Oi, bebês.
Tudo bem com vocês? Eu estou ótima, obrigada. 🥰Vou começar a falar no começo do capítulo, só pra ser aleatória mesmo.
Obrigada pelo carinho e pelos surtos. Podem surtar mais um pouquinho, tá?
Espero que tenham uma boa leitura.
Votem, comentem e me sigam no twitter pra saber como anda o fluxo do que eu tô escrevendo.
Beijo, beijo. 😘😘
TT: @umamabs
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POV Rafaella
Minhas mãos estavam dentro dos bolsos da minha calça, muito por eu estar tão nervosa ao ponto de não saber o que fazer com elas, muito por estar suando frio pelo mesmo nervosismo. Devia ter uns dez minutos que Manu tinha me deixado sozinha na sala e aquela espera estava me matando, mas eu não ia entrar casa a dentro, e o único motivo pra eu não fazer isso era porque eu não sabia mais se podia fazer, não sabia se o acesso ao quarto que tinha me abrigado por várias noites nos últimos meses ainda estava livre pra mim. Então, eu esperei. Apenas esperei. E quando eu pensei em ir embora por não saber se ela iria aparecer, a vi atravessar a porta do corredor em direção a sala.
Queria conseguir decifrar, como já fiz outras vezes, o que tinha em seu olhar. Eu não sabia o que tinha naquele olhar e por mais que eu tentasse eu só conseguia ver uma carcaça inexpressiva na minha frente. Ela tinha chorado? Seu rosto estava limpo, não me dava indícios nem dicas sobre a resposta pra essa pergunta, diferente do meu rosto, com certeza. Eu comecei a chorar assim que me vi sozinha depois de me despedir da minha mãe. E mesmo pegando um voo direto, deu tempo suficiente de eu pensar em todos os motivos possíveis para que aquela mensagem fosse enviada. Nenhum deles fazia sentido.
- O que você tá fazendo aqui? Eu pedi pra não me procurar. – Eu abri a boca pra tentar colocar alguma resposta pra fora, eu tentei formular algo que fizesse mais sentido do que: “Eu precisava que você falasse olhando nos meus olhos o que me fez ler hoje de manhã.” Não consegui.
Eu me encolhia devido ao jeito que ela falou comigo, nunca tinha acontecido, parecia que ela estava com raiva de mim, parecia que eu tinha a machucado. Mas com? Aquela pessoa na minha frente não estava nem perto de ser a pessoa que eu tinha falado pela última vez, a pessoa que eu tinha me despedido na cama, com um beijo, eu ainda lembrava do toque dos lábios dela nos meus, não tinha tanto tempo assim, como que eu não conseguia reconhecer?
Continuei muda e só então ela demonstrou algo. Seu nervosismo ficou tão evidente quanto o disparar do meu peito a cada segundo que passava. Suas mãos foram até os seus cabelos, que foram presos em um coque desajeitado enquanto ela sentava no sofá. Eu ainda está em pé, ainda na mesma posição e meus olhos já marejavam mais uma vez. Eu não entendia e pelo que parecia ela não estava disposta a me explicar.
- Você não devia estar aqui, Rafaella, eu não tenho nada pra falar.
- Não, não. Eu que vou falar. Eu não sei o que aconteceu e pelo que parece você não está disposta a me contar, então, eu que vou falar. Eu fui até Goiânia, eu falei de você, eu baixei a guarda, não fazia isso há anos. E eu fiz. E não me arrependo de ter feito. – Minha voz era firme, mesmo com o choro dando sinais em minha garganta. – Eu te amo, Gizelly. – Por um segundo, a vi estremecer, me dando o mínimo de esperança. – E se não é o que você sente, tudo bem. Mas eu preciso que você diga, olhando em meus olhos que eu me enganei e que tudo que tinha naquela mensagem era verdade. Diz que acabou e que não sente o mesmo por mim, que eu vou embora e prometo não voltar aqui.
- Eu não te amo. – Seu rosto estava entre suas mãos e só depois de falar ela levantou o olhar até o meu, seus olhos estavam marejados e pareciam ter tanto sofrimento quanto os meus. – Me desculpa, mas eu não te amo. Não é nada do jeito que nós pensávamos. Vai embora, Rafa, eu não quero você aqui. Eu preciso ficar sozinha. - E as lágrimas, que eu estava prendendo desde antes de ela chegar a sala, ganharam liberdade.
As palavras de Manu estavam martelando na minha cabeça. Mas como ter paciência, como ficar se eu estava sendo mandada embora? Eu devia ter tentado mais. Mas como tentar com alguém que diz que tudo foi uma mentira? Ou pelo menos 50% do todo era mentira.
- Acabou? E você não vai me dá nenhuma explicação? É isso? – As perguntas saíram em um fio de voz baixo, tão baixo que eu pensei que ela não tinha ouvido quando levantou e foi em direção a porta.
- É isso. – Ela falou em um tom tão baixo quanto o meu, depois de abrir a porta, me dando a deixa pra ir embora.
Eu saí de lá do mesmo modo que cheguei, sem nenhuma resposta. Todas as perguntas que eu tinha, nenhuma delas foi respondida, nada do que eu havia pensado tinha sido esclarecido. Em um dia eu estava feliz, arrumando a minha vida pra ficar com a pessoa que eu amava, no outro ela estava me colocando pra fora da casa dela, não só da casa, mas dá vida também.
POV Manu
Minha campainha tocou e, sabendo que só teria duas pessoas que poderiam estar na minha porta nesse momento, a angústia começou a se fazer presente em meu peito. Minha posição nesse momento não era nada fácil, eu estava entre duas amigas que eu amava absurdamente, onde uma estava sofrendo por algo que ela não poderia evitar, e se fosse a Rafa na minha porta, certamente estaria sofrendo por algo que poderia ser resolvido de outras maneiras. E não era como eu achava que a Gi tinha resolvido.
Tinha previsto, parecia que eu estava adivinhando que não devia ter deixado a cabeça oca da Gizelly sozinha. Mas eu não podia interferir em uma conversa que devia ser delas, sozinhas, ela precisava resolver o que fazer. Eu estaria aqui pra apoiar, apoiaria as duas, mas era algo que eu não podia resolver por elas. E sim, o estrago estava feito e eu tinha percebido isso assim que abri a porta e dei de cara com uma Rafaella de cara inchada e olhos vermelhos de tanto chorar. Única certeza que eu tinha nesse momento era que ela precisava do meu colo, isso ela teria, eu sempre estarei aqui pra ela e meu colo também. Mas e se ela precisasse de respostas, eu poderia entregá-las assim? Sem falar antes com a maior envolvida nessa história?
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Puzzle - GiRafa
FanfictionGosto de pensar que nossa vida é um grande quebra cabeça, formado por vários outros pequenos - trabalho, família, amigos, amor - e eles são cheios de pecinhas, cada uma com um formato e tamanho diferente, que com o passar do tempo vão se encaixando...