Adam
Depois do jantar, Adam levou Lena para caminhar, e conversar, pelo lado externo da propriedade. Mais especificamente, o milharal.
O pôr do sol estava encantador. As folhagens das plantas de milho até ganhavam um tom de verde diferente. Toda a grandiosidade da plantação cruzando-se com o laranja amarelado do céu. Sem que ambos pudessem distinguir o fim de um e o início do outro. Céu e terra, como um só. Parecia até uma pré-sequência da obra de Van Gogh. A natureza mostrando que antes de Uma Noite Estrelada, havia um Fim de Tarde Mágico.
O milharal estava deserto. Todos os empregados haviam ido embora.
Só existia apenas os dois. Juntos. De mãos dadas.
— Eu pretendo conseguir uma bolsa na Princeton, e jogar no time da faculdade. — Disse Adam. Lena puxava-o pela mão, sendo a guia do passeio. A voz sexy do namorado ressoando às suas costas. — Se eu conseguir isto, cursarei Administração para, em um futuro próximo, ajudar minha mãe a comandar tudo isto aqui.
— É notável essa sua atitude. — Respondeu Lena.
— Ela anda tão sozinha e esgotada. — Explicou Adam, preocupado. — Ela pensou que quando casasse com o meu pai, teria alguém para ajudá-la com tudo isso aqui. — Disse ele, referindo-se ao milharal. — Para ajudá-la a lidar com estes afazeres. — Prosseguiu ele, deixando escapar uma leve risada de indignação. — E depois da separação, o meu irmão, quando atingiu a maturidade, também se mostrou desinteressado na área de administração agrícola.
— Ah, mas pelo menos o seu pai pediu o divórcio e não tentou pegar uma parte do reinado dos Craigs para si. — Falou Lena, a voz sendo quase abafada pelo balançar das folhagens do milharal. Um vento agradável, porém, forte... e ganhando força a cada minuto.
— Quem disse que não? — Perguntou Adam em resposta. — Ele tentou, mas não conseguiu. — Contou ele. — Mas o Daniel... — A raiva, do nada, transferiu-se do pai ao irmão mais velho que se recusava a ajudar a mãe nos negócios da família.
— Nem todos temos os mesmos interesses de nossos pais. E ninguém é obrigado a seguir caminhos contrários apenas para agradar alguém. — Disse Lena, parando de andar, virando-se e olhando Adam nos olhos. — Talvez ele, o seu irmão, ainda esteja tentando se encontrar.
Adam encarou-a. Um pouco intrigado, um pouco decepcionado, com o que ela havia falado.
— Ei, peraí. Não estou defendendo o Daniel, ou algo do tipo. — Escudou-se Lena. — Mas se for assim, eu também teria que ser uma bêbada solteira e desempregada, no futuro, apenas para agradar a minha mãe. E ela não se sentir solitária ou frustrada. — Disse, explicando o seu ponto de vista. — Eu sei que Daniel é um hipócrita que depende da mamãe para tudo, e usa constantemente o dinheiro deste incríveeel monopólio agrícola para o bel-prazer. — Continuou ela, antes que o Adam surtasse. — Mas entendeu o que quero dizer? Você quer mesmo isso? Seguir os passos da sua mãe?
Adam soltou a mão de Lena, não por raiva, apenas para esfregar uma palma na outra e responder:
— É claro que quero isto para mim.
— Então eu fico feliz por você. De verdade.
Lena, na ponta do pé, depositou um beijo nos lábios de Adam. Depois segurou uma das mãos do garoto, virou-se, e o puxou para que continuassem andando. Dando continuidade ao tour pelo milharal.
— E você, quer o que do futuro? — Perguntou Adam. Genuinamente interessado para com as vontades da namorada.
— Administração. — Respondeu Lena.
— O que? — Perguntou ele. Fingindo espanto. — Está me plagiando? Ou estaria indo para o mesmo curso que eu, na mesma faculdade que pretendo me estabelecer, apenas para me vigiar?
Adam gargalhou. Lena riu:
— Cala a boca! — Pediu ela, sem soar rude. — A gente já teve essa conversa no Pare & Compre, não se lembra? Eu te disse que queria fazer administração, e você disse que também queria, e rimos da coincidência. — Comentou Lena, desapontada por Adam não se recordar do momento. — E aliás, eu não quero ir para Princeton. Eu quero ir para Harvard.
Ele então a puxou para trás, abraçando as suas costas. Encoxando-a e beijando o seu delicado pescoço:
— Ah! Claro que me lembro. — Respondeu Adam, consolando-a. — Só não pensei que você estivesse falando sério. — Prosseguiu ele. — E sim, você quer Princeton, sim! Senão, de quem eu vou colar nas provas?
Os lábios de Adam faziam cócegas e, com uma leve cotovelada, Lena desvencilhou-se do rapaz e continuou a puxá-lo para frente. Percorrendo os corredores do milharal.
— É muito lindo tudo isso aqui. — Elogiou ela, encantada com a grandiosidade do labirinto de milho. — Bom, menos aquilo ali. — Falou, apontando para o espantalho da plantação.
— O Freddie?
— Deram um nome ao espantalho?
Eles pararam de andar mais uma vez. E de frente um para o outro, eles se beijaram. Sem mais, nem menos:
— Ele protege o milharal dos corvos. — Explicou Adam. Sussurrando no lóbulo de Lena.
— Dos corvos? — Perguntou ela, em um sussurro. Sentindo-se arrepiada, e anestesiada, com os toques de Adam em seu corpo.
— Antes fosse só isso..., ele também nos protege de bichos peçonhentos.
— Bichos peçonhentos? — Perguntou Lena, delirando.
— Caralho.... Lena! Olha uma cobra nos seus pés.
— AHHHH! — Gritou ela. Dando vários pulinhos. Os outrora delírios prazerosos dissipando-se de seu corpo. Todos esvaindo-se imediatamente.
Ao olhar para os pés e ver que não havia cobra alguma, Lena percebeu — , desgostosa — , que fora tudo uma pegadinha de Adam. E o fitou furiosamente:
— Idiota! — Gritou.
Adam ria com as mãos sob a barriga tanquinho.
— Me desculpe. Me desculpe. — Pediu ele, ainda rindo. Lágrimas de diversão saindo de seus olhos verde-esmeralda. — Eu não pude resistir.
Lena saiu marchando para longe dele, e ele correu a sua procura.
Ah, como ele gostava de passar tempo com ela!
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A Série Stay With Me: In Love (Livro 2)
RomanceApós sobreviverem ao tornado, Lena Gellar e Adam Craig encontram-se perdidamente apaixonados um pelo o outro. No entanto, Lena vê o relacionamento ruir quando precisa voltar a rotina escolar -, e alguns de seus colegas de sala começam a conspirar co...