O dia amanheceu nublado, com pesadas nuvens cor de chumbo, ocultando a luz do sol nascente.
Ainda era cedo, antes do café da manhã, mas sabia que Azriel estava acordado desde antes do alvorecer.
Ele mal dormia aqueles dias. Adormecia de exaustão já tarde da noite e acordava, às vezes, muito antes do amanhecer.
Por isso se arriscou pelo tenebroso e frio corredor do pavimento inferior do Palácio da Corte Noturna.
Seu coração também estava nublado.
Talvez fosse pela discussão que teve com sua mãe no final da noite de ontem, antes de dormir.
Ou não dormir.
Ela passou a maior parte da noite acordada, sentindo o peito apertado próximo à asfixia.
Desde àquela hora, ela queria fugir para os aposentos de Azriel, mas seu pai estava no Palácio e ela não queria despertar a fúria dele por desobedecê-lo ao procurar pelo Encantador de Sombras em sua alcova.
Rigel tinha permissão para conversar com ele nas áreas sociais do Palácio, à vista de todos, mas nunca a sós.
Apesar de Azriel ser totalmente confiável, ter o caráter inquestionável e todos saberem que ele era incapaz de fazer qualquer mal a qualquer um naquele Palácio, ainda mais com Rigel, o Grão-Senhor não se sentia confortável em deixar a sua princesinha tão exposta assim.
A menina estava crescendo.
Em pouco tempo ela atingiria a puberdade, mas ele já não gostava dos olhares afetivos que a garota dispensava ao Mestre Espião.
A esposa parecia não se importar com o fato, talvez crendo que o relacionamento entre a filha e o illyriano fosse apenas fraternal, como seria se fosse Rhysand ali presente.
O fato era que o Grão-Senhor não queria a sua princesa exposta a nenhum macho.
Ela sempre seria a sua menininha, mesmo que passassem séculos.
E, se por fatalidade ela encontrasse o seu companheiro e este lhe fosse repugnante, até o mataria se necessário, tudo para que ela não fosse submetida à maldição do laço de parceria por mera procriação.
Mas Rigel ignorou todas as recomendações do seu pai.
Se ele era assim tão preocupado com ela, por que permitia que a mãe vivesse a levando para aquele lugar horrível nas montanhas?
Se ela era a princesa do papai, por que ele permitia que ela fosse levada a um acampamento de guerra no meio de illyrianos que se mostravam bastante hostis, especialmente a ela, a filha mestiça do Grão-Senhor?!
Depois dessa viagem, falaria isso com o pai. E pediria para que ele proibisse a mãe de levá-la até Illyria.
Ela não queria saber de visitar o irmão!
Rhysand nunca se preocupou em visitá-la quando vinha para a Corte Noturna.
Ele queria apenas ficar na companhia dos amigos illyrianos, daquele filho do Grão-Senhor da Corte Primaveril e daquela mulher indecente que diziam ser prima deles!
Rigel até parou ao meio do corredor, encostando-se à parede de pedra, embaixo de uma arandela.
Só de lembrar-se da tal Morrigan e como Azriel se comportava como um cachorro junto a ela, lhe fervia o sangue de raiva!
Será que Azriel não percebia como a mulher brincava com ele?
Como vivia se insinuando, para depois rejeitá-lo e ter o deleite de vê-lo se arrastar como um cachorro escorraçado em busca de migalhas de afago?!
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☆ RESSURRECTO ☆ Corte De Espadas E Ressurreição ☆
Fiksi PenggemarA IRMÃ de Rhysand está VIVA e o repudia com todas as forças! Por 200 anos, acreditou que ele planejara a morte dos próprios pais para tomar o poder sobre a Corte Noturna. Portanto, RIGEL fará de tudo, até se envenenar com Faebane, para se manter oc...