Capítulo 33

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Os dias que se passaram foram quase um inferno. Somos duas pessoas difíceis de lidar, então a situação ficou difícil.

Puxei o lado orgulhoso de meu pai e não gosto disso. Mas eu tenho um italiano também orgulhoso em casa que ficou com raiva por eu não ter dormido com ele naquela noite e emburrou de vez.

Vou te contar viu.

Já estava chegando no meu limite de dormir ao seu lado e sentindo ele agarrado a mim ou vice e versa quando acordava pela noite, mas de manhã voltávamos na mesma

Até hoje, dois dias antes do natal.

Passei a tarde com Aurora preparando os três quartos de visita pra nossa família. Os Ricci e Donna chegarão amanhã e papai também virá pela noite e ficará por aqui até a data passar.

Já estava me preparando pra deitar quando ele surgiu no quarto e a saudade que estava fez meu coração apertar. O loiro ficou parado no meio do quarto me encarando, passou a mão na testa tirando o vinco que se formou e encarou o chão.

- Antonnella tentou entrar novamente na empresa. - Diz baixo e eu bufo.

- Cristo, o que essa mulher ainda quer? - Reclamo.

- Dinheiro, ela quer dinheiro. - Rebate.

Ele me olha finalmente e travamos uma maldita batalha com o olhar, e estava alí, na nossa cara, dois orgulhosos bobos sofrendo por causa de terceiros.

- Lucca.

- Olívia.

Dizemos juntos o que me faz dar um sorrisinho e ele continuar.

- Não aguento mais. - Admite.

- Eu também não. - Então tomo a inciativa e pulo em seus braços, quase nos fazendo cair estabanados no chão mas por sorte foi na cama.

- Cazzo, senti tanta sua falta principessa. - Sussurra com o nariz afundado em meus cabelos enquanto suas mãos me apertavam forte.

- Eu também amor, eu também. - Assumo e ele me encara.

- Sono uno stronzo, me desculpe, ma dio Olívia, não fica sem falar comigo de novo. - Pede. - Me xinga, me bate, grita comigo, mas não me dá seu silêncio.

- Também não fica sem falar comigo de novo meu loiro. - Quase imploro. - Não quero ter problemas de diálogo no futuro, então promete nunca dormir brigado comigo. Mesmo que fiquemos a madrugada resolvendo o problema, mas vamos resolver.

- Eu prometo Olívia. Cristo, eu prometo. - Foi a última coisa que falamos antes de nos beijarmos e matar a saudade que estava nos matando.

Na noite seguinte nossa família estava reunida em casa. Resolvemos misturar as duas culturas e por isso vamos ter um natal animado.

O combinado é fazer uma ceia de natal na noite da véspera como eles estão acostumandos, mas também terá uma no almoço do dia de natal como nós estamos acostumados.

Mas não abri mão dos famosos leite e biscoitos para o papai noel e a abertura de presentes na manhã de natal, com direito a pijama bobo e combinado. A Olívia de anos atrás viria me bater se não fizesse isso.

Natali se encarregou da ceia junto com seus filhos e digo que ficou divino, nós Stell teremos que rebolar amanhã pra fazer uma ao mesmo nível. Mas Donna é fã da cozinha, o que nos salva.

Aurora ficou de ajudante de todos, ela disse que não pode escolher entre o babbo e a mamma.

Depois da ceia resolvemos assistir um filme natalino com todos na sala. Um emaranhado de pernas e braços procurando aconchego.

- Vamos fazer isso também? - Aurora questiona com os olhinhos brilhando.

- Sim, mas só antes de ir dormir.

- Mas eu estou com sono. - E ainda fingiu um bocejo e arrancou risos.

Uma atriz nata.

- Então vamos lá. - Ela mesma me puxou pra cozinha.

Preparamos em um prato com o copo de leite e ela colocou os biscoitos que mais gosta pois disse que o papai noel vai gostar também.

Depois que colocamos próximo a árvore de natal todos fomos dormir. Mas antes eu obriguei Lucca a tomar o leite e comer os biscoitos enquanto eu colocava presentes nas meias e o restante da família acrescentou alguns abaixo da árvore.

Na manhã seguinte a fera estava solta pulando sobre nossa cama e indo acordar a todos para abrir os presentes.

Se duvidar ela nem dormiu.

Foi uma clássica manhã agitada com a sala repleta de papéis de embrulho pela metade, presentes e um bando se gente de pijamas sorrindo pra garota que parecia que iria explodir de tanto que sorria.

Antes de começarmos a preparar a comida me troquei e já ia sair quando Aurora me interceptou chamando atenção das outras pessoas.

- Onde vai mamma? - Questiona e meu pai abre um sorriso.

- Buscar a melhor sobremesa. - Ele responde por mim.

- Como? - Lucca indaga.

- Todo ano Hayley faz uma torta de chocolate pros Stell e Olívia a busca pela manhã. - Donna explica. - No último ela mandou entregar uma já que não estava aqui.

- Deixa eu ir? - Aurora pede e já sei que é pra ver o Sam.

- Vai trocar de roupa e eu te levo.

Ela não pensa duas vezes em correr e em minutos voltar toda aquecida.

- Wainer vai te levar.

Lucca murmurou na porta do elevador e eu só assenei já acostumada. Recebi um beijo dele que deu outro na testa de Aurora antes de irmos.

- Feliz natal Wainer. - Aurora falou já no carro e a pedra de gelo de derreteu.

- Pra vocês também.

- Não vai trabalhar o dia todo, vai Wainer? - Questionei e ele deu de ombros.

Lucca me contou sobre os seguranças e disse que Wainer tem duas filhas e esposa.

- Nem pensar, quando voltarmos pode ir pra casa. - Afirmo.

- Sr. Ricci ..

- Não, você vai pra casa passar o natal com sua família, com o Lucca eu me viro. - Ele abriu um mínimo sorriso que já me alegrou. - Não vamos sair de casa, não tem motivos de não ir aproveitar seu natal.

- Obrigado. - Agradeceu me olhando pelo retrovisor assim que paramos e eu apenas assenei.

Desci trazendo Aurora comigo e arrumando sua roupa pra não sentir frio. Mas quando dei a volta já vi Wainer caído no chão desacordado com a cabeça sangrando.

- Entra correndo Aurora. - Mandei mas antes dela se virar uma pessoa que me lembro bem já estava a segurando enquanto outra tapava minha boca e nariz com um pano.

Eu tentei. Eu lutei. Eu me debati. Eu tentei acertar quem me segurava. Eu vi as lágrimas em seus olhos. Mas teve um momento que não consegui e quando respirei meu mundo se apagou rapidamente.

Querido Italiano - Série Poderosos e Irresistíveis 2Onde histórias criam vida. Descubra agora