Capítulo 02

9.4K 710 36
                                    

- Sr. Ricci?

- Srta. Stell. - Afirma tão surpreso quanto eu.

Me sento pra não fazer vergonha no restaurante chique e ele ainda me fita.

- Me desculpa, mas o que faz aqui? - Questiono tentando não ser indiferente e ele sorri.

- Hayley. - Responde apenas.

Cadela.

Não acredito que fez isso.

- Mandou vir as oito não foi? - Pergunto e ele assente.

- Não acredito. - Murmuro já pegando meu celular e ligando pra pilantra.

Ah que vontade de matar hoje.

- Hayley D'ângelo Hunter. - Falo entre dentes.

- Pelo visto já chegou no restaurante. - Ouço sua risada. - Aproveita a noite.

- Por que fez isso?

- Ah amiga, você precisa .. - Escuto um barulho confuso e risos. - David disse que se não quiser escutar um pornô ao vivo é melhor desligar.

- Que nojo. - Faço careta. - Te mato amanhã.

Desligo antes de escutar coisas impróprias e me viro pra Lucca.

- Parece que caímos em uma armadilha. - Ele me encara confuso. - Hayley não vem, na verdade armou esse jantar pra nós dois. - Explico e ele cai na risada.

- Cazzo, estava devendo a Hayley por a prender no elevador com David. - Explica e me lembro disso.

- Pelo menos valeu a pena, eles voltaram com tudo. - Digo feliz pelos dois.

Ver David se afundando a cada dia e Hayley fingindo uma felicidade do outro lado do oceano não foi legal, mas acho que foi necessário pra terem um relacionamento maduro hoje.

- Verdade.

- Então, vou nessa. - Quando ia me levantar ele me chamou.

- Não. - O encaro. - Já que estamos aqui jante comigo principessa.

Precisa ficar tão sexy falando italiano?

Lucca é o tipo de homem que te encanta logo de cara, é lindo, alto, olhos da cor do mar, tem um porte físico chamativo sem contar no puta sorriso que o homem possuí e um charme fora do comum.

Eu me encantei desde a primeira vez que o vi na empresa e fiquei até mesmo sem reação. Hoje já estou me acostumando a sua presença por perto e não fico tão boba mais.

- Vamos, me deixa te pagar um jantar. - Pede e sorri ladino como um bom homem que sabe as armas que possui.

- Tudo bem, só por que estou com fome. - Murmuro me sentando novamente e pegando o cardápio.

- Claro principessa, como quiser.

Ele sabe que esse sotaque italiano o deixa irresistível não sabe? Claro que deve saber, se não tomar cuidado um homem como esse me atropela fácil.

Fazemos o pedido e o deixo escolher um bom vinho já que essa não é minha especialidade e vamos combinar, se o cara vem da terra do vinho eu que não sou boba de não aproveitar a oportunidade.

- Trabalha pros Connor a pouco tempo Olívia? - Pergunta assim que nosso vinho é servido.

Meu nome sai diferente quando ele fala, sai quase sensual demais.

Estou parecendo uma maluca sexual que associa tudo a isso. Ah, mas vamos lá, encontrar alguém legal está difícil.

- A muito tempo, Marco ainda estava na empresa. - Falo sobre o Connor mais velho.

Pouco tempo depois que sua esposa morreu ele se aposentou deixando sob a liderança dos filhos e a uns três anos ele está mais viajando do que em casa.

- Como começou?

Pergunta interessado e só por isso conseguimos ter uma conversa tranquila onde falamos sobre nós, mas sobre vida profissional, e na verdade ele me deixou a vontade pra falar o que eu quisesse.

Não foi do tipo de cara que fala e fala, se gaba o tempo todo e nem nos da oportunidade. É mais um monólogo do que um diálogo.

- Aurora é .. nossa, nem sei como falar. - Ele suspira e vejo seus olhos brilharem. - Ela mudou meu mundo e o virou de cabeça pra baixo, mas de um jeito bom sabe. Mi piccola é a pessoa mais importante na minha vida, faço tudo por ela.

Em nenhum momento ele falou da mãe da pequena e nem eu me atrevi a perguntar mesmo estando curiosa sobre. Deixei ele falar as aventuras com a pequena e acabamos falando também de Samuel e percebi que o loiro realmente tem um carinho de tio por ele o que me alegra.

Lucca insisitiu para pagar a conta e como um completo cavalheiro abriu a porta do carro pra mim.

Se alguém falar que eu suspirei sozinha no carro emquanto ele dava a volta eu afirmo de pé junto ser mentira.

- Está entregue. - Disse ao parar o carro em frente ao meu prédio enquanto tiro o cinto.

- A noite não foi ruim. - Brinco e ele sorri. - Até mais.

- Espera. - Ele segura meu braço e me encara. - Podemos sair novamente?

Questiona e eu prendo o ar e sem nem saber o motivo direito respondo.

- Acho melhor não, boa noite Lucca.

Dessa vez ele me deixa ir mas antes o escuto dizer que ainda não acabou mas não me viro pra falar nada, apenas saio sem olhar em sua direção e subo os três lances de escada.

Assim que entro fecho a porta e me escoro nela fechando os olhos. Por que porra você não aceitou sair com ele mulher?

Balanço a cabeça anuindo os pensamentos e vou para o quarto. Retiro a roupa ficando apenas de calcinha e visto a camisa de algum ex que ficou por aqui. Escovo os dentes, prendo o cabelo e me aconchego dentro dos lençóis ainda me questionando a mesma coisa.

Por que porra eu não aceitei aquele convite?

Lucca é gostoso, atencioso, tem um papo legal, não é imaturo como esses novinhos, acho que seus trinta e cinco anos de experiência ajuda. É um pai e tanto e pelo que Hayley já me contou um cara que preza pela família o que muito me atraí.

Mas ao mesmo tempo que tem todo o lado bom ele também pende para o ruim.

Lucca Ricci é como um trator italiano que passará por cima de mim me esmagando facilmente se eu deixar, e de verdade? Não sei se estou pronta pra todo esse furacão.

Querido Italiano - Série Poderosos e Irresistíveis 2Onde histórias criam vida. Descubra agora