Querido Italiano - Série Poderosos e Irresistíveis 2

Capítulo 31

Controle a sua mente ou ela controlará você.

Uma vez eu li essa frase e não entendi muito bem como nossa mente poderia nos controlar. Hoje percebo que a mesma cria armadilhas, brinca conosco, nos envolve em nossa própria loucura mental pregando peças.

Mas eu concordo que devemos a controlar.

Mente vazia é oficina do diabo. Já ouviu isso? Papai sempre nos falava a mesma coisa e ele tinha razão. Precisamos tomar cuidado pra onde nossa linha de pensamento está nos levando por que de uma hora pra outra podemos perceber que nos deixamos levar pelo imaginável, pelo famoso "e se".

E se eu tivesse feito aquilo? E se eu aprendesse tal coisa? E se eu me afastasse de tal pessoa? E se eu a deixasse entrar?

E se. E se. E se.

Nossa vida é repleta dessas três letras que no final das contas não mudam absolutamente nada. Não podemos mudar o passado, ele não está mais em nossas mãos. O que podemos fazer é pegar o que temos e tirar o melhor proveito disso.

Foi isso que Donnatella fez.

Ela poderia se deixar levar pelas ocasiões que ocorreram, mas ela não deixou se abater. Donna surtou, chorou, levantou e seguiu em frente.

Agora ela está vivendo em Roma com um homem que se deixar estende a jaqueta no chão pra ela passar. Muitos podem os achar novos demais, minha irmãzinha daqui a pouco faz dezenove anos ainda e Adam tem apenas vinte e cinco.

Sim, são um casal jovem, porém maduros. Eles são decididos, sabem o que querem, não estão brincando de casinha.

Adam já entrou em contato com Mike e depois do mesmo negar tudo relacionado a gravidez fez um acordo onde ele abre mão de tudo sobre essa criança.

Avisei que não estão brincando de casinha.

Também foi o que Lucca fez. Não deixou o e se dominá-lo. Ele virou pai perto dos trinta e fez o seu melhor sem ter a mãe da criança para ajudar.

Mas o medo bateu quando ela retornou do inferno pra nos atormentar. Nem que um tubarão aparecesse no meio da Times Square ele deixaria ela levar Aurora. 

E isso nem precisou acontecer pois ontem foi a audiência entre eles e ele ganhou me deixando respirar aliviada depois de semanas. Aurora é unicamente sua. Pelo menos por algumas semanas, depois ela será nossa, legalmente, por que de coração já é a muito tempo. Por incrível que parece e surpreendendo a todos o pedido de ser sua mãe foi dela mesmo.

Dispenso mais uma mulher hoje pra Benjamin então ele foi bem esperto em nem aparecer na minha frente quando a reunião que tivemos - após o horário - acabou.

Agora estou voltando pra casa com um maldito segurança dirigindo um audi do caralho a quatro que nem sei o nome de tão tecnológico e bonito que o bicho é, do que tipo que se fosse homem seria um puta gostosão. Mas o importante da coisa é, eu estou com um segurança, tem noção disso?

Primeiro, Lucca me fez aposentar meu carrinho por que se ele se desfazesse dele enfrentaria a irá de duas americanas que o amam. Então ele só aposentou.

Segundo, colocou um maldito segurança na minha cola. Sua desculpa foi estar receoso pela Antonnella e eu realmente entendi seu lado.

Mas agora me diz o motivo de eu ter que continuar com essa parede atrás de mim, por que eu não sei. Já falei pra dispachar o cara mas quem disse que o homem faz isso? Ele se esquiva e na manhã seguinte a parede também conhecida como Wainer está lá me esperando.

Entro em casa.. cristo, casa. Quem diria que um dia chamaria um apartamento luxuoso como esse de casa.

Entro em casa escutando risadas, coloco a bolsa sobre o móvel da entrada e tiro meus sapatos já seguindo as vozes.

- Che sporcizia. - Escuto a voz de Lucca.

- La mamma ti affronterà. - Aurora diz sapeca e eu já falo antes de aparecer.

- O que a mamma vai fazer pequena?

Foi então que eu vi a zona. A cozinha está repleta de farinha, minha pequena está sentada no balcão com o pai a sua frente e os dois me encaram com os rostinhos culpados vendo que foram pegos em flagrante.

- Lucca Ricci. - Murmuro e Aurora não segura a risada.

- Piccola, me ajuda. - Pede em uma súplica fingida pra ela fazendo carinha de cachorro que caiu da mudança.

- Eu avisei que ia enfrentar a mamma. - Diz sapeca e rindo do pai.

- O que vocês estão inventando aqui?

- Fizemos pizza. - Ok, isso amolece qualquer bronca.

Chegar tarde da noite e ser recebida assim compensa. Só por isso me junto a eles beijando seus rostos e me sujando automaticamente.

- Agora vou dar um banho nessa meliante. - Digo com ela agarrada em mim. - Depois te ajudo. - Digo referente a bagunça.

- Vou tomar uma ducha rápida e preciso fazer uns telefonemas. - Tenho quase certeza que ele deixou de fazer algo quando avisei que eu iria me atrasar hoje e agora tem que compensar o trabalho.

- Eu coloco no forno depois e te esperamos.

●●●

Aproveitei que Lucca ia trabalhar pra brincar com Aurora na água com alguns bichinhos o que demorou bons minutos já que no final estávamos com música e cantando.

Como essa garota ama cantar.

Quarenta minutos depois do banho conseguimos comer e vimos um filme com uma Aurora já sonolenta que Lucca colocou pra dormir enquanto eu pegava mais presentes e os ajeitava abaixo da árvore.

Nem quero lembrar a loucura que foi pra escolher e montar nossa primeira árvore de natal com uma Aurora que parecia estar ligada nos 220.

- Um presente. - Disse quando nos acomodamos de volta no sofá.

Sim. Ainda fazemos esse jogo de perguntas sempre que queremos saber algo sem falar diretamente, pra distrair, ou pra qualquer coisa. Não sei explicar, e uma coisa nossa que ao menos pra gente faz total sentido.

- Vocês. - Afirmo e ele bufa me fazendo rir.

- O que gostaria de ganhar Olívia?

- Sinceramente? Não sei. - Dou de ombros.

- E o natal o que quer fazer? - Sonda novamente.

- Sua família vem e a minha também, então combinei com Natali de fazermos a ceia de natal aqui. - Digo enquanto ele brinca com meus dedos.

- Você gosta do natal não é!? - Não sei se afirmou ou perguntou.

- Gosto, já o dia seguinte não muito. - Assumo só lembrando agora que estaremos com a família reunida ainda aqui em casa na manhã seguinte.

- Você nunca comemora? - Nego rápido.

- Meu pai até tentou, mas no ano seguinte quando chorei de soluçar ele mandou todos embora, desde então eles me desejam parabéns e tentam ficar comigo no dia.

Lucca apenas me abraçou forte como se dissesse, eu estou aqui.

E sei que está, pro que der e vier.