Capítulo 24

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Júlia 🌸

Júlia: Como assim ninguém nunca viu ele?

Jéssica: Só quem sabe quem é ele é o Coringa e o Hack, são eles três que comandam.

Júlia: Caralho, ele deve ser brabo então.

Jéssica: Pelo o que o cara me contou, ele sempre teve boa vida. A mãe dele é rica e ele também, tá nessa vida por escolha..

Júlia: Será que ele sabe que somos irmãs dele?

Jéssica: Tenho quase certeza que ele sabe, mas não fala nada pra não se expor. De você, eu acho que não. Mas de mim, com certeza. Aliás, eu era fiel do Dono da Rocinha, ele tem minha ficha e a ficha do Betão lá com ele.

Júlia: E por que ele vive em segredo assim?- perguntei curiosa.

Jéssica: A cabeça dele vale milhões. Literalmente, se a polícia pegar ele, certeza que arrancam a cabeça dele.

Júlia: Caralho. Tudo isso por comandar o tráfico?- perguntei surpresa e ela assentiu.- Mas o que a gente vai fazer agora?

Jéssica: Nada. Deixar ele longe é o melhor pra gente. Se vaza pra alguém que somos irmãs dele, nossa cabeça vai valer alguns milhões também, mesmo que não tenhamos afinidade com ele.

Júlia: Jessi, eu estou perplexa.- falei chocada. Realmente é muita coisa pra ser digerida.

Jéssica: Eu imagino.- pegou seu celular na mesa de centro.- Coloca aqui teu número e teu Instagram.

Fiz o que ela pediu e levantei do seu sofá, pois já eram quase 22:00.

Júlia: Preciso ir, Jessi. Amanhã eu trabalho, vou ter que acordar cedo pra caralho pra sair daqui pra ir até o Vidigal.

Jéssica: Tá bem, irmã. Nem acredito que depois de tantos anos...- ela sorriu boba e eu também. - Vou te levar na porta, vem.

Fomos até a porta e nos abraçamos forte.

Júlia: Agora nada mais vai nos separar.- falei sorrindo.

Jéssica: Nunca!- beijou meu rosto.- Ô Diguinho, leva ela na casa do Coringa.

Diguinho: Mas o Coringa tá no pico.

Júlia: O que é pico?

Jéssica: O pico do morro. Os moradores vão lá pra rezar por quem já morreu, geralmente.

Júlia: Rezando o Coringa não está. Mas você pode me levar lá?- perguntei ao Diguinho que fez que sim com a cabeça.

Me despedi da Jéssica e fui até o tal Pico com o Diguinho.

Vi o Coringa em pé de braços cruzados e quando ele ouviu passos já olhou bem rápido. Quando viu que era eu, me olhou negando com a cabeça.

Diguinho: Vai ficar nesse lugar escuro com ele mesmo?- perguntou num sussurro.

Júlia: Ele não vai me matar, fica tranquilo.- ri.- Obrigada por me trazer aqui.

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