Empatia: A história de Wangji.

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Atenção: Este capítulo pode conter falas que remetem a novel e ao live action.

Para entendimento de todos, as lembranças estarão em itálico, pensamentos do Wei em negrito e cenas do presente com letra normal.

**CUIDADO COM O CORAÇÃO. PREPAREM OS LENÇOS.**

(...)

Ele estava focado, nunca tinha se concentrado tanto para fazer empatia como estava se concentrando naquele momento. Era hora de descobrir toda a verdade, de quando eles ainda eram adolescentes até o presente momento.

Wei Wuxian certamente não estava pronto para a carga emocional que sofreria com aquilo como achava que estava preparado. Em toda sua vida, ele nunca estaria pronto para saber de tantas coisas. Havia apenas uma certeza ao qual ele não tinha conhecimento. Seu amor por Lan Wangji não seria mais o mesmo após todas aquelas descobertas. Ele não seria mais o mesmo após aquilo tudo.

A criança estava sentada em frente a uma mesa de madeira escura, um livro em mãos. A expressão séria e o olhar concentrado a cada palavra do livro. Os olhos dourados moviam-se minimamente enquanto folheava as páginas.  Quando as costas, tão retas como uma régua se cansaram de ficar naquela posição, ele relaxou os ombros.

— Wangji, arrume sua postura. Lembre-se, deve ter postura sempre. Nunca se sente de forma desleixada. —  A voz de Lan Qiren se fez presente. Fazendo Wei Wuxian apertar as mãos em punho ao ver aquilo.

"Ele é só uma criança, seu velho nojento."

A postura foi arrumada e a leitura continuou. Ele estava cansado, estava a horas estudando, não tinha saído do jingshi nem mesmo para respirar um ar puro.

— Posso ir ver a mamãe agora? — O pequeno Lan Wangji perguntou.

— Quando acabar suas tarefas, poderá ir vê-la.  Já terminou de ler todas as regras? — Qiren perguntou.

— Ainda não, tio.

—  Um verdadeiro membro de Gusulan sabe de cor e segue todas as regras. Transcreva-as cinco vezes e irá aprender.

Com a ordem dada pelo tio, Wangji pegou papel e pincel e começou a escrever as regras da seita. Ele nunca desviava o foco de seus estudos, por mais cansado que estivesse; só parava quando precisava beber um pouco de água ou se alimentar. Aquela rotina de estudos era sempre a mesma, todos os dias. Ele sentia saudades da mãe, saudades do pai e do irmão. Xichen algumas vezes ia visitar o pai e ficava por dias ausentes, aprendendo a exercer a função de líder para quando estivesse na idade certa, assumir sua posição.

— Posso ver a mamãe? — Ele perguntou outra vez. Já era noite e estava próximo ao toque de recolher.

— Já está próximo ao toque de recolher, você pode vê-la amanhã.

— Gostaria de dormir com a mamãe.

—  Amanhã você poderá. — Lan Qiren falou sério.

O pequeno Wangji observou o tio deixar o jingshi informando que iria dormir. Ele ficava com o tio durante o dia, mas a noite, dormia sozinho. Ele queria ver a mãe, era nítido naquela expressão infantil entristecida, porém, quebrar as regras significava punição.

Batidas na porta foram ouvidas e um menino maior e bastante parecido com Lan Wangji entrou.

— Irmão. — Wangji continuou sentado enquanto abria o livro, a porta estava aberta que o tio havia deixado.

— O tio me mandou vir ficar com você.

— Quando você voltou?

—  A poucas horas. O pai mandou lembranças e disse que virá vê-lo amanhã. 

Não pode ser ninguém além de você.Onde histórias criam vida. Descubra agora