Capítulo 66 - Anjos vestem Prada

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Lena

Lena entendeu o verdadeiro significado do termo "fora de alcance" assim que ultrapassou o portão de metal forjado da fazenda vitoriana dos Craigs. Ela admirou, encantada, a vista, quando o carro passou por um caminho ornamentado de pedrinhas até chegar a faixada da enorme residência. As sombras das árvores, provocadas pelo sol, ultrapassando a janela do carro e fazendo desenhos em seu rosto.

Mais ao fundo, na residência, foi possível ver a vasta plantação de milho, da qual a família Craig era dona. Alguns funcionários abaixados, fazendo colheitas e plantando novas mudas no lugar.

Quando chegaram a garagem, e Adam estacionou o carro ao lado dos outros possantes que tinha, Lena e ele dirigiram-se para a porta principal da fazenda.

— Estou nervosa, Adam. — Disse Lena, compartilhando o sentimento; enquanto subia os degraus da varanda lentamente.

— Não tem porque. Eu juro. — Falou Adam, pegando a mão de Lena e tranquilizando-a. Quando chegaram ao último degrau da varanda. — Minha mãe vai te adorar.

— Tem certeza?

— Absoluta. — Respondeu ele, beijando-a suavemente. Um beijo curto, porém, não menos cheio de amor e ternura.

Quando chegaram a entrada da mansão, Lena apreciou uma espécie de brasão entalhado na madeira da porta. Antes que Adam tocasse na maçaneta, ele explicou a Lena que aquilo se tratava do símbolo dos Craigs, feito por ancestrais da família — os mais importantes colonizadores de Birmingham. Conhecidos como os Hastes. Meio europeus, meio judeus.

O brasão consistia em um enorme —, e astuto —, leão que protegia a letra C. Era um desenho lindo e intimidante. Mas foi ao entrar na mansão que Lena quase desmaiou. Lustres de cristais dominando o teto, as paredes brancas que traziam um toque de tranquilidade e fineza ao local, e os móveis de madeira que embalavam o ambiente com conforto e davam aos cômodos o sentimento de lar. Era tudo lindo demais. Tudo impossível e grandioso demais. E Lena se sentiu deslocada.

Eles passaram pela sala de jogos, de estar, refeições, até encontrarem a Sra. Craig na horta, junto a Abigail e Tifanny Waldorf.

— Mãe. — Chamou Adam. Mas todas as três, de costas e abaixadas, admirando uma das belas mudas de chuchu da horta de Abigail, olharam em sua direção. E depois fitaram Lena, curiosas. — Precisamos da sua ajuda.

***

— Eu tenho o telefone dela. — Informou a Sra. Craig. Sentada no sofá de frente ao deles, na sala de estar. — Podemos marcar uma entrevista. — Prosseguiu, apresentando o plano. — Acho que se vocês derem uma entrevista exclusiva logo, tudo isso, a fama, passa num piscar de olhos.

— Por mim tudo bem. — Concordou Adam, cheio de vontade em acabar com aquele sofrimento midiático. — O que acha? — Perguntou ele a Lena. Claramente interessado, e importando-se com o que ela tinha a dizer, Adam virou o rosto e encarou-a tranquilamente. Quase como fossem se beijar outra vez. Na frente de todos.

— Não temos escolha, temos? — Respondeu Lena, sussurrando, apenas para Adam. Louise Craig, Abigail Mendler e Tiffany Waldorf, no sofá a frente, se aproximaram, ambas ficando na ponta do assento, para ouvir o que ela dizia ao namorado. E somente a ele.

De repente, os dois começaram a discutir possibilidades. Cochichando entre si. E quando o breve diálogo pareceu ter terminado, e ambos haviam chegado a uma conclusão, Adam encarou a mãe e disse, convicto:

— Vamos fazer!

— Ótimo. — Disse ela. Animada. — Amanhã?

— Amanhã? — Perguntou Lena, indagando a sogra. Ela estava odiando tudo aquilo sobre ser entrevistada. Era o único jeito das coisas terminarem bem, e ela sabia disto. Mas precisava se preparar psicologicamente até ser, de fato, interrogada por qualquer repórter. Até que, de fato, um fotógrafo tirasse fotos suas com o seu consentimento. E tudo estava acontecendo tão rápido que ela não conseguia assimilar direito.

A  Série Stay With Me: In Love (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora