Capítulo 60 - Um prato de baicon com uma pitadinha de briga

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Adam

O tilintar de pratos e copos dominavam a mesa, no café da manhã dos Craigs. Adam fora obrigado pela mãe a faltar no treino matutino do time, para que passasse um pouco do período da manhã ouvindo as histórias do irmão, e sobre os anos que ele passara fora — entre Berlim, capital da Alemanha, e Michigan.

— O que o traz de volta? — Perguntou Selena Waldorf, totalmente encantada com a presença de Daniel. Um homem viajado.

— A família.

— Isso é o que eu chamo de um rapaz com prioridades. — Comentou Tiffany Waldorf.

Abigail Mendler estava em pé, no canto da sala. Ela revirou os olhos, e Adam segurou-se para não rir.

— E também porque fiquei preocupado com Adam e todo o lance sobre o tornado. — Disse Daniel, continuando com a atuação. Todos, incluindo a ingênua mãe, acreditando nele. — Estas tragédias nos fazem refletir sobre a importância da família e o que realmente importa.

— Não precisava ter vindo para cá por mim. Aposto que a mamãe deve ter te falado que já me encontrava bem. — Respondeu Adam, amargamente, enfiando uma garfada fumegante de bacon na boca.

— É lógico que precisava, eu estava...

—... Sem dinheiro. — Completou Adam, a voz saindo engraçada pela quantidade de bacon que dominava o interior da boca — Então me usou como desculpa para vir até Birmingham e pedir mais grana para a mamãe. Acertei?

Silêncio.

— Não seja mal-agradecido, Adam. — Disse a Sra. Craig. Defendendo Daniel.

— Tudo bem, mãe. Já estou acostumado com este tipo de tratamento. — Falou Daniel, a voz embargada numa falsa tristeza.

— Ah, pessoal. Peguem leve. Adam está passando por uns maus bocados... Ultimamente. — Falou Abigail, entrando na conversa. — Próxima semana ele tem um grande jogo contra o time universitário de Green Town.

— Sempre defendendo o Adam, né, Abigail? — Perguntou Daniel, retoricamente. Desprezando a senhorinha. — Os empregados hoje em dia...

— Olha como fala com a Abigail! — Esbravejou Adam, derrubando a cadeira ao levantar-se da mesa.

— Não é necessário, Adam. — Falou Abigail, ainda em pé no canto da sala, mostrando para Adam que não precisava defendê-la. Mostrando que aquilo que vinha de baixo não a atingia.

— Por quê está tão bravo? Afinal, todo mundo já sabe que você sempre amou mais a Abigail do que a nossa própria mãe. — Agora Daniel também estava de pé. Do outro lado da mesa.

— Parem vocês dois com isto. — Ordenou a Sra. Craig, ainda sentada à mesa..., e plena. — Não coloque o amor do seu irmão por mim a prova, Daniel. E por favor, respeite a Abigail! Ela quem me ajudou a cuidar de você todos estes anos. — Continuou a Sra. Craig, prosseguindo na bronca: — E você, Adam, não duvide das intenções de Daniel para com a volta dele a Birmingham. Se ele está dizendo que voltou por nós, seja grato e agradeça. Como um homem de verdade.

Tiffany e Selena assistiam a briga, e se deliciaram com a cena interiormente.

— A volta dele para a cidade? Isso não vai durar, mãe. E no fundo a senhora sabe disto. Dê a ele uns dois meses até que cause algum problema, ponha a culpa em mim e fuja outra vez.

— De novo esta história do celeiro? — Indagou Daniel, fingindo indignação. — Você quem foi encontrado lá, completamente desmaiado e inconsciente. Você quem destruiu anos de plantação da ala norte da família. E depois deste tempo todo, insiste em me culpar?

Adam pegou a cadeira do chão e arrumou-a na mesa. Depois saiu da sala de refeições, pegando a mochila que descansava no hall da entrada. Ignorando todos aqueles que o chamavam.

— Adam! Você ainda não pediu as devidas desculpas a Tiffany por ontem. — Gritou a mãe ao fundo.

— Não é necessário, Louise. — Disse Tiffany, fingindo resiliência

— Lógico que é. — Insistiu a mãe.

— Benzinho, não vai me dar carona hoje para a escola? — Perguntou Selena.

— Viu, mãe? É ele quem começa. Eu voltei por você, por ele. — Disse Daniel, continuando a atuação de bom filho. — Eu estou me sentindo um lixo.

Então, do mesmo jeito feroz que abriu a porta principal da residência, Adam a fechou. Silenciando as vozes. Decidido a melhorar aquele dia.

Dentro de um Chevrolet, Adam foi tomado por uma sensação de libertação a caminho da escola. Foda-se os falsos amigos, dane-se o que os outros fossem pensar. Ele estava resolvido a ter perto de si uma das pessoas que mais trazia paz para ele.

Estava decidido em tê-la para si.

Antes que fosse tarde demais.

A  Série Stay With Me: In Love (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora