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— eu estou um pouco nervoso, meu bem – ouço Jungkook dizer e o olho rapidamente, mas volto a olhar para a estrada.

— não era você que não queria se atrasar pra ver ela? – o provoco e tento rir malignamente – aguente, meu bem, mas como eu disse minha mãe é muito legal, não tem motivo pra nervosismo – tento tranquilizá-lo e levo minha mão até seu joelho e faço um carinho ali – acho que o máximo que ela vai perguntar é em que você trabalha e a sua idade, de resto nada, ela não gosta muito de se intrometer ou ser inconveniente – minha mãe realmente era assim, ela acha que quanto menos souber ou perguntar sobre alguém, menos invasiva ela estaria sendo.

O resto do caminho foi de conversas paralelas e assuntos que eu não consegui prestar tanta atenção, de vez em quando eu me inseria na conversa, mas não deixava de prestar atenção no trânsito. Depois de alguns minutos, finalmente chegamos na casa da minha mãe.

— chegamos – digo e saio do carro em seguida. Vejo os meninos saírem vagarosamente com a boca aberta – o que foi?

— onde a gente tá? – Tae pergunta, olhando fixamente pra casa da minha mãe.

— gangnam – digo simplista e o vejo arregalar um pouco os olhos.

— não acredito – Tae diz empolgado – eu nunca estive aqui antes, e a casa da sua mãe é linda – sorrio como resposta.

— fico feliz que tenha achado bonita – digo e sorrio levemente, olho para Guinho e ele sorri pra mim – ah, vamos – os chamo e sigo até a porta e bato algumas vezes na porta e não demora para que eu veja uma mulher muito sorridente a abrindo e vindo direto me abraçar, fortemente – omma – a aperto em meus braços e sorrio ao sentir o cheiro de seus cabelos.

— Jiminnie-ah, meu fofinho – diz e balança comigo de um lado para o outro, me solta e dá vários pulinhos consecutivos. Como eu amo essa mulher – que saudade que eu tava do meu filhote – seu sorriso me revigora ainda mais.

— e de mim nada né? – ouço a voz de Guinho e minha mãe se empolga novamente e vai abraçar ele – olá tia – o vejo a apertar e suspiro, feliz.

— aigoo, meu sobrinho lindo, claro que eu tava com saudades de você – balança com ele também e logo o solta – e vocês devem ser os amigos deles, não é? – ela se vira para os meninos, que até agora estavam apenas olhando e reparei que todos sorriam.

— sim, muito prazer senhora, me chamo Kim TaeHyung – Tae se aproxima e abre os braços para abraça-la, a vejo ir animada.

— o prazer é meu, e pode me chamar de Kwan – ela se solta do abraço – você é muito lindo, garoto – faz um carinho na bochecha de Tae.

— aigoo, obrigado, e se me permite dizer, a senhorita também é – diz, como um legitimo cavalheiro e a vejo sorrir pra mim. Tae vem para perto de nós e minha mãe vai até Hoseok.

— eu me chamo Jung Hoseok, e é um prazer – abraça minha mãe, ela retribui animada.

— aigoo, o prazer é meu – fazia tempo que eu havia visto minha mãe, eu sabia que ela era animada, mas tinha esquecido do quanto. Aigoo, só o sorriso dela me faz esquecer de tudo de ruim que existe no mundo – como você é lindo, meu rapaz. Você só tem amigos bonitos, Jiminnie – se vira pra mim rapidamente e eu concordo com ela, apenas afirmando com minha cabeça. Quando Hoseok veio até nós, Jungkook nem falou nada, minha mãe foi diretamente até ele e o abraçou – você é o Jungkook, não é?

— sou sim, senhorita Kwan – o vejo um pouco surpreso, mas retribui carinhosamente o abraço.

— é verdade que você e meu filhote estão namorando? – ela cochicha, mas deu pra todo mundo escutar. Eu solto um riso anasalado e escondo o meu rosto no ombro do Tae e apenas seguro meu riso.

— ah, estamos sim – o ouço dizer e sinto minhas bochechas ruborizarem.

— aigoo, fico muito feliz. Venha, vamos entrar e jantar – olho para os dois e ela vinha o trazendo pelo braço. Ele estava sorridente – fiquem à vontade – entramos e eu apontei para a sala de estar – Jimin, pode vir comigo? – ouço ela me chamar e estranho, pois seu tom estava um pouco menos animado. Apenas assinto e a sigo, e quando finalmente chegamos a vejo vir até mim e checar tudo em mim.

— o que houve, mãe? – pergunto um pouco confuso.

— o Yoongi me ligou quando você passou mal, não pude ir, mas me preocupei muito contigo. Você tá bem? – seus olhos exalavam preocupação e suas mãos não paravam quietas em uma parte sequer do meu corpo. Seguro suas mãos.

— mãe, eu estou bem, okay? Não foi nada grave – digo e trago suas mãos até meus lábios e beijo ambas as suas mãos – você sabe que se eu estivesse pior, você saberia – digo e comprimo um pouco os meus lábios. Eu odeio mentir pra ela.

— Jiminnie, você não sabe mentir pra mim – fecho meus olhos assim que a ouço dizer isso, e seguro o choro – eu sei que a sua situação tá piorando e você tá guardando tudo para si mesmo como sempre, mas pode contar comigo, eu sou sua mãe e você é um dos meus maiores tesouros. Eu faço de tudo pra proteger você e não quero sequer ver você desmoronando por causa dessa doença idiota – eu abro meus olhos após notar que seu tom era de choro. Assim que abro, minhas lágrimas caem e eu a abraço fortemente.

— a senhora como sempre vendo através – afago seus cabelos escuros, com alguns fios brancos – escuta, eu estou seguindo com o tratamento e estou tentando me cuidar. Confesso que minha memória não ajuda, acho que é uma consequência da doença, e acabo esquecendo de tomar os remédios – respiro fundo, fecho os olhos e os abro rapidamente. A afasto e olho no fundo de seus olhos – eu sou um sobrevivente, mãe. Te prometo sobreviver a isso e te importunar pelo resto da vida – sorrio pra ela e a vejo retribuir.

— aigoo, meu filhote forte – ela me abraça e a ouço respirar profundamente. Nos afastamos e a vejo limpar as lágrimas, alguns segundos de silêncio – seu namorado é muito lindo, filho, parece uma escultura – ela diz e eu não consigo me conter e solto uma risada alta.

— eu sei, mãe – digo, ainda rindo e voltamos para a sala de estar.

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