lentos em minha direção. Eu ainda enlouqueceria com o clima bipolar que nos rodeava, íamos do Alasca ao Saara em uma dimensão delirante. Ele sentou no tampo de mármore que revestia a banheira e me encarou com o olhar fumegante, eu senti meu corpo esquentar por inteiro através daquela íris.

Alfonso – Eu vou te beijar Anahí. – Disse com a voz rouca.

Anahí – Então beija. – Respondi dentre uma respiração funda, o encarando.

Ficamos alguns segundos nos encarando, olho no olho, o silêncio sempre falaria por nós. Então Herrera deslizou a mão direita até o meu pescoço, adentrando os dedos entre os meus cabelos. Com a outra mão ele tocou meus lábios os contornando, senti meu corpo arrepiar inteiro, como se sentisse falta daquele toque, foi quando ele se curvou e me tomou em um beijo sôfrego. Nossas línguas se cumprimentaram ávidas, elas se entrelaçavam em um ritmo deliciosamente perfeito. Ergui meus braços e os entrelacei no pescoço dele para unir os nossos corpos, eu ansiava por sentir a pele dele na minha. Herrera se ergueu e me trouxe para mais perto, acabei ficando de joelhos dentro da banheira, a espuma cobrindo meu corpo até a cintura.

Arfei entre o beijo quando senti meus seios pressionados contra o peito dele, estava em desvantagem, completamente exposta. Ele deslizou as mãos nas minhas costas, me apertando com voracidade, eu certamente ficaria marcada, mas naquele momento só aumentara o meu nível de excitação. Estávamos ambos ofegantes, mas decididos a aproveitar o máximo possível, Herrera afastou nossos lábios e deslizou a língua quente do meu queixo até o pescoço, intercalando com beijos e chupões. Ele passeou a mão sobre o meu corpo com uma das mãos, e apertou minha bunda com força quando a encontrou. Eu estava alucinando de desejo e tesão, Herrera me entorpecia.

Anahí – Entra na banheira. – Pedi quase em suplica.

Alfonso – Você vai se atrasar, nós já deveríamos ter saído. – Respondeu ofegante enquanto mordiscava meu ombro.

Anahí – Puta que pariu. – Respondi contrariada.

Herrera me tomou em outro beijo, mais lento, saboreando meus lábios com delicadeza. Se era uma tentativa de abrandar a situação, era em vão, eu estava em chamas. Então ele finalizou o beijo com três selinhos.

Alfonso – Você é muito desbocada. - Disse entre um sorriso.

Anahí – E você nunca termina o que começa. – Respondi aborrecida, ainda entre seus braços.

Alfonso – Uma rapidinha não é suficiente para amenizar o tesão.

Anahí – Herrera... eu não faço amor. – Respondi irônica, com a sobrancelha erguida.

Alfonso – Eu não quero fazer amor, eu quero foder você. – Me encarou. 

All Of MeOnde histórias criam vida. Descubra agora