Capítulo 3

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Júlia 🌸

Júlia: Quer ajuda Dona Tânia?- gritei, pois ela estava na cozinha e eu na sala.

Dona Tânia: Não, amor. Fui colocar o bolo no forno.- sentou do meu lado no sofá.-Então, fia, conheceu o Erick como?

Júlia: Eu tava voltando do trabalho com bolsas mão e ele me ajudou.

Tânia: Orgulho do meu menino.-sorriu.- Você trabalha de quê, mesmo?

Júlia: Sou enfermeira, tia. Consegui a vaga aqui no postinho e corri pra cá.-ri.

Tânia: Que bom que o Erick arranjou alguma amiga responsável, porque já veio cada uma aqui, fia... Quando ele falou de tu, eu já pensei "vixe".-rimos.

Júlia: A senhora é casada?

Tânia: Não, sou mãe solteira. Passei muita dificuldade com o Erick, por isso ele entrou no tráfico.

Júlia: A senhora já é acostumada com isso ou ainda se incomoda?

Tânia: Tive que me acostumar, amor. Ou era isso ou passávamos fome. Nós moramos na rua já.-olhei surpresa.-Pois é, e quem mais nos ajudou foi o Th. Não é à toa que considero ele como um filho.

Júlia: Imagino como deve ter sido difícil, tia. E que bom que o Th apareceu na vida de vocês, ele parece ser incrível.

Tânia: Ele é, só não demonstra pra todos. E você? Cadê seus pais, menina?

Júlia: Meus pais morreram quando eu tinha 11 anos, daí eu fui pro orfanato. Completei 18 anos e fui expulsa de lá.-ela me olhou surpresa e incrédula.- Pois é, tive que me virar, tia. Tenho uma amiga que eu estudava e fui pra casa dela. Se não fosse ela, não sei o que seria de mim. Aí comecei a trabalhar numa lanchonete e dividia as contas de casa. Daí arranjei um emprego melhor e fui pra um kitnet,pois só o que eu recebia dos meus pais não era suficiente. Até que passei no enem, fiz faculdade de enfermagem e agora estou aqui.

Tânia: Tão nova e tão guerreira.-sorri fraco.- E os crexis...Como é que falam mesmo hoje em dia?- ri muito com ela tentando falar crush e ela me olhou serinha.

Júlia: É crush, tia.-ela riu - E tá triste viu, ai ai.

Tânia: Só não digo pra investir no Erick porque você é como uma filha pra mim agofa. Vocês tem que ser irmãos.

Júlia: Até porque pra aguentar o Magrinho tem que ter paciência. E eu não tenho.-rimos.

Tânia: Tem o Th.

Júlia: Não, não. O Th é todo fechado, não faz meu tipo.- menti e não menti ao mesmo tempo.

O Th é um gato e quem não pegaria aquele gostoso do caralho?
Mas não posso sair falando que eu pegaria ele. Seria foda pegar numa festinha pra nunca mais, porém pra continuar ficando com frequência não. Tô fora.


[...]

Tânia: A Júlia e o Th fariam um lindo casal.- arregalei os olhos e senti o rosto arder. Senti que tava corada.

Olhei constrangida pro Th que sorria de canto. Porra que boquinha.

Magrinho: Verdade, coroa.

Th: Deixa de idéia.- gargalhou.- A garota tá corada, pô.

Magrinho: Se tá assim é porque tem interesse.

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