Capítulo 21

357 21 2
                                    

POV Rose

Dimitri já havia deixado claro pra mim várias vezes que qualquer sentimento que ele possa ter sentido por mim, acabou.
No começo eu não queria aceitar. Eu não queria acreditar nisso, mas quando me forcei a seguir em frente, ele estava lá.

Ter sua presença comigo todo esse tempo está sendo uma tortura e embora eu queira me afastar e ignorar o fato de ele estar ali, eu não consigo!
Cada toque, cada olhar dele pra mim, cada vez que ele se preocupa comigo faz meu coração acelerar.

Dimitri tem esse efeito sobre mim e tenho certeza que ele sabe disso, então o que ele quer?

Ele quer me torturar é isso?

Antes que eu ou ele pudéssemos dizer qualquer coisa, Sidney entra no quarto.

O clima está pesado, mas ela parece não notar. Dimitri e eu a encaramos.

- Bom, eu só queria avisar que está tudo sobre controle, Finalmente.

- Já era hora - Digo e ela me encara.

DIA SEGUINTE

- Temos que ir atrás da senhorita Karp - Dimitri fala quando estamos todos reunidos no quarto.

Robert continua amarrado, mas receio que por eu ter matado seu irmão, ele se recuse a nos ajudar agora.

- Não sabemos onde ela está - Nikolai fala o óbvio.

- É... - Sidney concorda - E depois de Rose ter... - Ela não completa a frase, mas eu entendi - Bom, duvido que ele colabore agora.

Robert se mantém em silêncio preso a cadeira no canto do quarto.

- Precisamos fazer ele falar - Digo me levantando.

Sidney e Nikolai trocam olhares - O que tem em mente? - Ele pergunta.

O encaro e sinto que ele já entendeu o que eu quis dizer sem que eu fale.

- E se mesmo assim ele não falar? - Ele pergunta.

Dou de ombros - Bom, enquanto você o obriga a dizer algo, eu e Dimitri vamos a procura da Senhorita Karp, quem sabe temos sorte...

Dimitri não diz nada e então resolvemos que esse vai ser o plano.

- Você está muito calado e isso me irrita - Digo depois de um tempo que estamos no carro.

- Qualquer coisa te irrita, Rose - Ele responde indiferente.

Ele tem razão.

- Espero que encontremos ela rápido. Desejo tanto que tudo volte ao normal... Sinto falta da minha antiga vida - Penso alto.

Pela minha visão periférica, vejo Dimitri apertar um pouco o volante do carro, como se tentasse controlar algo.

POV Dimitri

As palavras de Rose naquela noite me acertaram em cheio e eu não faço ideia de como reagir a tudo isso.

De um lado eu quero a abraçar e fazê-la esquecer de todo o sofrimento que lhe causei e por outro, estou preso a esse novo pensamento que ela tem de mim. Rose levantou muros bastante altos e grossos ao seu redor, evitando que alguém a machuque novamente.

Ela está na defensiva e eu não faço ideia como fazer para que ela acredite em mim novamente.

Não estamos mais no tempo em que eu era a pessoa que conseguia quebrar toda a sua estrutura. No momento, Rose me considera como um inimigo o qual ela precisa se defender e isso está acabando comigo de um jeito qua não consigo explicar.

- Precisamos abastecer o carro - Digo e Rose não responde.

Paro no posto mais próximo e desço para abastecer, enquanto Rose entra no local para comprar algo.

O posto não tem muito movimento e o sol já está se pondo o que me deixa um pouco preocupado.

Rose demora a voltar e já está escurecendo. Algumas árvores localizadas ali perto me chamam atenção. Vejo um movimento estranho e logo me ponho alerta.

- Você prefere Churrasco ou Bacon?

A voz de Rose me tira dos meus devaneios e então olho para ela confuso até ver dois pacotes de salgadinhos em suas mãos.
Ela sorri quando não obtém resposta.

- Tanto faz, comprei os dois...

Ela entra no carro completamente alheia ao que estava acontecendo e como não vi mais nada, decido não preocupa-la.

A todo instante durante a viagem olho pelo retrovisor do carro. Sinto uma sensação estranha de estarmos sendo seguidos, mas não vejo nada.

Rose está ao meu lado e se mantém calada enquanto olha o mapa em suas mãos. Ela descansa os pés sobre o porta luvas do carro e parece estar a vontade.

- Estamos perto - Ela diz após analisar o mapa.

Levanto uma sobrancelha - Espero que você saiba o que está fazendo.

Rose me encara e eu evito sorrir com aquilo.

- Aqui!

Uma casa simples me chama atenção. A neve cobre toda a entrada, é como se ninguém limpasse a frente dela a muito tempo.

- Tem certeza? - Pergunto.

Rose da de ombros - Bom, são as coordenadas que Robert me deu antes do...

Ela não completa a frase. Rose se sente culpada pelo o que aconteceu embora eu tenha dito que não foi sua culpa, ela prefere guardar essa dor em sua memória.

Respiro fundo - Fique aqui, eu vou dar uma olhada...

Desço do carro sem esperar sua resposta e dou alguns passos. Ao dar a volta no carro, Rose também desce dele e me segue.

Solto um riso nasal ao vê-la - É óbvio que ela não ficaria no carro... - Murmuro só pra mim.

Ao chegar perto da porta, dou a volta para ver ao redor da casa. Tem muita neve, ela chega até quase o joelho.

- Acho que não tem ninguém em casa - Rose comenta.

Talvez...

Já estava me convencendo disso quando vejo o vidro de uma das janelas quebrado.

Tem algo errado.

- Rose... - Chamo sua atenção - Volte para o carro - Peço e ela já ia protestar, mas eu a interrompo - Provavelmente você está certa, não tem ninguém aqui... Eu só vou dar mais uma volta e te encontro lá.

Rose pensa um pouco e depois sai me deixando sozinho.
Sei muito bem que ela pode dar conta de quantos Strigois quiser, mas mesmo assim o fato de a amar, me faz não querer a colocar em perigo.

Respiro fundo e volto até a janela quebrada e coloco a minha mão para dentro a destrancando e em seguida entro na casa.

Tudo está quieto e silencioso e realmente não há ninguém no local.

- Talvez tenha sido apenas um ladrão querendo roubar a casa - Digo a mim mesmo.

POV Rose

É noite quando encontramos a casa que é uma das nossas únicas pistas para encontrar a senhorita Karp.

Dimitri mais uma vez me trata como se eu ainda fosse uma novata e isso me irrita. Tudo bem que ainda não cheguei a me formar, mas fala sério... Já matei tantos Strigois que nem consigo contar.

Não protesto sobre o pedido dele de eu voltar para o carro, pois sei que já que a casa está vazia, isso seria um tédio total.

Perca de tempo... Penso. Droga! Agora voltamos para a estaca zero.

Volto para o carro e me sento no banco do passageiro esperando Dimitri.

Minutos depois, ele ainda não voltou, então decido ir atrás dele, mas assim que mexo minha mão para abrir a porta, vejo Strigois.

Uma pequena Vingança [ CONCLUÍDA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora