Vegeto na cama por bons minutos até ter coragem para me levantar.
Minha rotina é sempre a mesma, morgo na cama, faço minha higiene, tomo um banho quando a coragem chega e coloco uma roupa a seguir.
Hoje estou com uma calça jeans clara, camisa listrada, botinhas e um sobretudo fino por que o frio está dando as caras.
Vantagens de se trabalhar na empresa dos Connor, não preciso ser toda formal, o que me agrada muito.
Como algo rápido e em quase meia hora estou na empresa. É, eu não moro tão pertinho assim. Estou economizando e quanto mais perto eu fosse morar mais caro seria.
Minha irmã Donna está no seu segundo semestre de Psicologia, mas faculdade não é barato e meu pai não é mais novinho pra ficar fazendo milhões de horas extras então eu ajudo a pagar. Quando foi minha vez ele ajudou e agora não me custa nada dar uma mãozinha.
- Esqueceu que tem irmã? - Murmuro.
Estou almoçando aqui na empresa mesmo quando recebi sua ligação.
- Engraçadinha. Quando vem nos ver? - Questiona.
- Domingo, prepare o almoço.
- Folgada.
Minha irmã é a alegria em pessoa o que sempre me animou foi seu bom humor. Ela não sentiu tanto o abandono por ser muito pequena, mas sei que sente falta de ter uma mãe.
O dia foi, normal, digamos assim. Nem muito cheio e nem vazio, mas sempre tem algo pra fazer. Ben está em uma reunião fora e estou terminando de arrumar a agenda da próxima semana quando meu celular toca.
- Preciso de você.
- O que aconteceu? - Pergunto intrigada.
- Eu e Lucca estamos presos com um investidor, Benjamin e David em uma reunião, Ana está doente e a babá de Aurora precisa buscar sua filha, ela está com Aurora e Samuel. - Ouço seu suspiro. - Me socorre, já falei com Ben.
- Onde eles estão?
- No Lucca, vou te passar o endereço e o código pro seu apartamento.
- Ta bem. - Digo já juntando minhas coisas.
- Fico te devendo. - Diz antes de desligar e posso ouvir alguém a chamando no fundo.
Eu e Jacey sempre ficávamos com Sam quando acontecia algo assim. Mas sendo secretária era bem raro de acontecer, agora sendo a dona da porra toda imagino que deve estar mais difícil.
Paro em frente o prédio e quase caiu pra trás. Me fode. Estou em uma localização do caralho. Acho que nunca entrei em um lugar assim.
Converso com o porteiro, um senhor simpático que diz que minha entrada estava liberada depois de eu mostrar minha identificação.
Beleza, não é qualquer um que entra aqui.
Assim que entro no elevador aperto o andar e dígito o tal código. Um ano depois eu esperava um hall ou corredor mas as portas se abrem já dentro do apartamento luxuoso.
- Puta merda. - Sussurro ao dar de cara com a vista do Central Park em pleno fim de tarde.
Isso que é uma vista.
Sigo o hall atenta ao apartamento e vejo uma ante sala com outra de canto logo atrás onde eu meus olhos não conseguem ver o fim de Manhatan.
- Samuel, Aurora. - Grito por eles e deixo minha análise para depois.
- Tia. - Eles gritam e quase apostam uma corrida até mim me abraçando.
- Ei monstrinhos, o que vamos fazer?
- Vai ficar com a gente?
- Vou sim. - Afirmo e levanto o olhar dando de cara com uma senhora na faixa dos quarenta.
- Já vou indo. - Ela se despede das crianças e eu volto a olha-los.
- Então, com fome? - Indago prendendo os cabelos.
- Sim.
- Então me mostrem o lugar se não vou me perder.
- Tia bobinha. - Aurora diz pegando minha mão e puxando.
Fomos para o lado esquerdo da sala e reparei nas janelas de vidro que cercam todo o lugar. Uma ilha enorme de linda vem na minha frente, logo depois a mesa de jantar de dez lugares e uma sala de tv por fim.
Eles se acomodam nas banquetas enquanto decidimos por fim fazer panquecas por que ninguém queria comida e nem sanduíches, então nos esbaldamos em panquecas com gotas de chocolate em meio a um falatório animado.
Senhor, esses dois juntos animam qualquer um.
Depois de muita bagunça terminamos por fim sentados no sofá quee parece mais uma cama assistindo desenho. Eu estou entre eles, meio sentada, meio deitada e as duas crianças cada uma em um braço meu dormindo com as pernas sobre as minhas, super tranquilo.
- Meu Deus. - Olho de canto e vejo David vindo com Lucca e eu nem me mexo para não acorda-los. - Eles estão te esmagando.
- Nem me lembre, estou a mais de uma hora sem sentir os braços. - Sussurro e ele ri vindo pegar Sam e Lucca faz o mesmo.
- Vou colocá-la na cama. - Diz e some.
- Acorda campeão. - Murmura David tentando acordar Sam. - Vamos pra casa.
O pequeno não diz nada, apenas pisca os olhinhos e levanta os braços.
- Folgado. - Murmura antes de pegar o menino.
Eu solto um gemido quando mecho finalmente os braços e me levanto estalando até a alma ainda vendo David falhar em segurar o riso.
- Ri mesmo chefe, ri mesmo, vou apoiar Hayley em fazer greve.
Ele fecha a cara na mesma hora e é a minha vez de rir.
- Não brinca com coisa séria.
Caminho com ele até a sala onde deixei minha bolsa.
- Precisa de carona? - Indaga e vejo Lucca voltando.
- Não, vim de carro. - Digo pegando a bolsa e ele assente.
- Posso falar com você? - David que responde por mim nos dando espaço chamando o elevador.
- Estou indo, boa noite. - Diz e só vejo o sorriso do infeliz antes das portas se fecharem.
- Aurora deu trabalho? - Questiona enquanto tira o blazer e sobe as mangas da camisa. Desvio o olhar pra não morrer agora mesmo.
- Que nada, ela e Sam juntos são um furacão, mas é só conversar muito, tipo, muito mesmo e dar comida que eles ficam felizes. - Ele ri.
Digo focada em seus olhos e não em seu corpo que agora já está sem gravata e as malditas mãos no bolso da calça tencionando os músculos do braço.
Obrigada pela visão periférica Deus.
- Dois furacões, com toda certeza. - Ele dá um passo a frente sem avançar meu espaço. - Posso te pegar sábado?
Pode me pegar quando quiser. Penso mas não falo mordendo a bochecha por dentro.
- Claro, as oito?
- Ótimo principessa. - Sussurra e antes de cometer alguma loucura me despeço.
- Boa noite. - Digo entrando no elevador e ainda vejo seu sorriso ladino sexy do caralho.
- Buona notte Olívia.
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Querido Italiano - Série Poderosos e Irresistíveis 2
Romance| Livro 2 | Recomendo a leitura dos livros da série na sequência. Lucca Ricci. Um italiano insistente que quando decide algo vai nisso até o fim. E ele decidiu que a teria. Que teria a linda morena que o encantou de primeira ao sorrir e mostrar sua...