50 - Little Things

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Preparem os coletes, o coração e os lencinhos.

Boa leitura.

~

Lauren POV

Eu ainda estava lá, deitada naquele colchão, com meu rosto dolorido, corpo exausto enquanto encarava o teto branco como se fosse a paisagem mais bela que eu já tinha visto.

A enfermeira dava os últimos retoques nos curativos colocados em cada parte machucada do meu amigo. Adam ajudou no que podia, e agora se encontrava igual eu, deitado. Camila continuava sentada na cadeira, com as costas apoiadas e uma expressão pensativa. Todos estávamos quietos, sem dizer uma palavra.

Mas também, o que iríamos dizer?

– Prontinho!

A voz da enfermeira soou um pouco animada. Ela colocou o último band-aid sobre o corte pequeno no queixo do Matthew, dando um sorriso fraco pra ele, que parecia estar mais ou menos melhor.

– Ele vai ficar bem?

Perguntei, virando meu corpo e o erguendo do colchão, ficando sentada. Ela assentiu, se levantando do chão, onde estava ajoelhada antes.

– O certo seria ele ficar de repouso por pelo menos duas semanas, mas como vocês não estão em condições de descansarem, a recuperação dele vai demorar bastante, isso se o estado dele não piorar. - fechou sua maleta. – Não posso garantir que ele vai sobreviver, mas também não posso dizer que ele vai morrer. Tudo depende de quanto tempo ele aguentar até vocês conseguirem ajuda. Se os ferimentos dele não incharem, ou sangrarem novamente, ele pode ter uma boa chance de sair daqui vivo.

– Isso seria…? - gesticulei com as mãos.

– 76%, no máximo. - assenti. – Mas, Lauren…

– Sim?

– Ele não tem condições de lutar. - curvou os lábios pra direita, mas não para formar um sorriso. – Talvez ele nem consiga se manter de pé sem ajuda, os machucados são recentes, qualquer coisinha e pode dar tudo errado. - se encolheu no jaleco que usava. – Isso vale pra Camila e pro Adam também. - olhou para os dois, que voltaram sua atenção completamente pra ela. – Ela nem consegue andar e ele só tem um braço pra utilizar por agora. Qualquer movimento brusco, os pontos deles dois abrem e a ferida volta a sangrar, podendo levar a morte por hemorragia. - levei uma mão ao meu pescoço, esfregando ali. – Lamento informar, mas será só você e o Chad nessa.

Se vocês soubessem o que eu estava sentindo naquele momento, nunca desejariam estar na minha pele.

Eu soltei o ar pela boca, fechando os olhos e tentando pensar numa solução, mas eu não consegui nada. E também como eu faria isso? Ela estava certa, tinha total razão sobre isso. O que iríamos fazer tendo três pessoas machucadas, sem condições alguma até mesmo de andar, sobrando apenas dois pra enfrentar inúmeros homens armados? Não tínhamos uma saída, e isso era horrível. Eu não podia ficar aqui por mais tempo, nós não podemos ficar aqui.

Nesse mesmo momento, Chad entrou na sala, preocupado e irritado. Levou as mãos até seus cabelos e puxou alguns fios, começando a andar de um lado para o outro. Ninguém entendeu por qual motivo ele estava assim, mas eu não me importei em saber. Eu apenas me levantei, dando dois passos pra frente.

– É tudo culpa sua!

Vibrei, com uma mistura de sentimentos dentro de mim. Ele parou de se mover de um lado pro outro e me encarou.

– O quê?

– Você ouviu. - ele tirou as mãos do cabelo. – Não estaríamos aqui se fosse você.

I'll Give My Best For You (Camren Infantilismo)Onde histórias criam vida. Descubra agora