Despair

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Pov.Millie

O desespero estava estampado na cara de Finn enquanto eu pensava em possibilidades de eu poder estar grávida. --Se eu ficar grávida, fodeu. -falo olhando para meus pés  balançando.

--eu sei. -Finn fala olhando para baixo, e percebo uma leve irritação ali,  fazendo fazer movimentos repetitivos com sua perna.

Dois adolecentes no fundo na escola, sem saber o que dizer e fazer, com medo de uma simples criança foder com suas vidas. Éramos nós, pensando da possibilidade disso acontecer, sendo que não fazia nem 24 horas desde o acontecimento, e eu nem tinha tomado pílula.

Mas como mulher, sempre estamos preparadas com o comprimido do dia seguinte, já os homens não, e claramente Finn estava quase tendo um surto ali. Acho que na cabeça dele eu literalmente já estava grávida. Mas não era assim, um comprimido pode resolver tudo não pode?...

Ou não?

--Eu ainda preciso terminar o terceiro ano, ir para faculdade, me formar e ter um emprego. Isso vão ser mais de anos, uma criança só vai ferrar com a minha vida. -suspiro.

--Espera... Ta insinuando que vai ser só você? Ou que o que? Eu vou comprar cigarros e te deixar? -Finn olha nos meus olhos.

--O cigarro não tá caro para você. - o olho jogando um pingo de sarcasmo, para não ficarmos nesse clima estranho. Finn ao ouvir essas palavras de minha boca, olha para o lado soltando uma risada como se eu estivesse,,zuado a frase,, porque isso era algo absurdo.

--Millie, entenda, por mais idiota que eu seja, eu não seria igual meu pai, eu seria uma pessoa presente na vida dessa criança. -Ele me encara e fala como se eu realmente estivesse grávida e já estivesse de mêses.

--então tá. -reviro os olhos e começo a rir sarcasticamente. --que foi? -ele olha para mim sério.

--Finn, você tá falando como se eu tivesse grávida. Relaxa, também não é assim. -falo e ele fica com a cabeça abaixada em silêncio. --eu vou sair daqui, vou passar na farmácia e vou pra casa. Mais tarde... Sla, eu te mando mensagem ou você... Tanto faz. -dou de ombros e desço de onde estávamos sentados, e saio dali, o deixando sozinho.

Finn realmente estava com um desespero desnecessário, ele batia suas pernas no chão frequentemente, e batucava seus dedos em sua perna. Não estava afim de ficar ali por mais tempo, afinal, eu ainda nem tinha tomado o remédio, e se eu quisesse realmente evitar o inesperado, o quanto antes eu tomar seria melhor.

Sai da escola apé mesmo, não dei satisfações a ninguém, apenas sai andando em busca de uma farmácia, e depois iria para casa, já que não era tão longe, afinal eu precisava mesmo andar e pensar um pouco.

~

A primeira coisa que eu fiz quando sai da farmácia foi engolir o comprimido ali mesmo, tomando apenas um pouco de água, que era o que tinha sobrado em minha garrafa.

~

Entrei em casa e fechei a porta, minha mochila escorregou rapidamente pelo meu ombro e eu apenas segurei sua alça, subindo as escadas. --Millie? -escutei a voz da minha mãe, enquanto eu já estava quase chegando em meu quarto.

Congelo na escada e fecho os olhos, bufando ao escutar sua voz. --Millie? -minha mãe gritou novamente, ja que provavelmente não me viu entrar, apenas ouviu o barulho, e como não era o horário que normalmente eu chegava, ela estranhou.

"Não sei porque vocês tem esses conflitos, mas acho que você deveria sentar e conversar com ela" A voz do Finn ecoou em minha cabeça, me fazendo lembrar da frase que ele me disse quando fomos ao boliche. Uma chance a ela, era o que Finn queria que eu desse, mas era diferente, sabe quando você se da bem melhor com sua mãe e a relação dela com você era como fossem melhores amigas, e a relação com seu pai era diferente? Então, comigo era basicamente isso, mas a melhor amiga na história era meu pai, meu melhor amigo.

the bitch - fillieOnde histórias criam vida. Descubra agora