Capítulo 62 - Finalmente beijada

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Lena

Ao contrário do que planejara, Lena saiu do ginásio devagar. Sem pressa. A sua mão ainda entrelaçada com a de Adam.

Agora eles eram namorado e namorada? Ou apenas ficantes?

— E aí, vamos comer fora na hora do intervalo? Eu tenho aula de química básica agora, e você?

Ele estava convidando-a para comer fora? Na hora do intervalo? Para todos da sociedade de Birmingham os verem? Juntinhos? As perguntas dominavam o subconsciente de Lena.

— Eu... não... não tenho dinheiro. — Respondeu Lena, gaguejando. Envergonhada.

— Mas é o rapaz quem paga, não? — Disse Adam, animado. Depositando outro de seus beijos nos lábios de Lena. Um selinho mais demorado que o anterior. Todavia, para Lena Gellar, este novo beijo não era tão menos chocante quanto o primeiro. — E então? Qual a sua aula antes do intervalo?

— Física avançada. Na ala sul.

— Qual sala?

— 867.

— Eu passo lá, então. Combinado?

Lena concordou com a cabeça. Aquilo só poderia ser um sonho. Naquela manhã, quando acordara, nunca imaginara que aquilo aconteceria. Que ganharia um namorado. Quer dizer..., que ganharia 'O' namorado.

Um bilhete premiado da loteria.

— Vai ser legal... — Falou Adam. O resto do que disse, Lena não conseguiu absorver. Ela estava nas nuvens. Sem acreditar no que acontecia diante dos seus olhos. Ela estava sendo... amada. Havia sido beijada duas vezes em menos de uma hora. — Né? — Perguntou Adam, tirando-a de seus devaneios.

— Aham. — Respondeu Lena, fingindo ter escutado todas as palavras que Adam havia proliferado enquanto delirava interiormente.

— É, eu também acho. — Devolveu Adam, o que fez Lena agradecer aos céus pelo seu "aham" ter soado convincente.

As pessoas continuavam a encará-los. Adam parecia não ligar, mas Lena começou a odiar a atenção exacerbada. Sentia-se invadida. Ela com suas roupas simples. Um jeans, tênis all-star rosa (super-brega) e uma camisa com gatinhos estampados. E Adam... poupa-se palavras... Era o rapaz mais descolado do pedaço — exibindo a jaqueta do time da West Toros High.

— Estava pensando em irmos ao Flump. Já foi até lá? A comida de lá é..., fantástica. — Adam continuava a tagarelar, com naturalidade e charme. — E fica pertinho daqui. Não nos atrasaríamos para a próxima aula. — Adam passou a mão, aquela que não estava ocupada entrelaçada com a de Lena, no cabelo loiro. Arrumando-o para trás. No mesmo estilo que os rapazes usavam na década de 60. E continuou a falar: — Bem, não que eu me importe com atrasos. Mas eu sei que você sim.

A fila para sair do ginásio estava se esvaindo, e no lugar veio o tumulto. Todos querendo dar o fora dali ao mesmo tempo. Adam soltou a mão de Lena e, em um instinto protetor, colocou o braço sobre os ombros dela. Puxando-a para mais perto de si. Enquanto os colegas ansiosos continuavam a se empurrar para sair o mais depressa do local.

Mais próxima ainda de Adam, Lena sentiu o perfume do rapaz pela primeira vez. O aroma envolveu-a como uma magia boa. A loção pós-barba enfeitiçando-a gradativamente.

— Isso é um sonho? — Perguntou ela, encarando-o. Os seus olhos caramelados sem graça mirando os maravilhosos olhos esverdeados dele.

— Eu realmente espero que não. — Respondeu ele, beijando-a mais uma vez. Agora de uma forma mais intensa. Até que alguém esbarrou neles.

Até que Selena Waldorf esbarrara neles:

— Ai, meu deus! Me desculpem. Isto aqui está uma bagunça. — Disse ela, apoiando-se propositalmente no ombro esquerdo de Adam. Como se precisasse se segurar em algo ou alguém, depressa, para não ir ao chão. Como se o esbarrão tivesse sido um acidente. Mas claro que não foi. Adam sabia que era uma tentativa dela de provocar Lena.

— É, está uma bagunça, sim. — Respondeu Adam. As pessoas passando por eles. Cutucando-os. — Se cuida. — Concluiu ele, desvencilhando o ombro esquerdo das mãos de Selena. Dando de costas e caminhando com Lena para o mais longe possível dali.

Quando finalmente atravessaram a porta do ginásio, Adam e Lena tiveram uma surpresa engraçada. A Sra. Chipman estava os aguardando.

— Minhas crianças, estava esperando por vocês. — Disse ela, chamando-os. Adam ainda com o braço sob os ombros de Lena. — Tenho algo para entregar a vocês.

— Para nós? — Indagou Lena, curiosa.

— Sim, querida. — Respondeu a Sra. Chipman, delicadamente. Tirando da bolsa a caixa especial de camisinhas, e entregando três estilos diferentes na mão de Lena, e mais três na de Adam.

Ambos se seguraram para não rir. A Sra. Chipman sabia do falso boato. Só não sabia exatamente da parte que o boato era... FALSO. Ela estava preocupada com eles. Era só isso. Não havia maldade no gesto dela. Apenas bondade. A bondade de uma senhorinha na casa dos setenta anos de idade.

— Obrigada. — Agradeceu-lhe Lena, fingindo estar grata. — Iremos estreia-las assim que possível. — Continuou Lena, referindo-se as camisinhas. E então ela puxou Adam para longe da Sra. Chipman, dando tchauzinho para a senhorinha com a mão vaga.

Antes que se separassem no corredor, e cada um fosse para a sua aula, Adam encarou Lena por todo o percurso. Uma expressão de divertimento e malícia dominando o belo semblante do rapaz.

— Não se empolgue, garanhão. Não iremos estrear, de fato, as camisinhas. Eu só não vi sentido desmentir o boato para a Sra. Chipman. Levaria muito tempo para explicar toda verdade a ela. E, no fim das contas, duvido que ela acreditaria. Então eu menti e prometi que usaria os tais preservativos. — Explicou Lena. — Apenas para acalmá-la.

— Então sem sexo? — Perguntou Adam, os seus lábios roçando a clavícula de Lena.

— Sim. Nada de sexo. — Respondeu ela, rindo. Os lábios de Adam provocaram-lhe cócegas em sua clavícula.

— Estraga prazeres. — Respondeu ele, fingindo estar chateado. Mas, na verdade, divertia-se com a situação. 

A  Série Stay With Me: In Love (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora