A Série Stay With Me: In Love (Livro 2)

Capítulo 46 - Arrependido

Adam

"Só, por favor, não deixe que os seus amigos te façam agir de forma oposta à sua capacidade."

A voz de Lena o atormentou durante toda a viagem de volta para a casa. Ele se sentia um lixo. O barulho da chuva, caindo sob o capô e teto do SUV, apenas deixava tudo mais melancólico e triste. E para piorar, Adam sabia que os seus amigos não eram seus amigos de verdade. E o quão malvado, e Maria-vai-com-as-outras, ele era por apoiá-los.

Quando chegou à mansão (e fazenda vitoriana) dos Craigs, ainda teve de aturar o interrogatório exaustivo da mãe:

— Você demorou a chegar hoje. — Reclamou a Sra. Craig.

— É, fui levar Lena até em casa.

— Lena?

— É. Fomos perseguidos por jornalistas. Na saída da West Toros.

— Isso já está passando dos limites.

— É, eu sei.

— Não seria mais fácil vocês dois cederem alguma entrevista? Assim, tipo, logo de uma vez?

— Não inventa moda, dona Craig.

— Eu não vejo o problema. Uma repórter me ligou hoje. O nome dela era Izabely... Se eu me lembro bem, acho que é editora-chefe de um blog chamado Holy Gossips.

— Holy Gossips?

— Sim. Você conhece?

— Já ouvi falar... — A ex-namorada de Adam, Selena Waldorf, adorava o blog. Um dos portais mais visualizados e sensacionalistas do momento... — É um site de menininha.

— Ela implorou por uma exclusiva. — Contou a mãe.

— Ela que espere sentada! — Exclamou Adam.

— Não diga isto! A garota só está fazendo o trabalho dela. E seria uma boa para vocês dois. O quanto antes contarem sobre a experiência com o tornado, mais rápido as nossas vidas voltam ao normal. Você e Lena deveriam pensar a respeito.

— É talvez.

— E por enquanto que nada é feito, traga-a para jantar.

— A Lena? Por quê?

— Porque você me fez patrociná-la no hospital.

— Mas...

— Shh! Quero conhecer a menina que vem mexendo com o coração do meu filho.

— Ela não está mexendo com o meu...

— Não está? — Indagou a Sra. Craig, não acreditando no filho.

— Não.

— Como não?

— Porque é impossível.

— Não é o que eu vejo.

— Ela não pode estar mexendo com algo que não existe, mãe!

— Não entendi. Como assim?

— Eu não tenho coração.

E então, Adam desabou. A última vez que chorara fora com sete anos de idade, quando o pai deixara a mãe pela a amante. Na época, o irmão mais velho havia caçoado dele por meses. Dizendo o quão uma vergonha ele era para a família... Pois homens de verdade não choram.

— Como assim?

— O meu coração é duro, mãe. Duro como pedra.

— Mas você é o garoto mais bondoso que eu conheço.

— Aí não vale.

— Ué, por que não vale?

— É você quem está dizendo. Você é a minha mãe. Não conta em nada. Está dizendo isto apenas por obrigação.

A Sra. Craig se aproximou, abraçando o filho.

— Eu sou um lixo, mãe. — Então finalmente o filho, alto, abraçou a mãe, pequena, de volta. A cabeça da senhora descansando no peitoral do caçula.

— Não, não é. Você é meu filho. E minhas palavras deveriam contar cem por cento das vezes. Porque além de sua mãe, sou sua melhor amiga.

Eles ficaram abraçados. Mãe consolando o filho. Até ela conseguir convencê-lo a tomar uma ducha e se preparar para o jantar. 

De noite, chegando ao quarto, Adam deitou e fingiu que nada havia acontecido. Vestindo outra vez sua casca grossa de menino malvado.