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Viro o copo e sinto o liquido descer por minha garganta, queimando e fazendo-me entrar em êxtase imediatamente, acho que era o quinto shot que eu bebia e eu já começava a ver tudo com um brilho a mais. Olho para o meu lado e vejo Jungkook, ele estava levando um copinho até a sua boca e ele estava incrivelmente mais atraente. Aish, que homem. Quando o vejo pousar o copo no balcão, me aproximo um pouco mais de si e agarro seu braço.

— vamos dançar? – pergunto, elevando um pouco a minha voz pois a música estava muito alta.

— vamos – o vejo dizer com um sorriso de lado.

O levei até o meio das pessoas, no lugar mais central que eu consegui achar, e me libertei, tentei dançar como se apenas eu e o Jungkook estivéssemos ali. Inicialmente, comecei apenas pulando e vibrando com a batida da música que tocava, e ele me acompanhava da mesma forma, mas depois de um tempo, a música para e começa a tocar uma com uma vibe lenta e sensual, ouço mais um pouco e identifico que era PillowTalk do Zayn Malik e ela parecia um pouco mais lenta e a luz do ambiente mudou de roxo para um vermelho vinho, olhei imediatamente para JungKook e o vi me encarando e se aproximando mais de mim lentamente, me arrepio ao sentir sua mão agarrar a minha cintura e me grudar ao seu corpo. Eu vou entrar em colapso. Após alguns segundos de choque, sinto ele começar a se movimentar e consequentemente me fazer mexer junto dele, nossos quadris balançavam em sintonia e eu sentia ele me empurrando para trás lentamente, até que sinto minhas costas se encontrarem com a parede e a mão de Jungkook vir até a lateral do meu rosto e deslizar até o meu queixo.

— eu não sei se você permite que eu faça isso – ele fala bem próximo à mim e eu me pegava olhando seus lábios. Eu estava sedento por eles – então eu peço desculpas desde já – o ouço dizer, mas mesmo antes de ele se aproximar, eu jogo meus lábios nos dele.

Ao senti-los, sinto algo explodir dentro de mim, ou algo como uma flor se abrindo e liberando diversos sentimentos de uma só vez, eu levo minhas mãos até os cabelos lisos e castanhos dele e sinto as mãos dele apertando minha cintura e me levando aos céus a cada aperto. Depois de um tempo, nos afastamos ofegantes, mas continuamos próximos o suficiente pra eu depositar diversos beijos em seus lábios, pescoço e bochecha, e ao me afastar eu lhe dou um sorriso que é retribuído instantaneamente.

— você é incrível, Park – o ouço sussurrar ao pé do meu ouvido e me arrepio todo – quer sair daqui e ir pra outro lugar? Confesso que não gosto tanto de lugares assim – por um momento eu interpreto o que ele disse com duplo sentindo, mas percebo que não era e eu apenas concordo – vem – o sinto segurar minha mão e me puxar pra, o que eu acredito, que seja a saída. Quando finalmente saímos, ele solta a minha mão e abre os braços quando respiramos o ar do lado de fora – muito melhor – ele roda um pouco e eu sorrio com a cena.

— pra onde a gente vai? – pergunto e cruzo meus braços, estava um pouco frio.

— o que acha de... – o vejo olhar pra cima e em seguida vem até mim e fica bem próximo do meu rosto – compramos uma bebida quente e ficarmos no seu carro? Tá bem frio. – e realmente estava, vejo o vapor enquanto ele fala.

— eu acho ótimo – digo e esfrego meu nariz no dele, e o vejo sorrir largamente – acho que tem um Starbucks por perto – começo a caminhar na direção de onde eu sabia que tinha um, mas sou parado por Jungkook que agarra meu braço e entrelaça nossas mãos.

— tá frio – diz e sorri, só consigo soltar um riso anasalado e seguir, segurando sua mão...

Caminhamos por algum tempo apenas aproveitando a presença um do outro, até que finalmente chegamos e fizemos nossos pedidos. Ficávamos conversando sobre algumas coisas, nada tão importante, até que nossos nomes são chamados, pegamos os nossos pedidos e saímos, indo até onde eu havia deixado o meu carro, que quando chegamos, sentamos juntos no banco de trás.

— aqui tá bem melhor, bem quentinho – digo esfregando minhas mãos nos meus braços.

— também acho – Jungkook fala e leva a bebida até seus lábios.

— apesar de ter bebido tanto, acho que já estou sóbrio – digo e solto uma risada sem graça.

— que pena, eu adorei você bêbado – diz e o vejo dar um gole com o dedo mindinho levantado.

— talvez eu tenha gostado também – digo e dou um gole logo em seguida. Ficamos um tempo em silêncio, até que Jungkook o corta.

— o que nós podemos ser? – pergunta e eu não entendo, e acho que ele percebe – desde que a gente vem conversando, o que é um bom tempo, eu criei sentimentos por você e não sei se é cedo demais pra querer algo, eu não sei se você acha que é rápido demais, porém eu gosto de concretizar algo quando eu sei que o sentimento é real, não gosto de viver com incertezas, entende? – pergunta e eu entro em choque. Será que ele está sugerindo que sejamos um casal? Talvez, mas... Aish, Jungkook. Minha garganta tampa e sinto as lágrimas pingarem de meus olhos e descerem por minha bochecha – o que foi? O que eu fiz? – o vejo assumir uma feição de preocupação.

— você não fez nada, eu apenas... – não consigo terminar de falar e me desabo mais ainda no meu mar de lágrimas.

— shhh, shhh – o ouço murmurar e me tomar em seus braços, me abraçando e afagando minha cabeça – o que houve? Consegue me contar? – tento falar algo, mas as lágrimas tampavam minha garganta – não tenha pressa, eu estou aqui – depois de um tempo, eu me acalmo e me afasto um pouco do Jungkook e olho no fundo de seus olhos.

— você não vai me querer na sua vida, não vai querer mesmo – digo e o vejo franzir a testa.

— você não tem ideia do que tá falando – diz e o sinto segurar meu rosto – eu gosto muito de você, eu te quero sim – sorrio com sua fala, mas o sorriso transmitia tristeza.

— eu não quero te fazer querer alguém que pode te deixar a qualquer momento – digo e mordo meu lábio com a intenção de não chorar mais.

— como assim? – pergunta confuso e o sinto firmar mais as mãos em meu rosto.

— lembra do dia que eu desmaiei? – pergunto e o vejo concordar – não foi um desmaio normal – fecho os olhos e respiro profundamente, abro os meus olhos de novo – eu tenho uma doença no cérebro, rara, muito rara...

— sim, você me disse isso – diz, com a voz um pouco embargada – mas não é grave, não é? Ouvi o Yoongi dizer uma vez...

— o Guinho acha que não é nada demais, é o que eu quero que ele pense. O que ele não sabe é que essa doença tá acabando comigo, aos poucos e eu tenho 50% de chance não sair vivo disso.

— mas você ainda tem 50% de chance de sobreviver – ao dizer, eu não consigo e abaixo meu rosto, mas o Jungkook o ergue novamente – não, me escuta, pare de pensar no lado negativo dessa porcentagem, pense no lado positivo, okay? Pensa em quantas pessoas vão fica felizes de te terem bem, ao lado delas, pensa em mim, em como eu vou ficar feliz de te ter ao meu lado, te beijando a hora que eu quiser e te olhando como a pessoa mais preciosa do mundo, você não pensa nisso? – pergunta e eu não consigo responder – eu te quero, Jimin, você não entende isso? Se você tá enfrentando isso, eu quero te ajudar em qualquer coisa que você precisar, quero está ao seu lado em cada bateria de exames e quero estar ao seu lado pra te lembrar de se medicar corretamente – diz e ri um pouco, eu rio junto – eu só quero estar ao seu lado... e, infelizmente, preciso do seu consentimento pra isso – diz e sorri, lindamente. Olho seus olhos escuros e sorrio, ergo minhas mãos e seguro seu rosto como se fosse meu mundo, o aproximo e encosto nossas testas e nossos narizes.

— então, eu te quero também.

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