Adam
O litoral de Birmingham não fora destruído pelo tornado. Na verdade, o tornado nem passara por lá. As terras da família de Adam continuavam intactas. O rapaz, herdeiro de uma vasta plantação de milho, tinha a fortuna e patrimônio garantidos.
A sua casa, a maior fazenda da região, ainda possuía o mesmo aspecto colonial de sempre — rústica, porém moderna. A propriedade pertencia ao estilo neoclássico grego, muito comum em Birmingham. No fundo da mansão existia um pequeno e antigo galpão, que antigamente servia como residência dos escravos que foram trazidos em navios para a Carolina do Sul (no século dezessete). Agora, após anos de servidão, e da lei abolicionista, o local fora transformado num celeiro aconchegante, casa de hóspedes e, na temporada de férias, uma atração turística muito procurada.
Enormes colunas dóricas davam suporte à residência principal, que contava com cinco enormes suítes, uma cozinha de dar inveja a qualquer mulher bem prendada, e uma piscina gigantesca (usada unicamente para as festas badaladas de Adam). O prédio principal situava-se perto de um lago que, por sua vez, era a vista da janela do quarto de Adam.
— Cinco minutos! — Gritou sua mãe Louise, no andar de baixo. — É sério, Adam Wright Craig. Não me faça subir até aí. — Continuou ela, ignorando a repulsa do garoto pelo sobrenome Wright.
Após segundos, Adam riu. Ele sabia que, de fato, ela subiria as escadas caso demorasse muito. Apesar de popular, rebelde e descolado, Adam nunca se atrasara para a escola. E isso, ao longo dos anos, quase custara sua reputação na West Toros High.
Ele saiu de seu quarto, e caminhou até as escadas. A mochila balançando enquanto descia os degraus. Na mão esquerda estava a camiseta polo, da qual ainda não havia vestido:
— Garoto, arrume-se agora! — Mandou a mãe, uma evangélica protestante devota. Repudiando qualquer pedacinho de pele à mostra do rapaz. — Toda nudez será castigada. — Disse ela, recitando um versículo de Gênesis. Enquanto Adam ultrapassava o batente da porta da sala de refeições (exibindo o tanquinho).
Louise estava sentada à mesa, bebericando uma xícara de café.
— A maior nudez não foi a física e sim a espiritual, quando Adão perdeu a cobertura da proteção divina de sua própria alma. — Respondeu ele, retrucando a mãe e também recitando uma parte do livro de Gênesis.
Adam sabia a bíblia de cabo a rabo. Era um de seus segredos mais secretos. Ninguém poderia ter conhecimento disto. Afinal, todo mundo sabe que um menino religioso não tem chances de sobreviver ao ensino médio. — Não que Adam acreditasse em Deus ou essas coisas. Porque apesar da família, ele era ateu e muito cético.
— Cadê a faixa? — Perguntou Louise, apontando para a testa do filho (parte do corpo que fora atingida pela panela de inox).
— Tirei.
— Mas sua cabeça ainda está um pouco inchada. — Continuou a Sra. Craig. — Acho que deveria...
— Mãe, eu não vou para a escola com aquela espécie de turbante na cabeça. E, aliás, estou bem.
Após morder uma maçã, descansada na cesta artesanal do centro da mesa, ele vestiu a camisa — obedecendo a matriarca. Adam só temia o dia em que a mãe descobrisse que estar sem camisa era o menor de seus problemas.
Louise definitivamente surtaria quando soubesse das prostitutas, drogas e brigas no ciclo social de Adam.
— Não vai comer mais nada? — Perguntou Louise, cruzando os braços para o filho. Deixando a xícara de lado. — Só esta maçã?
— Não tenho tempo, vou me atrasar.
— Não vai se sentar à mesa comigo? — Perguntou ela, descruzando os braços e arrumando o cabelo loiro-avermelhado, perfeito, brilhante.
— Já disse, vou me atrasar. — Repetiu ele, um pouco incomodado. Saindo da cozinha e cruzando o corredor para a porta de entrada.
— Se atrasar para quê?
— Nada. — Respondeu ele, vagamente. Calçando os tênis que descansavam no hall da propriedade.
— Se atrasar para nada? Oras, me conte o que é!
— Até mais tarde. — Disse ele, abrindo a porta.
— Adam! — Gritou a Sra. Craig, ainda na sala de refeições.
— Isso é por me chamar de Wright, minutos atrás. — Respondeu ele, sem precisar gritar. A firme e forte voz dando conta da distância que os separavam.
— Independente do que ele fez para nós, ainda continua sendo o seu p...
Adam ultrapassara e fechara a porta antes que a mãe pronunciasse a palavra "pai". Caminhando em direção a garagem da fazenda, que continha os vários carros da família.
Chegando lá, ele escolhera ir de SUV e pegara a chave do automóvel no painel. Partindo para o último mês de aula.
Bem, antes de abraçar o espírito escolar, ele precisava fazer algo primeiro.
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A Série Stay With Me: In Love (Livro 2)
RomanceApós sobreviverem ao tornado, Lena Gellar e Adam Craig encontram-se perdidamente apaixonados um pelo o outro. No entanto, Lena vê o relacionamento ruir quando precisa voltar a rotina escolar -, e alguns de seus colegas de sala começam a conspirar co...